terça-feira, 29 de abril de 2008

C A R R O - VEICULO AUTOMOTOR


Valci Barreto
Editor do bikebook.blogspot.com
colaborador do muraldebugarin.com



QUATRO PNEUS, FORA O DO SOCORRO, UM MONTE DE FERRO, GASOLINA, UMA FORTUNA EM FERRO, AÇO, TINTA E PLASTICO, USADO NA MAIORIA DAS VEZES PARA TRANSPORTAR SOMENTE UMA PESSOA; É O CARRO, que estressa, engarrfa o trânsito, polui, gasta nossas economias. Muita gente quer usar a bicicleta para fazer pequenos trajetos , como ir a uma praía, casa de um amigo, comprar um pão , um remédio. Mas os motoristas de veículos não permitem, achando que a rua é so deles. Precisamos mudar. Fazer com que carro e bicicleta possam usar as mesmas avenidas. Isto é possível; basta o motorista respeitar quem anda e quem quer andar de bicicleta. Por lei , a bicicleta tem preferencia para trafegar, mesmo em pista de veículo, desde que o ciclista também obedeça às leis de trânsito.No transito, por lei, o carro deve afastar-se da bicicleta em pelo menos um metro e meio.

A rua não é só do carro. É também da bicicleta , da moto e do pedestre. E todos devem obediência às leis de transito.

Salvador é plana para bicicleta. Pedala-se de Praias do Flamengo até a Suburbana, passando por itapuã, Paralela, Pituba, Rio Vermelho,Vasco da Gama, Sete Portas, Comércio, Elevador Lacerda,Bonfim, Ribeira, sem subir uma ladeira sequer. O mesmo pode-se dizer, vindo em sentido contrário, desde Simões Filho.

É possível andar de bicicleta em Salvador. Já fazemos isto. Veja como, acessando nossos sites e blogs:

muraldebugarin.com
bikebook.blogspot.com
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A Loja de Vidros Murano, na Rua Carlos Gomes, ao lado do Clube de Engenharia, possui um permanente estoque de livros usados para vendas. O estoque é pequeno. Mas vai crescer.
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Acidente de Veículo em Salvador. Não houve vítima. A mulher que dirigia foi socorrida.Foto de Flavio Silva/A Tarde, publicada na UOL ON LINE , 29.04.2008foi socorrida.
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segunda-feira, 28 de abril de 2008




Em São Paulo, no dia da inspeção de veículos, ativista protesta em favor do ar puro.
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REVISTA MUITO, MUITO OBRIGADO!

valci barreto
Editor do bikebook.blogspot.com
colaborador do muraldebugarin.com


A reportagem da revista Muito, do Jornal À TARDE, é de inestimável valia para nossas atividades cicloativistas. As verdadeiras obras de arte, reveladas nas fotos dos fotografos João Alvarez e Rejane Carneiro , que ilustram a matéria , já são grandes presentes para nós. A abordagem do Danilo Fraga, que fez o texto, revelou um talento nem sempre comum em muitos jornalistas: a absorção do "espirito" do objeto que quer revelar ao leitor. Foi além, para revelar o mundo precioso da bike, as suas possibilidades como meio de transporte, o estímulo ao rompimento dos prenconceitos e medos que envolvem o pedalar. E foi mais além: homenageou, como poucos, nosso herói maior: Rubens Pinheiro que, com uma bicicelta simples, como gosto de pregar, sem marcha, pedalou da Bahia, por dois anos, até Nova York. Muitos procuram e compram as bicicletas mais caras e bonitas(nada contra!) com mil marchas , fazem um pequeno pedal e as abandonam. Outros, mesmo com elas, mal chegam a aventurar-se a uma ilha de Itaparica.(Tudo contra!)

Ou seja, nosso repórter expos mais do que a importância da bicicleta para o nosso mundo. Fez e fará história.

Fiquei orgulhoso em participar como entrevistado, fotografado, sobrtudo por profissionais que honram as nossas letras e imagens. Fui várias vezes premiado: com minha foto na revista, ter recebido e conversado com os profissionais e ter sido fotografado por uma grande promessa, porque ainda novo, João Alvarez e por uma das maiores fotógrafas do Brasil, Rejane Carneiro. Amando fotografia, há mais de trinta anos acompanho seu trabalho no jornal À TARDE. Sou fã da artista. Vim conhecê-la pessoamente somente agora. E vi quanto sofre para fazer " a foto": sol, suor, mil clics e ainda a "bronca" da sua médica que a flagou em pleno sol da Bahia, contrariando suas recomendações: "cuidado com o sol, cuidado com a pele, Rehane!".

A paixão pelo belo, pelo que faz, é que leva pessoas a estas realizasões, mesmo quando o modelo não foi bem escolhido. Ainda bem que a bike que eu usava e o capacete eram até bonitinhos! Ainda assim Rejane não ficou satisfeita: queria um onibus bem amaralo no lugar do vemelho. Ainda bem que apareceram . Mas não do "jeito" que ela queria. Para nós, Rejane, está perfeita a foto, mesmo que vermelho o ônibus!

Muito obrigado meus , agora amigos, do Jornal À Tarde.

E aos amigos do pedal pela referencia à minha participação na reportagem, que é uma homenagem a todos nós e às nossas magrelas.

Resta-nos encaminhhar e -mail agrdecendo ao jornal e a toda a equipe responsável pela matéria.

Foi o presente para todos nós e para mim antecipação de meu presente de aniversário, que está pertinho, logo ali na frente!!

bikeabraços,

valci.

domingo, 27 de abril de 2008

O dia em que os portugueses abduziram os baianos

Jolivaldo Freitas,

publicado na Tribuna da Bahia de 27.04.2008

Eu sempre fui meio burrinho, não é coisa de agora, e nunca entendi direito essas coisas de descoberta do Brasil. Lembro que certa vez, acho que foi ainda nos tempos em que frequentava a a Escola Luiz Tarquínio, na Boa Viagem ou talvez tenha sido mesmo na banca (que hoje é chamada de reforço escolar), fiquei abestalhado quando a professora disse que o Brasil fora descoberto no dia 22 de abril de mil e quinhentos. Como fora descoberto se eu sabia que aqui tinha índio quando os portugueses chegaram?
Era uma época em que eu acreditava piamente que Deus criara o homem, portanto não tinha dúvida que Ele, em cada canto, fez uma raça diferente da outra. Para piorar, achava que os portugueses realmente eram raça superior e que os índios, ignorantes, tinham mesmo de ser abduzidos em nome de Jesus, Maria e José e de Dom Manuel, o venturoso.
Em minha cabeça confusa não entendia como é que os portugueses tinham chegado até aqui, enfrentando um mar cheio de serpentes enormes, dragões que cuspiam fogo e principalmente os monstros marinhos, como grandes polvos e enguias, que engoliam as naus por inteiro e ainda chupavam os tutanos dos argonautas. Levei tantos cascudos da professora Naly, que terminei gostando de estudar História do Brasil. Hoje fico fascinado com as viagens dos descobrimentos e ganhei um amor tão grande pelo tema, que fico frustrado por não ser historiador.
Talvez por isso eu seja tão apaixonado pelo Porto da Barra. Quando encosto na balaustrada, ando pela calçada ou piso na areia, sinto-me como se estivesse incorporando o espírito dos descobridores. Revejo o donatário Francisco Pereira Coutinho chegando e com seu jeito frouxo e ficar com medo de descer na praia.
Não sei se você sabe, mas quando ele chegou e viu os índios que esperavam na praia, logo ali naquele canto onde hoje fica o padrão com o brasão da Coroa Portuguesa, bem defronte ao quiosque de artesanato do Instituto Mauá e da barraca de coco de Marco Pólo - por favor não o confunda com o navegador veneziano, que nem parente chega a ser -, começou a se tremer de medo e antes de mais nada fez uma missa dentro do barco, como se estivesse encomendando a própria alma.
Quem quebrou seu galho foi Caramuru, que já estava por aqui há tanto tempo que tinha mais filho que o pajé ou mesmo o cacique Taparica, o mais temido e o mais político da época. O homem desceu acompanhado dos seus bacamarteiros, cheio de roupa com fru-fru e a garantia de uma armadura. Foi levado sob as espensas de Diogo Alvares Correia (que eu teimava em grafar nas minhas provas de escola como da Silva, e levava mais cascudos), que vem a ser o marido de Catarina Paraguaçu e se picou para se esconder em algum lugar que não faço a menor idéia e se li em algum lugar já esqueci, pois minha memória é melhor quando falo de Tomé de Souza.
Este, eu sei, chegou aqui em 1549 e com a mesma ajuda de Caramuru, terminou por fundar a cidade de São Salvador e daí passamos a ser responsáveis pela preguiça, pela dança da garrafa, por Carla Perez, pela Axé Music, Pagode, Ricardo Chaves, Esporte Clube Vitória, pela mijada em plena rua, pelo pessoal que invade sinais, por falar alto, buzinar na porta dos hospitais, botar som alto no carro, pelo ônibus parar fora do ponto, isto quando pára; pela falta de empacotador nos supermercados, pelo cara que não dá assento aos idosos nos ônibus, por quem estaciona o carro na vaga de deficientes, e tudo o mais.
Quando me lembro que num dia de hoje o Brasil foi descoberto, vejo um dia luminoso, depois de uma noite cheia de estrelas. Não sei ao certo a hora em que o Brasil foi visto pelos portugueses, mas, tenho certeza que foi lá por volta das dez horas da manhã, pois foi a hora em que nasci lá em cima do Mont Serrat e o dia era bonito. Interessante é que quando falo em descobrimento, não consigo visualizar direito a chegada a Porto Seguro. Aliás, neste local aportaram depois dos portugueses os espanhóis, ingleses e franceses. Porto Seguro, entretanto, foi totalmente dominada, a partir dos anos 80 do século passado, não pelos colonizadores europeus, sim, pelos mineiros, paulistas e goianos. Hoje, para encontrar um baiano por lá, só se for servindo no balcão ou dançando lambada. Até índio, só se encontra nas feiras de artesanato.
Por isso que, hoje mesmo, a esta hora, estarei andando no Porto da Barra e olhando para a barra do mar, para ver se enxergo as almas dos navegantes aventureiros. Quem sabe eles redescobrem e começamos do zero. Mesmo assim, com tantos problemas de dengue, esgotos, violência, PT, e pais que matam os filhos, parabéns para você minha “Terra de Santa Cruz”.