O dia amanheceu meio chuvoso, mas o sol se impôs a raiar e, num clima de ansiedade, soteropolitanos se encaminhavam ao Dique do Tororó para assistir a implosão do estádio Otávio Mangabeira, mais conhecido com estádio da Fonte Nova. Uma imponente construção que se incorporou ao cotidiano da região central e se tornou ponto turístico de Salvador ao lado da Lagoa do Dique do Tororó. Obra do arquiteto baiano Diógenes Rebouças.
O estádio foi inaugurado em 1951 e teve seu recorde de público registrado em 110.438 num jogo do Bahia com o Fluminense pela semi-final do campeonato brasileiro em 1988.
Desta vez, o público concentrou-se do lado de fora do estádio para despedir-se de tantas emoções vividas ali. Muitos torcedores do Bahia Futebol Clube foram vestidos com a camisa do time, levaram bandeiras, tocaram o hino e deixaram a emoção fluir publicamente. Outros tantos torcedores do Vitória Esporte Clube também levaram suas saudações. O clima era amistoso. Todos se uniram pelas lembranças que o estádio proporcionou como dos jogos ali realizados, dos shows (como o de Ivete Sangalo - torcedora apaixonada do Vitória), da escola de natação, do Ginásio Balbininho, da tragédia de 2007, do “bába” no estacionamento e das caminhadas e pedaladas no projeto “Rua de Lazer”, aos domingos, ao lado do estádio ...
Até onde foi permitido se aproximar do estádio para assistir o evento, via-se muitas pessoas querendo fotografar e filmar um fato histórico da cidade, um patrimônio cedendo lugar ao próximo. Toda a mídia estava presente TV’s, rádios e jornais.
Helicópteros sobrevoavam o estádio e a multidão misturando-se ao som do hino do Bahia e aos gritos dos mais emotivos.
As 10:20 hs o estádio veio abaixo despedindo-se dos baianos com uma gigantesca nuvem de poeira e dando espaço ao vazio.
Vazio este que gerou choro e soluços de vários espectadores presentes.
Cabe a nós, cidadãos e torcedores baianos, aguardar a reconstrução da Nova Fonte Nova. Mais moderna e segura para também acolher a Copa de 2014 em Salvador.
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