sexta-feira, 3 de julho de 2009

"VIRUS HUMANUS": PIOR DO QUE A GRIPE SUINA

Valci Barreto

Deixamos o quentinho de Salvador, e nossas magrelas, para enfrentar frio; caminhadas em montanhas geladas; conhecer os sítios de esqui ; gastronomia; degustar chocolates, vinhos, arquitetura. a gente e os costumes de Bariloche. O principal que os turistas vão ali buscar é a emoção de conhecer tudo que os locais bem frios oferecem ,especialmente o espetáculo da neve passeando entre as núvens e a terra, em flocos que nem as mais belas imagens do cinema consgeuem traduzir. A criançada vai ao delírio na vivência daquelas emoções. Foi o que ficou claro para todos nós que fizemos o passeio. Não gosto de clima frio;Não podendo escolher a temperatura idel para mim, prefiro o calor. Mas para não ficar mal com as geleiras, fiz uma caminhada de mais ou menos uma hora de um deteminado ponto de uma montanha gelada até o seu topo. Além da bela paisagem, que nem de longe podem as fotos e filmes mostrar, senti calor, deliciei-me , não com o frio, mas com o forninho entre a minha pele e os casacos. Em matéria de geleiras visitadas, foi a única que gostei, exatamente por sentir calor, suando até, subindo aquele pedacinho da Cordilheira Andina, cujo cenário trazem-me sempre à memória das minhas leituras de textos, imagens , filmes e músicas, a bela e imponente ave andina ,condor, que inspirou uma das mais belas canções que meus ouvidos já me presentearam.

No todo , foi um belo passeio, aliado a uma deliciosa sensação de distância da violencia, agressões, brutalidade do transito, crimes que compõem a realidade dos grandes centros urbanos , em um dos quais eu vivo.

Os que nos viram chegando, os familiares para quem liguei, repetiram o mesmo questionamento sobre sobre a gripe suina, indagando todas as pessoas , como tive coragem de ir para a Argentina com o terror da gripe suina que ocupa a mídia em todo o mundo.

Respondi para todos, sem titubear: ela existe; é real. Mas bem de longe se compara com os males causados por outras doenças , fisicas e psicológicas que vivenciamos nos grandes centros, inclusive na nossa capital baiana.

Logo ao pousar em solo baiano, o "virus humanus" ensaiou atacar os passageiros. Explicando: após uma razoável demora para descer do avião, recebeu o comandante um aviso de que deveriam os passeiros aguardarem mais um pouco, na aeronave, a fim de que fosse examinada alguem que se declarou estar gripada na avião, a fim de serem tomados os procedimentos das autoridades sanitárias da Bahia. Um mais exaltando , conclama os passageiros a processar a empresa area, oferecendo-se como advogado, alardeava que havia ganho muitos processos contra a TAM e citava quase todos os artigos do Código Civil,Penal, Constituição Federal e até o de Defesa do Consumidor,em seu favor, enquanto uma senhora , acredito eu ser esposa do advogado, afirmava que sairia de qualquer jeito da areonave, caso não fosse a mesma autorizada a descer. Iniciou-se , então,um leve tumulto. Minha vizinha de poltrona, míneira típica, questinou, baixinho e educadamente para mim: "Para que tanta confusão? Os funcionarios têm que obedecer a ordem vinda das autoridades sanitárias." Já pensando o mesmo, e não podendo ela ir para os corredores sem eu ter que levantar e apertar os passeiros já se espremiam em pé pelos corredores, apenas perguntei-lhe : "voce se importa em ficar sentada até acabar a confusão? "Claro, não vejo motivo para o tumulto". A resposta só não me deu maior alívio porque a pequena confusão não mais permitia a leitura do "machadinho" que sempre me acompanha em qualquer viagem e filas .

Aumentada um pouco a tensão, levantei-me para expor-me apenas para os "vizinhos": "pessoal, quanta confusão desnecessária... agente fica um dia se torrando em práia, enchendo o pulmão de fumaça em boate, aguentando fila de banco por horas e horas, não dá para esperar a solução normal, sem tanta confusão? "Vamos nos comportar como a mineirinha sentadinha aqui do meu lado" e aguardar . O ar aqui dentro é em mais puro do que o do de lá de fora." Minha fala virou uma festinha, petit comite, no meio da confusão que aumentava junto às pobres coitadas aeromoças na porta de saída da aeronave, que nada poderia fazer, senão obedecer aos seus superiores, mesmo ameaçadas de processo, arrebentação do avião, por alguns "faniquitos", que, embora aos gritos, não chegavam a assustar. Tive o apoio, de imediato, pelo menos de uma familia que depois da descida vim a saber ser a enfermeira Vilma, Diretora da Dires de Jequié; seu esposto Oftalmoligista José Raimundo Souza Alves, esposo médico, e dois filhos estudantes de medicina, bem humorados, que também vinham de Bariloche. Ouvissem esta família,poderia transformar-se o tumulto do ambiente em momento de tranquilidade , reflexão e troca de infomações equilibradas.

Não há mal sem pelo menos um pequeno bem. Os faniquitos e ameças me aproximou da familia jequieense, trocamos informações breves sobre a situação , aproveitando-me da "ousadia" que me daram para mandar um abraço para meu fraterno amigo , vereador em Jequié, José Simões.

O pior , causado pelo "virus humanos", viria depois ao abrir os jornais que aguardavam meu retorno. É que , através deles, não tive dúvida de dar a resposta que passei a todos que me questionaram sobre a gripe suina: muito pior do que esta foram as matanças provocadas por acidentes de transito, só para ficar neste item, em nossa capital. Se formos para as portas dos hospitas , constataremos que a gripe é uma pequena brincadeira que a natureza está promovendo para, quem sabe, fazer-nos lembrar que outros males, bem piores nos rondam a cada segundo, a cada passo que damos em nossas ruas, a maioria causada pelo "virus da brutalidade humana" que atropela, assalta, violenta, agride, esfaqueia, até entes que dormem na mesma cama; e que estupra as suas próprias crias.

A febre suina não me causou o mínimo desconforto. Nem a milhares de pessoas que circulavam pelo pedacinho da Patagônia que visitamos.Muito mais me doeu, e está doendo, o que vi nas páginas de um jornal da nossa Capital, que é uma pontinha de um inceberg , das montanhas e depressões , acima e abaixo do nível do mar de violencia das grandes cidades brasileiras; e que já invadiu o interir do nosso Estado. É muito mais dificil, mesmo contraindo a gripe, morrer dela do que salvar-se de uma facada, como a que vitimou um humilde passageiro em assalto a ônibus na Capital Baiana.

Não precisa ser especialista em nenhuma area do conhecimento humano para se chegar a esta conclusão: basta ler os jornais e ver as estatisticas do governo ou as que nossos olhos conseguem ver e nossos ouvidos escutar.

As máscaras que vemos nas imagens de tv , em notícias sobre a gripe, raramente são vistas em Bariloche; elas aparecem em alguns locais, como no aeroporto, usadas pelos agentes sanitários e fiscalizadoras da Saúde . Não as usei. Milhares de pessoas também não. Não por descaso, mas por acreditar em autoridades em medicina , inclusive mestres em infectologia, que se manifestavam em jornais locais e da capital argentina, a exemplo de uma publicada no La Nacion, afirmando que a máscara é mais para ser usada por quem está doente , a fim de evitar contaminação ,não tendo maior importancia como meio de evitar o contágio de quem a usa. Dizem ainda várias matérias dos jornais argentinos, com aval de autoridades sanitárias , que ela foi "supervalorizada" por ter aparecido em época de campanhas eleitorais daquele pais, cujo eleição ocorreu no início de julho.

Por tudo isto, jamais cancelaria uma viagem para Bariloche como fizeram milhares de pessoas que desejavam visitar aquela região nestes meses de temporada de inverno. Preferiria voltar para lá,mesmo não gostando do gelo, do que imaginar-me num passeio, mesmo de dia , por alguns pontos das nossas capitais brasileiras, em que um tiro quase sempre é sem cura, bem ao contrário da gripe suina.

Por fim, não tenho dúvidas: pior não é a contaminação da gripé suina , mas a falencia do nosso sistema de saude matando crianças que chegam vivas nos ventres maternos, quando não matam também a mãe, por falta de vagas, médicos ;muitas vezes até de um anestésico. Quem já precisou do nosso sitema público de saúde sabe do que estou falando.

Mesmo no frio, que não gosto, passeamos até altas horas pelas ruas de Bariloche, sem, sequer ,ouvir falar de um assedio, violencia, assalto, acidentes de transito que nos provocasse qualquer susto, mesmo com a ronda do virus da gripe suina. Passeios estes que nos são negados pelo "virus humanus" dos nossos centros urbanos, que nos negam, aqui na Bahia, até o refresco gratuito das nossas brisas marinhas. Dar um passeio por lugares encantadores como Porto da Barra, em certa hora da noite, é expor-se a uma bala, facada, assalto; na melhor das hipótes, ao estress, susto, ou pavor da primeira visão de "virus humanus " circulando por perto... Diferente de receber a visita do virus da gripe suina, quem se arriscar a este passeio poderá jamais voltar para casa; bem ao contrário se a vista for da gripe. Passear na Contorno à noite, para olhar , receber seu vento e ver as luzes das nossas Ilhas, quem há de? Muito mais coragem eu tenho de entrar sem mascaras em hospitais com doentes da gripe suina. Se esta me pegar, poderei muito mais provável continuar vivo do que passeando naqueles locais e horariso tão encantadores da nossa Bahia.

Por via das dúvidas, não custa buscar as proteções, inclusive Divina, contra os dois males: doenças e violência. É o que faço, mesmo sem mascaras , enfrentando o gelo de Bariloche, as ruas da nossa Capital e demais espaços por onde passo.

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Aos meus amigos de Viagem:

Vejam as fotos, das nossas passagens por Bariloche, no muraldebugarin.com, em "galeria de fotos", que brevemente serão publicadas.

Aos amigos do pedal baiano, estou na terra: citando nosso querido George Argolo:"voces não se livrarão de mim, não."

Abracos para todos.

Não revisei o texto. Vai assim mesmo, para ficar do jeito de pão saído do forno: nem sempre bom , mas bem quentinho.

Depois tem mais.


valcibarretoadv@yahoo.com.br
Editor do muraldebugarin.com e

domingo, 28 de junho de 2009

Pequena história da bicicleta


Documentos históricos guardados no Museu de Madrid mostram projetos de uma bicicleta do grande inventor italiano Leonardo da Vinci. Estes projetos, elaborados no século XV, não foram executados.

A mais antiga das bicicletas foi chamada em seu país de origem, a França, de “cavalinho-de-pau”. Este importante meio de transporte surgiu na cidade de Paris em 1818. Esta primeira versão não possuía pedais e provocava muito cansaço em que andava com ela.

No ano de 1840, o ferreiro escocês chamado Kirkpatrick Macmillan inventou um tipo de pedal, colocado junto à roda traseira por meio de um manete. Este sistema era semelhante ao daqueles carrinhos de pedais usados por crianças. Este dispositivo deu a bicicleta mais rapidez e estabilidade.

Em 1855, o ferreiro francês especialista em carruagens, Pierre Michaux, inventou o pedal. Este foi instalado num veículo de duas rodas traseiras e uma dianteira. Chamado de velocípede, é considerado a primeira bicicleta moderna.

A primeira bicicleta a possuir um sistema com corrente ligada às rodas foi projetada por H.J.Lawson, no ano de 1874. Seu terceiro modelo, a “Bicyclette”, foi desenhado em 1879. Esta bicicleta já possuía maior estabilidade e segurança.

Na década de 1880, o inventor inglês John Kemp Starley projetou uma bicicleta semelhante as atuais. Possuía guidão, rodas de borracha, quadro, pedais e correntes.

Curiosidades:- A primeira fábrica de bicicletas do mundo foi criada em 1875 e chamava-se Companhia Michaux. Foi a primeira fábrica a produzir bicicletas em série.

Em 1898, as primeiras bicicletas chegaram ao Brasil vindas da Europa.