sábado, 1 de dezembro de 2007




PERFIS DE PASSEIOS CICLISTICOS EM SALVADOR
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Valci Barreto
editor do bikebook.blogspot.com,
do meu zine
e colaborador do muraldebugarin.com


Todos os primeiros domingos de cada mes a ASSOCIAÇÃO DOS BICICLETEIROS DO ESTADO DA BAHIA promove um grande passeio ciclístico pelas ruas de Salvador, que tem início às 09 horas da manhã, no Estacionamento da Fonte Nova, Dique do Tororó. É um passeio lento, podendo participar pessoas de todas as idades, com qualquer tipo de bicicleta, desde que rode. Quem quiser, e puder, leva um kg de alimentos não perecível que é entregue, no próprio trajeto, a entidades carentes. Há sorteios de bicicletas e de brindes.

É lento, festivo e tem apoio da Polícia Militar, SET , Pelotão Aguia, munido ainda de carro de apoio e enfermeira. Vem pessoas de todos os bairros e até de cidades vizinhas. É uma festa este passeio, com participaçao de muitas crianças. Em feriados podem ser modificados para o domingo anterior ou seguinte. A mudança é sempre anunciada com antecedencia .

Todos ficam sabendo do roteiro através dos sites e blogs. Fotos destes e de outros passeios estão no muraldebugarin.com, em "galeria de fotos.", amigosdebike.com.br, mundodabike, pedaladadanoite e pedais na estrada, sincronia, cujos links estão nos mesmos sites.

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PASSEIOS DA ASBB
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Criados e mantidos pela ASSOCIAÇAO DOS BICICLETEIROS DA BAHIA, coordenados por Gilson Cunha, acontecem pelo menos tres vezes por ano a saber:

O do dia 03.06, DIA MUNCIPAL DO CICLISTA, é o que envolve o maior número de pedalantes . Chega a mais de tres mil pessoas, já tendo sido objeto de gravação do programa DECOLAR, com participação da Liliane Reis.

Atualmente a ASBB se agregou a um grupo de pedalantes da comunidade de Portão para juntos realizarem o passeio Portão / Bonfim, com mais de dois mil participantes, e o AREMBEPE/GUARAJUBA, envolvendo mais de trezentas pessoas, ambos realizados em outubro.

Fotos dos passeios podem ser vitas no muraldebugarin.com, em "galeria de fotos"

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·.... Segunda-Feira: Pedalada da Noite - rítmo médio, indicado para quem já está acostumado a pedalar... Tem rádio comunicador de segurança e média de velocidade de 20 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda segunda-feira útil. Saída às 20:30 horas da Praça Nossa Senhora Aparecida, em frente ao Silver Shopping, no Imbuí. Coordenação: Fernando Carvalho - Tel (71) 9965-0249
... Terça-Feira: Amigos de Bike - ritmo moderado, tem rádio comunicador de segurança e média de velocidade de 17 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 35 Km. Concentração: Toda terça-feira útil. Saída às 21 horas do estacionamento do Aeroclube. Coordenação: Lúcia / Alexandre / Edson - Tel (71) 9115-0363 / 8819-3229 / 9966-2118
· Terça-Feira: Grupo Ervaciclo - Ervaciclo" é de ritmo acelerado, indicado para quem já está acostumado a pedalar. Tem média de velocidade de 25 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda terça-feira útil. Saída às 21 horas do Farol da Barra. Coordenação: Eraldo - Tel (71) 3329-5160 / 8104-7115
... Quarta-Feira: Grupo Sincronia - rítmo médio, indicado para quem já está acostumado a pedalar. Tem rádio comunicador de segurança e média de velocidade de 20 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda quarta-feira útil. Saída às 21 horas do estacionamento do Hipermercado Bom Preço - Vasco da Gama. Todos os sábados, este grupo realiza passeios imperdíveis para locais e cidades vizinhas da Capital Baiana. Coordenação: Edvaldo / Humberto / Cláudio Carvalho - Tel (71) 8876-4745 / 8848-7692 / 8866-2630
· Quarta-Feira: Grupo Pedal Mania: de ritmo acelerado, indicado para quem já está acostumado a pedalar. Tem média de velocidade de 25 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda quarta-feira útil. Saída às 19:30 horas do Largo do Luso - Plataforma. Coordenação: Paulo Roberto - Tel (71) 9989-3843 / 3401-1727 - email: provinculo@uol.com.br
· Quinta-Feira: Farol Light Bikers - ritmo médio, indicado para quem já está acostumado a pedalar. Tem rádio comunicador de segurança e média de velocidade de 20 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda quinta-feira útil. Saída às 21 horas do Farol da Barra. Coordenação: Edson - Tel (71) 9966-2118
· Quinta-Feira: Pedais na Estrada - de ritmo moderado, indicado para quem está iniciando, a média de velocidade de 17 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda quinta-feira. Saída às 18:30 horas da Praça da Revolução em Periperi. Coordenação: Genivaldo / Digo Brunelli - Tel.: (71) 3307-2436 / 9148-6589 - Reliza muitos pedais para fora de salvador em domingos e feriados.

· Sexta-Feira: Pedal Night - O passeio noturno do grupo "Pedal Night" é de ritmo acelerado, indicado para quem já está acostumado a pedalar. Tem rádio comunicador de segurança e média de velocidade de 25 km/h. Estimativa de distância percorrida em torno de 25 a 50 Km. Concentração: Toda sexta-feira útil. Saída às 20:00 horas do Largo dos Paranhos em Brotas. Coordenação: Ado Nery: - Tel.: (71) 9961-1497
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Naturabikeação-Coordenado por Lazaro, de Marechal Rondom, ritimo leve, ou acelerado de acordo com o local e tipo de passeio. Participa dos mais variados events ciclisticos, inclusive para fora de Salvador. Realiza o passeio dos tres faróis, bicicloteca , farol folia, lavagem do bonfim e outros festejos baianos. Pedala por Simões Filho , Lauro de Freitas, Camaçari. Em dezembr, realiza o BICICLO INFANTIL , em Marechal Rodon, com a participação de crianças , seeus pais e envolve toda a comunidade , do bairro. Tem ainda o inestimável apoio da rádio comunitária de Marechal Rondom, que o divulga e dele participa . Passeio de grande significado para a comunicade daquele bairro.

Um dos mais expressivos é o bicicleteca, realizando em outubro, em que centenas de pedalantes levam livros para formação de bibliotecas comunitárias.

O Naturabikeação é muito convidado por prefeituras vizinhas a Salvador para compor eventos esportivos , de lazer e filantrópicos , dando o brilho especial a estas festas.

Lázaro, seu coordenador, ensina a pedalar, na maior paciencia, para adultos e crianças, mediante o pagamento de uma diária e alomoço, a combinar.

É uma pessoa muito querida e respeitada no meio dos passeios ciclísticos., marcando sua presença nas reinvidicações e em todas as ações públicas e privadas em favor das bicicletas nas ruas de Salvador.

As ações e fotos de lazáro estão divulgadas no muraldebugarin.com e no bikebook.blogspot.com
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GRUPO DE NARANDIBA - Realizado 15 dias após o da ASBEB,no domingo, envolven mais de cem pessoas, em pedal firme, com os mais variados roteiros. Seus passeios são alegres, gostam de beber e comer moderadamente, realizam ações filantropicas e de cicloativismo, tendo entre os seus mais animados componetes o Guerreiro, que também participa de varios grupos de ciclismo.

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ANJOS DE BIKE.

Não tem dia certo para sair. Junta-se a outros grupos, realiza ações em favor de segurança e proteção ao ciclista. Vem desenvolvendo um grande trabalho no municipio de Muritipa, em favor das bicicletas, com passeios memoráveis pela região. Em Salvador, participa do passeio da asbeb, asbb, amigosdebike e realiza passeios previamente organizados, no Parque de Pituaçu.

Tem como coordenador uma das figuras mais queridas do pedal TIO LU, que em Muritipa conta com o apoio da companheira SUED. Juntos já realizaram grandes pedaladas pelo reconcavo baiano.

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=====================================================================================NOTA: NO SITE muraldebugarin.com , há links indicando os varios sites de grupos ciclisticos de Salvador. E este mural possui links de quase todos os sites baianos. Diariamente o mural traz atualizações, dos passeios que vão sendo anunciados, avisados, criados. Além de publicar noticias de outros eventos.

O meu zine, e o bikebook.blogspot.com podem ser visitando no mesmo mural.

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Além dos passeios diários, noturnos, no finais de semana são organizados passeios por grupos, os mais variados, ou mesmo individualmente. Improvisados, ou avisados previamente, sempre acontecem.

São milhares de pessoas hoje em salvador indo para o trabalho de bicicleta. Vários grupos participam de atividades cicloativistas, e, mesmo individualmente há muita gente fazendo trabalhado em favor das bicicletas nas ruas de Salvador, estimulando, propagando, participando das mais variadas formas de movimento em favor das bicicletas nas ruas de Salvador. Vereadores como o Presidente da Camara Muncipial, Valdenor Cardoso, Reginaldo Oliveira, Everaldo Augusto , diretores de orgãos de transito têm se agregado ao movimento.

Veja fotos no muraldebugarin.com em "galeria de fotos" .

Lazaro, do natura bike ação, ensina pessoas a pedalar. É uma pessoa muito paciente, respeitada nos meios ciclisticos. Com uma diária e um almoço simples ele vai até o local combinado, ou consegue o local para dar as suas aulas.

A foto de ´Lázaro está no bikebiook.blogscpot.com, na volta ciclististica itapagipana e no MEU ZINE.

Em janeiro o JABUTIS VAGAROSOS, muraldebugarin.com , bikebook.blogspot.com e outros colaboradores, realizam uma grande exposição de pintura na GALERIA PANORAMA DE ARTE . Para esta exposição os artistas são convocados para pintar o tema BICICLETA. É um grande evento cultural da Capital baiana, tendo ampla cobertura da imprensa , comparecendo pessoas do mundo das artes, os ciclistas e muitas autoridades.

Todos são convidados para o coquetel de abertura, ficando expostos os quadros pelo tempo divulgado em nossos blogs e sites. PANORAMA GALERIA DE ARTE , cinquentenária escola de arte e galeria de Salvador.

A deste ano, de 2007, já está agendada.

Publicado no bikebook.blogspt.com

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Flávio Costa
Numa época dominada pelos MP3 e Ipods da vida, que conseguem armazenar uma quantidade enorme de músicas num aparelho de bolso, os aficionados pelos bolachões podem ser considerados uma espécie avessa aos ditames da tecnologia. Mas a questão não é exatamente esta. Mais do que simplesmente nostálgicos, os colecionadores de disco de vinil fazem parte de uma cultura que valoriza uma experiência estética única. E, no próxima dia 22, eles têm um encontro marcado na Festa do Vinil, no espaço Zauber Multicultura, localizado na Ladeira da Misericórdia.


A festa é promovida pela banda baiana Radiola. Todos os integrantes são, em graus variados, colecionadores de disco de vinil, e o próprio nome do grupo já dá uma idéia disso. Em 2002, numa jogada de marketing, eles resolveram criar uma festa em que fosse premiados os álbuns mais raros e os mais estranhos levados pelo público.
“Tem muita gente que compra um vinil por outros motivos que não só o sentimento de nostalgia. Por conta das fotos dos álbuns que têm uma dimensão muito maior do que num CD, por exemplo, ou ainda pelo seu valor histórico”, afirma o vocalista do Radiola, Fabinho, 29 anos de idade.


Os prêmios para os vencedores, que são escolhidos durante o desenrolar da festa, variam desde a já tradicional garrafa de tequila ao jantar em um restaurante mexicano e outros brindes. Raridade e a importância musical do disco-candidato são levados em conta pelo júri na hora da escolha. Álbuns setentões de Jorge Ben Jor (quando ele ainda se chamava Jorge Bem) e dos Novos Baianos estão entre os vencedores dos anos anteriores.


Entre os amantes do vinil há quem defenda que eles possuem uma qualidade sonora superior aos CDs. “Dá para ouvir o som grave melhor”, resume o ex-serigrafista Jorge Nour, 54 anos. Ele montou seu sebo musical há 13 anos na Rua da Forca, no Largo Dois de Julho, a partir de um acervo de 80 discos. Atualmente comercializa cerca de quatro mil. “Tenho uma clientela que posso classificar de eclética. Hoje em dia muitos jovens procuram estes álbuns mais antigos, principalmente os de rock”.


O aposentado Cristóvão Góes, 60 anos, faz cara feia quando ouve falar em aparelhinhos como MP3 e seus congêneres. Mas engane-se que ele é um apreciador do discos de vinil por puro apego às coisas antigas. Para o possuidor de mais 600 discos, a vanguarda está nos discos pretos de 80 rpm (rotação por minuto). “Quem pensa que estou na contramão está enganado. Estou é na plena modernidade”. Ele enumera as qualidades do bolachão frente à praticidade do CD e dos Ipods da vida. “Dá para distinguir melhor os instrumentos. Além disso, a durabilidade do vinil pode chegar a 150 anos”.


Cristóvão é freqüentador assíduo de uma mais visitadas lojas de disco de vinil da cidade, localizada na rua do Paraíso, no centro da cidade. Seu dono é Haniel Souza Almeida, que estima, por baixo, possuir um acervo de mais de 40 mil discos. Ele passou por 18 empregos na vida, dentre eles o de gerente de loja de música, antes de abrir o Bazar Som Três. De música clássica a rock, encontra-se na loja de Haniel de tudo um pouco. O preço varia entre R$5 e R$150, valor do Mundo Racional de Tim Maia, considerado raríssimo, e lançado originalmente em 1975.


***

VÁ DE BIKE!!!!


FESTA DO VINIL


DIA - 22 de dezembro (sábado), a partir das 23h
LOCAL - Zauber Multicultura, na Ladeira da Misericórdia, 11.
ATRAÇÕES - Banda Radiola e Wado. Participação do DJ Invisivi.
PREÇO - R$15
ONDE COMPRAR - Loja de Vinil de Jorge Nour – Rua da Forca, 121, Centro.
Bazar Som Três – Rua do Paraíso, 34, Bloco- A – Loja 04
Conjunto São Bento, Centro. (71) 3266-3519 .

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

JABUTI VAGAROSO DE 24.11.2007



-valci Barreto
Jabuti Solitário de 24.11.2007.



Valci Barreto

Editor do bikebook.blogspot.com
Do meu zine, link do mesmo site
Colaborador do muraldebugarin.com





Com o social de ontem, não poderia marcar hora de saída para o Jabuti de hoje. Acordei às 07. Pedindo o corpo um pouquinho mais de cama, com controle de tv na mão, assisto ao Panorama Rural, Irmãos Caminhoneiro , Globo Rural; este apresentando uma excelente reportagem sobre a pisada do cavalo colombiano .Levantei e cumpri as tarefas" burocráticas" de todos os dias: banho, dentes, café, meia, tênis, camiseta, arrumação dos apetrechos para a saída de bike.

Todo pronto para a descida, olho o relógio e estabeleço: 40 minutos de leitura de A MONTANHA MAGICA, de Thomas Mann, da Coleção Grandes Romances, 4a Edição, Tradução e Herbert Caro, Editora nova Fronteira , de 1980.

Cumpridos os 40 minutos de leitura, desço o elevador para o início da pedalada. Apanho uma das minhas bikes para empurrá-la até o posto de gasolina da frente do Vitória Center a fim encher os seus pneus. Após, sigo em direção ao Dique do Tororó onde grupos de capoeira e de caminhadas do movimento negro se acomodavam embaixo de árvores e do viaduto para se proteger de um chuvisco que se iniciava. Vou seguindo, encontrando em todos os cantos que passava muita gente vestindo as cores do Bahia para o grande jogo de hoje. Na frente do estádio, muitos ônibus de turismo parados que certamente conduziram torcedores de toda a Bahia para a grande festa.

Estava a Djalma Dutra com o comércio parcialmente aberto e a feira do Mercado da Sete Portas bem movimentada. Alguns ônibus e tax passavam buzinando com seus gritos de guerra: “sai da frente que aqui não é pista de bicicleta.” “sai da frente que esta rua é só minha”.

Acreditando que, mesmo morrendo de vontade de me atropelar, eles preferem apenas assustar, vou seguindo pela Baixa do Sapateiro. Na esquina de acesso ao Pelourinho encontro meu colega Mozart Moreira que vinha da missa do Pelourinho com Adé , sua esposa e paramos para o abraço e os “festejos” típicos destas agradáveis encontros inesperados de amigos.

Subo empurrando a minha magrelae observando a Igreja do Pelô cheia de fiéis, baianas enfeitadas na porta e um grupo do SALVADOR FOTO CLUBE fotografando, como sempre fazem, tudo que se apresentavam ao seus olhares, inclusive o “out bike door”, de madeira da minha bicicleta, cuja imagem certamente fará parte da exposição que realizam após os seus passeios fotográficos.

Não entrei na igreja porque estava muito suado. Mas ouvia o sermão quer dizia respeito às ações afirmativas e história dos negros. Do lado de fora as conversas e brincadeiras tratavam do jogo do Bahia que aconteceria mais tarde na Fonte Nova.

Os pinguinhos , ensaios refrescante de chuva “ajudavam”-me a subir a “ladeira do pelô” sem maiores sacrifícios, empurrando minha bici, sob o olhar dos turistas que já começaram a chegar para o verão baiano , assediados pelos vendedores de fitinhas, rosários e bugigangas do artesanato baiano.

Em uma loja de CD, na Sé, ouço, bem sintonizada, a voz macia, inconfundível, de João Gilberto perseguida naquele momento por um “sonzão”, da loja vizinha.

Vou seguindo, parando em frente à Câmara Municipal para conhecer o nosso primeiro bicicletário, implantado pelo seu Presidente Valdenor Cardoso, cuja inauguração acontecerá na próxima sexta feira, dia 30.11.2007.

Gostei do bicicletário. Era como eu pensava que deveria ser:simples, sem maiores custos e em local muito apropriado. Fiz a “inauguração particular, amarrando nele a minha magrela , dirigindo-me em seguida para um sorvete na Cubana. Tive a sorte de procurar a carteira antes de pedir o sorvete. Só assim descobri que saíra de casa sem um centavo!

Dei uma parada para olhar os barcos acomodados na Marina, os telhados que ainda restam do nosso casario do comércio, o movimento das barracas da frente do Mercado Modelo, para, em seguida, dar uma volta nas barracas instaladas no “Cemitério de Sucupira”.

Com a sensação de ter inaugurado o bicicletário, apanho minha magrela e vou ao próximo destino: Museu da Caixa Econômica, que no momento abriga duas exposições “PORTINARI NA COLEÇÃO CASTRO MAYA” e A GRANDE ARCA: Arte da Fé, do fotógrafo Edgar Oliva, com fotografias de presépios feitos por pessoas simples de várias cidades da Chapada Diamatina, “que falam per si;imprimem, através de seus autores, a força e a fé da natureza humana no âmbito da crença religiosa e da sociedade em que vivem," nas palavras do catálogo distribuido aos visitantes. Abriga ainda a exposição um presépio, instalado no mesmo modelo dos fotografados.

Na exposição fotográfica duas artes se misturam: a dos presépios e a da Fotografia em belas e coloridas imagens. Logo na entrada, uma moça me atende com um sorriso radiante propondo-se a me prestar informações e indicando os católogos das exposições. Subo as escadas e me apresento a um novo facilitador que portava um livro de Esra Pond. Não tendo dúvida de que se tratava de alguém que gosta de ler, provoco -o com a “original” pergunta: "Gosta de ler, não é?" " Estuda o que? "
-Sou Rafael, estudante de Letras , com Inglês, da UNEB; e sou apaixonado por livros. Meio sorridente, continua: “sou um mini bibliófilo." Após “ocupar “ Rafael, conversando sobre livros, apresento-me , relatando nossas atividades cicloativistas. Afirmou Rafel que soube de um programa de Tv que apresentou uma reportagem de um ciclista apaixonado por livro e que fazia passeios para doações a bibliotecas comunitárias. Afirmando para Rafeal que ele estáva diante do próprio, rimos juntos e deixamos no ar certeza de que teremos futuras conversas e ações sobre livro. Na certeza de que isto vai acontecer vai acontecer, afirmo para o Rafael que se continuássemos naquela conversa, eu não iria ver a exposição e ele não iria podere mais atender aos visitantes do Museu...

Percebi que a bicicleta ainda não o tocou. Mas acho que é uma questão de tempo. “Vamos fazer a sociedade dos DOIS MINI BIBLIÓFILOS DA BAHIA”, brinquei, relacionando a minha afirmação com “Sociedade dos Cem Bibliofilos” parte do tema da exposição Castro Maya.

Começa a minha visita limitada por não estar ali meu amigo George, Itaninha, Luzia, Lazaro , que curtem o Juabuti Cultural;

Meu olhar vai passeando por edições raras de Machado de Assis, José Lins do Rego, fotos, gravuras ,desenhos; ilustrações de Candido Portinari, para várias edições de obras como Don Quixote, O Alienista, Dom Casmurro; fotos de Juscelino e Getulio Vargas com o colecionador , bibliófilo e industrial Maya, e Portinari.

Sigo o caminho traçado pelo da escrita, da foto, da imagem e da literatura que deixam as suas marcas de eternidade para nossas contemplações , vivencias e emoções.

Retorno para o térreo, para a outra missão, no mesmo museu: Visita a exposição fotográfica reveladora da magia singela da arte dos presépios.Nesta , duas artes se uniram : a da fotografia e as manifestações do povo humilde da Chapada Diamantina.

Despeço-me da equipe do museu, premiado pelo que vi , e retorno para casa.

No trajeto, entro na Casa da Itália para uma saudação à turma do Bocce que naquele momento jogava uma animada partida. Saudações feitas, e promessas para jogar em um próximo domingo, sigo em frente. No Forte de São Pedro, no cruzamento de acesso à Contorno, na Sinaleira, soldados, equipes de socorro, vidros quebrados, carros parados e uma senhora sendo resgatada para o hospital, resultado de uma batida entre dois veículos e de um atropelamento.

Pois é, carros batidos , uma senhora atropelada e na mesma pista veiculos passando em velocidade incompatível com o local, com enormes bandeiras de pau ou de plásticos, esticadas para fora, igorando o perigo, mesmo tendo aos seus olhos a cena do atropelo.

As investigações vão dizer o que aconteceu. Mas , com a visão superficial a mim permitida, ali, naquele local, um dia de domingo, de pouco movimento jamais se poderia pensar na ocorrência de um acidente senão como conseqüência da falta de respeito, educação e cuidado de algum ou de todos os envolvidos.

Resgatada a senhora, vou seguido. No Campo Grande, muitos trios elétricos se preparando para o DIA DO SAMBA, alguns testando o som “batendo firme” nos ouvidos de quem passava ou descansava.

Desço a ladeira da Barra. Um motorista da empresa Ondina me espreme na pista, buzinando com o seu jeito mal educado de dirigir. Acreditando que queria apenas me assustar, vou seguindo expremendo-me nos cantos da pista para ele passar. Logo atrás vem outro ônibus da mesma empresa e sou compensado pela atitude deste que dirigia com o maior cuidado e respeito ao meu pedal. No momento próprio guinei para a direita, em local seguro e manifestei, em acenos, meus agradecimentos pela gentileza , educação e respeito manifestado.

O primeiro motorista ainda não aprendeu a lição que o segundo já lhe pode ministrar.

Alcanço o Porto da Barra com seus barcos, gente correndo, caminhando, os bares cheios, tempo meio tristinho, ruas lavadas pela chuva e todo o seu universo de pessoas, cores e muito frescor em seu vento. Entro no Caranguejo do Farol para cumprimentar meu amigo Helio Macedo, ao som do Aguinaldo Santana, artista que ali vem se apresentando aos domingos. E não poderia ser outra a música naquele momento, para um JABUTI:

“Ando devagar por que já tive pressa e levo este sorriso porque já chorei demais”. Obrigado , Agnaldo!

Despeço - me e continuo o pedal com a imensa vontade de ir "tocando em frente. Mas faço a curva em direção à minha casa, encontrando-me ainda com ANNA GEORGINA, da PANORAMA GALERIA DE ARTE, que pára seu carro para perguntar:

-Valci, já marcou a data?

Referia-se à Exposição sobre o tema BICICLETA, segunda edição, que está sendo cobrada pelos artistas , ciclistas e até por órgãos de turismo da Bahia.

Respondo-lhe: O papel dos artistas é fazer as artes, o seu é marcar a data. O nosso é só avisar e participar! E arremato:

Pode marcar a data . Seja ela qual for estaremos lá!

E avisem aos artistas: A de 2009 terá seu tema amplicado para LIVRO E BICICLETA, igualzinho ao pedal de hoje.

Chego em casa com a alma lavada. Nem me lembrava que fiz todo o passeio sem um centavo no bolso!


(Lamentável, apenas, o que aconteceu depois:a trajédia ocorrida na Fonte Nova, quando 7 pessoas morreram e outras ficaram feridas."


Publicado no muraldebugarin.com
E
No bikebook.blogspot.com

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

DICA DE LEITURA

"Saí da Microsoft para Mudar o Mundo -
John Wood"






valci barreto

editor do bikebook.blogspot.com
colaborador do muraldebugarin.com



Li este fascinate relato de John Wood, ex alto executivo da Microsoft. Realizando uma escalada no Himalária, em contato com crianças analfabetas,sentiu o autor a necessidade de fazer algo por elas. E está fazendo. Deixou a Microsft para ajudar aquelas crianças a ler e escrever. Criou uma entidade filantrópica, com os mesmos principios que aprendeu na grande empresa do Bill Gates e hoje espalha livros, bibliotecas e escolas pelo mundo.

Não é criação literária, não é um romance. É o relato das vivencias do próprio autor.


o que disseram sobre o livro:

"A história de John é uma fascinante narrativa da transformação de um executivo predador em um empreendedor responsável por oferecer o incrível dom de ler e escrever a milhões de crianças de todo o mundo."

Marc Andreessen, co-fundador da Netscape

Insatisfeito com o trabalho de alto executivo na Microsoft, o americano John Wood decidiu fazer um trekking pelo Nepal na esperança de que, ao subir bem alto no Himalaia, deixaria de ouvir o chefe gritando em seu ouvido.

Deu certo. A viagem não apenas funcionou como um antídoto contra a exaustiva rotina de trabalho, como o fez descobrir a paixão e o objetivo maior de sua vida: ajudar crianças carentes a aprender a ler e escrever.

Saí da Microsoft para mudar o mundo é ao mesmo tempo uma história de transformação pessoal e o relato de um empreendedor social que colocou sua experiência corporativa a serviço de uma causa nobre – mudar o mundo pela força da educação –, criando a Room to Read, uma ONG com a "eficiência da GE e a compaixão de Madre Teresa".

Wood não esconde que sua inspiração veio de Bill Gates e de Steve Ballmer, a dupla que comanda a Microsoft. Princípios como foco nos resultados, profundo conhecimento dos números, respeito às idéias dos outros, relação de lealdade com a equipe e, acima de tudo, paixão pelo negócio foram tirados do dia-a-dia competitivo da grande corporação e aplicados no combate ao analfabetismo e na promoção da inclusão social.

Com base nesses princípios, em apenas sete anos a Room to Read construiu 287 escolas, 3.600 bibliotecas e 110 oficinas de informática, distribuindo mais de 2,8 milhões de livros e oferecendo 2.336 bolsas de estudo para meninas carentes. No total, mais de 1,2 milhão de crianças de sete países (Nepal, Vietnã, Camboja, Índia, Sri Lanka, Laos e África do Sul) foram beneficiadas. Esses números demonstram a capacidade de Wood de transformar sonhos em realidade.

***

"Não há nada que assuste tanto um homem quanto ser capaz de descobrir a enormidade do que ele pode fazer e se tornar."

Soren Kierkegaard

Saí da Microsoft para mudar o mundo é uma crônica de viagem com pitadas de saga de negócios e de drama humano. Nela o autor conta sua trajetória, seus desafios pessoais e profissionais – primeiro como executivo de tecnologia e, depois, como empreendedor que aposta na educação para melhorar o mundo.

John Wood estava em ascensão na Microsoft quando um trekking pelo Himalaia o levou a descobrir que o objetivo de sua vida era "devolver" ao mundo o tanto que havia recebido.

Dividido entre o sucesso profissional e financeiro e o desejo de ajudar os outros, o autor ficou sensibilizado com a visita que fez a uma escola no Nepal cuja biblioteca tinha apenas alguns exemplares deixados para trás por mochileiros como ele.

Ao se oferecer para fazer algumas doações, sua idéia foi recebida com ceticismo pelos professores locais. Afinal de contas, por que um alto executivo da maior empresa de tecnologia do mundo perderia tempo juntando livros usados para equipar uma escola em um país do Terceiro Mundo? Mas John cumpriu sua promessa e voltou com uma tropa de iaques carregados de livros.

Foi naquele momento, ao perceber a importância daquele pequeno gesto de solidariedade, que ele tomou a decisão de abandonar a Microsoft e criar a Room to Read, uma ONG que tem por objetivo construir escolas, bibliotecas e centros de informática e fornecer bolsas de estudo de longo prazo a meninas carentes."

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Esta é a dica de leitura do bikebook.blogspot.com

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MINHA HISTORIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

publicado no bikebok.blogspot.com

"Caro José Carlos, li seus textos várias vezes, frutos, presumo, da sua experiencia judicial. Voce denunica, de forma bem humorada, a ignorância, a soberba, a pompa balofa e obsoleta de pessoas que se julgam acima do bem e do mal, mas que, provavelmente, irão se sentir infinitamente inexpressivas após lerem seu livro MINHA HISTORIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO....

parábens ELVIRA CAMARINHA. Licenciada no Ensino de Lingua Portugues e de Frances. Presidente do Agrupamento de Escolas de Braga. Braga, Portugal"

depoimento extraido de folder di divulgação do livro.

www.minhahistória.net
correspondencia para minha-historia@acserv.com.br - celular 88019014

........O livro MINHA HISTÓRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO contém revelações surpreendentes, corajosas e imperdíveis, sobre os bastidores da Justiça do Trabalho. É uma obra que critica de forma construtiva, pois sugere soluções para os problemas apontados. Por ser coerente e justa, também elogia, com igual isenção e intensidade, as pessoas e as entidades dignas de tal homenagem.
Depoimentos sobre o livroAo ler seu fantástico livro, MINHA HISTÓRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO, percebi nele uma visão muito aguda e particular do quotidiano funcional da justiça trabalhista, que ultrapassa as meras aparências. Mesmo sendo advogado há mais de vinte anos, extraí preciosos ensinamentos de sua obra.
PEDRO MAURÍCIO PITA MACHADO.
Advogado.
Porto Alegre, RS.

Seu livro, José Carlos, foi escrito em linguagem clara, simples e transparente. Engrandece o ordenamento jurídico vigente e mostra, de forma singular, a vivência heróica e destemida de um brilhante funcionário da Justiça do Trabalho. A isenção e a lealdade do autor, na abordagem de um tema bastante espinhoso, demonstram seu crescimento profissional e suas vitórias conquistadas ao longo dos anos. MINHA HISTÓRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO é uma obra emocionante e real sobre a experiência humana nos bastidores do poder judiciário trabalhista.
PATRÍCIA FONTES MARÇAL.
Professora de Direito Constitucional e Coordenadora de Pesquisa da Universidade Católica de Brasília-UCB.
Brasília, DF.

MINHA HISTÓRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO é uma pérola da literatura forense. Muito bem escrito e eximiamente articulado. Mistura dados biográficos e científicos com preciosos conselhos de gramática, além de excelentes dicas de bons procedimentos judiciais. Em certas passagens, sério; em outras, cômico; jamais triste. A obra contém uma série de historietas, divertidíssimas, mesmo quando assumem tom de denúncia; de qualquer forma, muito bem narradas. O leitor, sem dúvida, se deliciará com as páginas saborosas deste magnífico livro.
CÉSAR AUGUSTO DE CASTRO FIUZA.
Doutor em Direito pela UFMG.
Professor de Direito Civil na PUCMG, UFMG, FUMEC e no IESPMG.
Diretor e Coordenador do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da PUCMG.
Belo Horizonte, MG.

copiado do www.minhahistoria.net
publicado no bikebook.blogspot.com

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

DICA DE LEITURA




DICA DE LEITURA

valci barreto

editor do bikebook.blogspot.com
colaborador do muraldebuarin.com


"Saí da Microsoft para Mudar o Mundo
John Wood"

"Li este fascinate relato de John , ex alto executivo da Microsoft. Realizando uma escalada no Himalária, em contato com crianças analfabetas,sentiu o autor a necessidade de fazer algo por elas. E está fazendo. Deixou a Microsft para ajudar aquelas crianças a ler e escrever. Criou uma entidade filantrópica, com os mesmos principios que aprendeu na grande empresa do Bill Gates e hoje espalha livros, bibliotecas e escolas pelo mundo.

Não é criação literária, não é um romance. É o relato do própiro autor que deixou a Microsoft, onde era um alto executivo, para distribuir livros no NEPAL, através de uma organização filatrópica que fundou.

Esta é a dica do bikebook.blogspot.com

Fascinantge, uma grande lição de vida .Um livro para ser lido.(valci Barreto)"


"A história de John é uma fascinante narrativa da transformação de um executivo predador em um empreendedor responsável por oferecer o incrível dom de ler e escrever a milhões de crianças de todo o mundo."

Marc Andreessen, co-fundador da Netscape

Insatisfeito com o trabalho de alto executivo na Microsoft, o americano John Wood decidiu fazer um trekking pelo Nepal na esperança de que, ao subir bem alto no Himalaia, deixaria de ouvir o chefe gritando em seu ouvido.

Deu certo. A viagem não apenas funcionou como um antídoto contra a exaustiva rotina de trabalho, como o fez descobrir a paixão e o objetivo maior de sua vida: ajudar crianças carentes a aprender a ler e escrever.

Saí da Microsoft para mudar o mundo é ao mesmo tempo uma história de transformação pessoal e o relato de um empreendedor social que colocou sua experiência corporativa a serviço de uma causa nobre – mudar o mundo pela força da educação –, criando a Room to Read, uma ONG com a "eficiência da GE e a compaixão de Madre Teresa".

Wood não esconde que sua inspiração veio de Bill Gates e de Steve Ballmer, a dupla que comanda a Microsoft. Princípios como foco nos resultados, profundo conhecimento dos números, respeito às idéias dos outros, relação de lealdade com a equipe e, acima de tudo, paixão pelo negócio foram tirados do dia-a-dia competitivo da grande corporação e aplicados no combate ao analfabetismo e na promoção da inclusão social.

Com base nesses princípios, em apenas sete anos a Room to Read construiu 287 escolas, 3.600 bibliotecas e 110 oficinas de informática, distribuindo mais de 2,8 milhões de livros e oferecendo 2.336 bolsas de estudo para meninas carentes. No total, mais de 1,2 milhão de crianças de sete países (Nepal, Vietnã, Camboja, Índia, Sri Lanka, Laos e África do Sul) foram beneficiadas. Esses números demonstram a capacidade de Wood de transformar sonhos em realidade.

***

"Não há nada que assuste tanto um homem quanto ser capaz de descobrir a enormidade do que ele pode fazer e se tornar."

Soren Kierkegaard

Saí da Microsoft para mudar o mundo é uma crônica de viagem com pitadas de saga de negócios e de drama humano. Nela o autor conta sua trajetória, seus desafios pessoais e profissionais – primeiro como executivo de tecnologia e, depois, como empreendedor que aposta na educação para melhorar o mundo.

John Wood estava em ascensão na Microsoft quando um trekking pelo Himalaia o levou a descobrir que o objetivo de sua vida era "devolver" ao mundo o tanto que havia recebido.

Dividido entre o sucesso profissional e financeiro e o desejo de ajudar os outros, o autor ficou sensibilizado com a visita que fez a uma escola no Nepal cuja biblioteca tinha apenas alguns exemplares deixados para trás por mochileiros como ele.

Ao se oferecer para fazer algumas doações, sua idéia foi recebida com ceticismo pelos professores locais. Afinal de contas, por que um alto executivo da maior empresa de tecnologia do mundo perderia tempo juntando livros usados para equipar uma escola em um país do Terceiro Mundo? Mas John cumpriu sua promessa e voltou com uma tropa de iaques carregados de livros.

Foi naquele momento, ao perceber a importância daquele pequeno gesto de solidariedade, que ele tomou a decisão de abandonar a Microsoft e criar a Room to Read, uma ONG que tem por objetivo construir escolas, bibliotecas e centros de informática e fornecer bolsas de estudo de longo prazo a meninas carentes.

domingo, 25 de novembro de 2007

Bar ruim é lindo, bicho

O texto abaixo nos foi encaminhado , por e mail, pela n
ossa qurerida CECILIA CASEMIRO, paulista, estudando em Salvador, pelo que agradecemos.
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Bar ruim é lindo, bicho


Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso
freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas
nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos
a vanguarda do proletariado, há mais de cento e
cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com
uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas
tudo bem).

No bar ruim que ando freqüentando ultimamente o
proletariado atende por Betão – é o garçom, que
cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando
resolver aí quinhentos anos de história.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos
ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre
futebol enquanto nossos amigos não chegam para
falarmos de literatura.

– Ô Betão, traz mais uma pra a gente – eu digo, com os
cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto
parte dessa coisa linda que é o Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos
fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso
vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que
os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem
frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que
são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem
que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando
convidamos uma moça para sair pela primeira vez,
atacamos mais de petit gâteau do que de frango à
passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas
na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do
Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer
Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que
ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de
lata, copo americano e, se tiver porção de
carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em
nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um
de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre
um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais,
meio de esquerda, freqüenta, não nos contemos: ligamos
pra turma inteira de meio intelectuais, meio de
esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar
ruim.

O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando
cult, vai sendo freqüentado por vários meio
intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais
ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha
como ponto freqüentado por artistas, cineastas e
universitários e, um belo dia, a gente chega no bar
ruim e tá cheio de gente que não é nem meio
intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se
tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente,
universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz:
eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha
turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as
universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos
bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio
intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que
freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos
a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a
banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres
que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir
em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente
acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam
depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a
gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E
a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de
tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se
dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os
que não entendem. Os que entendem percebem qual é a
nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns
primos do cunhado para tocar samba de roda toda
sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no
cardápio e aumentam cinqüenta por cento o preço de
tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de
esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a
pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os
donos que não entendem qual é a nossa, diante da
invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica
imitando mármore, azulejam a parede e põem um som
estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a
gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas
vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão
raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de
esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil
encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os
pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha
sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins
de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau
pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio
intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por
questões ideológicas, preferem frango à passarinho e
carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que
mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós,
meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o
Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e
preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim
Câmara Cascudo, saca?).

– Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas
quais que tem?

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Também parte
integrante do volume As Cem Melhores Crônicas
Brasileiras, organizado por Joaquim Ferreira dos
Santos.

Antonio Prata
São Paulo, 17/9/2007