quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

ITACARANHA SUBURBIO DE SALVADOR - VISITA DO "JABUTIS VAGAROSOS"



Jabutis Vagarosos em Visita Itacaranha, Campo da Lagoa, gerador de grandes craques do futebol baiano.


Itacaranha - Pedal Jabutis Vagarosos.

Valci Barreto
publicado no bikebook.blogspot.com


Conforme projetado, às 8.30 da manhã, várias pessoas e grupos de pedais já se faziam presentes em frente ao estacionamento da Fonte Nova para a visita ao Campo da Lagoa, em Itacaranha, no subúrbio ferroviário de Salvador, para assistirmos ao torneio início de futebol infantil.

Antes da saída, um pequeno chuvisco gerou no grupo uma dúvida se faríamos ou não o passeio. Decidimos pela ida, apesar de uns poucos desistirem.

Nove horas, pontualmente, estávamos montados em nossas bicicletas para a saída, enquanto chamávamos os que se protegiam dos chuviscos, sob o telhado de A PORTEIRA, restaurante ao lado do Dique do Tororó. A chegada, neste momento, do Gilson Cunha, que iria de carro com seu filho, para tomar informações do trajeto do passeio, e para justificar que não iria pedalando, por estar com seu filho.

Demos a partida e já na sinaleira da frente do Mercado da Sete Portas, uma grande emoção: O grupo de Narandiba que, participante dos Jabutis de hoje, misturou-se, naturalmente, ao nosso grupo, como se ali houvéssemos combinado para o encontro. Sob o comando de “Guerreirão", elevou este o seu conhecido grito de guerra transmitindo o entusiasmo de sempre.

Seguimos em ritmo “JABUTI AVANÇADO”, porque não houveram as “paradas de dez em dez metros”, até um posto de gasolina, na Calçada, para o “freio de arrumação” e escolha dos coordenadores e batedores: Jorge do Apito e Nestor.

No trajeto, as emoções de sempre que nos oferece os “caminhos dos pedais”: cores, tempo um pouco nublado, vendedores de frutas, picolés, crianças, religiosos com suas pastas, gravatas, paletós, gente saindo ou indo para as missas, pontos com gente esperando ônibus para os seus trajetos dominicais, crianças, casais de namorados, quase todos saudando, festejando a nossa passagem.

Como sempre, ainda alguns motoristas agressivos, desrespeitadores das mínimas regras de conduta doméstica, a ``tirar fino``, buzinar, como a dizer: “saiam da frente que a rua é só minha!” “ To com com pressa..” Acostumados com esta convivência, que felizmente tem melhorado, nada que nos assustasse ou inibisse nosso propósito de seguir em frente.

Fomos compensados pelas saudações de outros, respeito ao nosso pedal e até acenos de apoio, dando-nos a certeza de que nem tudo está perdido. Enquanto houver estas pessoas sensíveis ao seu semelhante, há esperanças, sim.

A nossa parte buscamos fazer, obedecendo às normas de trânsito, levando mensagens de respeito a todos: motoristas, ciclistas, motociclistas, pedestres.

Sendo domingo pela manhã e um dia nublado estavam as ruas mais livres de carros o que nos permitiu uma chegada aproximadamente às dez horas, bem mais cedo do que prevíamos.

Enquanto isto visitávamos a sede da Associação dos Moradores, que tem foco maior para os esportes, notadamente futebol, danças, cultura, sob o siceroneamento do Barbosa, líder comunitário, “olheiro” de atletas do futebol.

Vários times de adultos participavam de um campeonato e, na sede da Associação, um grupo de adolescentes e crianças participavam de ensaio de danças.

Nosso grupo se espalhou pelas barracas e bares para os costumeiros bate papos, descansos, reidratação com água, cervejinha, merenda.

Visitamos a “Bica de Itacaranha”, um prêmio da natureza para os moradores vizinhos que, segundo seus depoimentos, testada por técnicos habilitados, é ainda pura, própria para o consumo e muito serve à comunidade, especialmente quando falta água da Embasa nas casas da redondeza.

Um grupo está envolvido em trazer de volta aos estádios o REDENÇÃO FUTEBOL CLUBE. Se não para grandes espetáculos, pelo menos como entidade destinada aos ensinamentos do exercício da cidadania, criação e manutenção de escolas de futebol. Vontade do grupo é que não falta.

Obrigado a todos que participaram. Sentimos a falta do querido George que, mesmo não tendo pedalado, participou ativamente do sucesso do passeio, telefonando, agregando pessoas para que JABUTI VAGAROSO fizesse mais este.

E ao Gilson Cunha que, igualmente não pedalando, marcou sua presença com a vontade permanente de ajudar nossas atuações ciclísticas e reforçar o convite para estarmos no seu passeio de 16/09, PORTÃO/BOMFIM.

(Por Valci Barreto)













JABUTIS VAGOROSOS- Grupo de Passeio Ciclistico-PERFIL


valci barreto, advogado, cicloativista, editor do
BIKEBOOK.BLOGSPOT.COM
MEU ZINE, DO SITE MURALDEBUGARIN.COM

colaborador do muraldebugarin.com


Gostando de passeios lentos de bicicletas, de utilizá-los para pequenas compras, visitar amigos, inclusive em hospitais, bares, restaurantes, livrarias, museus, lojas de livros usados, antiquários, distribuição de panfletos sócios educativos e, sobretudo ,usar a bicicleta para melhor contemplar o pedaço, por menor que seja, do nosso mundo, o advogado e cicloativista VALCI BARRETO, residente em Salvador-Ba, criou o passeio ciclístico JABUTIS VAGAROSOS . Este não é apenas um passeio : é uma forma de ver , sentir, estimular a vida, o olhar,aguçar os sentidos, realizar as contemplações de pequenas coisas e espaços que o trânsito, o stress , a pressa e correrias não nos permitem. Visitamos bibliotecas comunitários, levamos livros para doações, compramos livros e revistas usadas nos sebos da cidade e temos a maior paciência com qualquer pessoa que queira pedalar, que queira iniciar-se no mundo dos simples passeios de bicileta.

A opção pelo lento, não decorre de indisposição para a corrida, ou por não acolher atletas do pedal. Nele aparecem eventuais atletas que percorrem longas distâncias ou curtem velocidades elevadas. Há destes também no nosso grupo. George Argolo, por exemplo, já percorreu 600 km de Ouro Preto a Paraty, em bicicleta. E é um dos mais entusiastas membros dos JABUTIS. Dimitri, competidor em várias modalidades esportivas, deu-nos a honra de uma pedalada e garantiu-nos retornos futuros. Diógenes Evangelista, advogado, apaixonado por leitura, bicicleta e cavalgada, é um dos mais presentes. Itana Mangiere, de grandes trilhas em Salvador e Pará, eskribiker, é 'JABUTI INTEGRAL";Lázaro, do NATURABIKEAÇAO, que comumente realiza pedais de mais de cem quilômetros, é um dos mais presentes no Jabutis. Lu Saraiva, amante de longas distâncias e velocidades, do site amigosdebike.com.br, e do passeio do mesmo nome, já pedalou conosco em mais de uma oportunidade. A professora Luzia Teles, que faz longas distâncias em pedais de cicloturismo, uma das fundadoras do PEDALDELAS, é JABUTI de corpo e alma. Porém, quando estão no JABUTIS, todos deixam de ser os grandes corredores e atletas do pedal para abraçar o espírito lento e bem humorado de pedalar. Com outras indumentárias, os parceiros, ou meros visitantes, acolhem o nosso ritmo: sem stress, sem pressa, sem velocidade.

O Jabutis, muitas vezes, é simplesmente uma pessoa que, solitàriamente, sai pelas ruas de Salvador "fazendo um Jabuti por aí".

Prima pelo horário combinado para o início do pedal: não espera por ninguém, por mais importante que seja para o grupo. Não adianta ficar, comum entre nós baianos, ligando :"Espere", "Tô saindo". "Tô chegando", " Me aguarde". " Me ligue quando estiver saindo"; o jabutis, simplesmente , não aguarda. Abrem-se exceções raras, óbvio: acidente antes de chegar ao encontro, um pneu do companheiro que fura, uma bicicleta que quebra no trajeto até o local do encontro.

Outra característica do JABUTIS é o bom humor, a tranquilidade, o jeito jabuti de ser: os estrassados, a turma do "vamo vamo", "tá na hora", " tenho que ir ver minha mulher,gato, filho, ......" São, mesmo antes do início do passeio, desconvidados.

O horário da saída é pontual. O do retorno, jamais. Pode-se, antes ,ou durante o passeio, combinar tudo, até a volta de cada um. Mas este não poderá atrapalhar o trajeto dos demais. Ele pode voltar só. Se for iniciante, e afirmar: devo voltar tal hora, ou afirmar: tenho que retornar tal hora e será, do mesmo jeito, acolhido e respeitado. O Jabutis até leva o ciclista em casa. Mas este privilégio é apenas dos iniciantes, ou de quem apresenta algum imprevisto incontornável. Se também não agüentar o pedal, terão o devido respeito: Pára-se, espera-se a recuperação. Os inquietos podem seguir o seu caminho. Quem não tiver paciência de esperar , não é JABUIT. Há outros passeios para estes. Se a agonia, a pressa, o stress o "tenho que ir embora," chegar para alguém, no curso do passeio, sem problema: Pode seguir seu caminho. Mas deixe o Jabuti ser sempre Jabuti, durante todo o passeio, especialmente na hora de esperar quem não agüentou . Este jamais será abandonado , censurado ou impelido a voltar para casa. A preferência, a atenção é para quem não agüentou. Jamais para o apressado.
Para os que não agüentam, chamamos um táxi, da Ligue Táxi. Esta empresa , em nossa experiência, jamais nos deixou sem a atenção de um taxista. A empresa, o taxista, não tem obrigação de levar bicicleta. Porém, fazemos o pedido dizendo que temos um bicicleta para conduzir de tal a tal lugar. Nunca fiquei sem táxi nestes momentos.

O grupo é aberto a qualquer pessoa, mesmo que pedale apenas dez metros. E pode ir com qualquer bicicleta, velha, nova, cara, barata, com ou sem marcha. Quando o passseio é pelo centro de Salvador, O Jabutis pefere até as mais velhas, usadas, enferrujadas e sem marcha, com espelho retrovisor, descanso e cestinha ou bagageiro para condução dos apetrechos: água, livros , alimentos para alguma entidado ou panfletos sócio educativos para distribuição. O Jabutis pede apenas que revisem as bicicletas antes da saída para evitar paradas desnecessárias. O que não pode é o mal humor, a falta de respeito, a pressa, o grito, a buzinada . Nem pensar nestas, a não ser as baixinhas, tipo de sorveteiro de rua, ou pipoqueiro. Nem insista. Andar correndo, ultrapassar batedor, são "crimes" imperdoáveis, "inafiançáveis" para os Jabutis.

Não tem dia certo para acontecer. Mas normalmente acontece aos sábados, domingos e feriados pela manhã. Os avisos são dados nas quintas feiras pelos comentários dos sites: muraldebugarin.com, amigosdebike.com. Sincronia.

Quando não está anunciado é porque pode haver um Jabuti não aconselhado para iniciantes. Ou um com fim e pessoas especificadas.É que jabuti, mesmo com toda a sua vagarosidade, muitas vezes vai para mais longe , como Guarajuba, Práia do Forte, Ilha de Itaparica, Nazaré das Farinhas, Valença. E, qualquer dia , irá a Jaguaqura. Neste caso, não pode acolher pessoas que não estejam em condições físicas de, mesmo devagar, percorrer tais distâncias.

Quem quiser saber se vai ou não haver Jabuti e queira participar, só há um meio de comunicação: nossos sites, muraldebugarin.com, amigosdebike.com.br , sincronia, ou através do e mail valcibarretoadv@yahoo.com.br

Depois que você se incorpora ao grupo, fica sabendo por outros meios;

Se você é JABUTI, será sempre nosso convidado. Participam pessoas de qualquer idade, credo, cor, condição social, basta ter educação, respeito ao seu semelhante, cultuar a paz, o bom humor e ter uma bicicleta que rode, ainda que apenas dez metros. Outra coisa fundamental: Não adianta chegar atrasado ao local e horárío marcado: Jabutis não vai esperar. Nem vai ficar ligando para você e companheiros perguntando se vem ou se não. Jabutis pode até ter roteiro. Mas, neste caso é anunciado antes. Porém, normalmente não há qualquer roteiro pré fixado: Nosso olhar, desejo, curiosidade é quem vai nos conduzindo.A única coisa certa é o horário e local da saída.

No BIKEBOOK.BLOGSTOP.COM, e no MEU ZINE, há uma foto do Jabutis Vagarosos distribuindo um informativo: FIFÓ 21, parando para conversar com um artista da rua, na Vasco da Gama. A arte, como a do rapaz da foto ,sempre será apreciada por nós. O mesmo respeito que toda a humanidade devota a um Picasso, Matisse, Michelangelo, ao nosso querido Bel Borba, Jabutis Vagarosos,atribui ao artista da rua em respeito a ARTE.

Se você tem interesse em distribuir panfletos de festas, serviços, shows, comércio, fazemos , gratuitamene, a distribuição. Não cobramos absolutuamente nada. Pedimos, apenas , que nos autorizem usar , neles, as mensagens de nossas ações cicloativistas e filantrópicas no espaço que for possível, do seu próprio panfleto. Não distribuímos propaganda de bebidas alcóolicas, cigarros, drogas, legalizadas ou não.

Entre as ações do JABUTIS: distribuição de panfletos socioedutivos, participação em todos os pedais beneficentes, cicloativismo permanente, cicloturismo, estímulo à leitura, proteção ambiental, exercício da cidadania, distribuição de livros para bibliotecas comunitárias, participação em ações políticas relacionadas ao mesmo tema.

Realizamos, anualmente, o "BICICLOTECA," destinado a levar livros para alguma biblioteca comunitária, escolhida prèviamente. E pleiteamos, permanentemente, junto ao poder público baiano, ações voltadas para o uso da bicicleta como meio de transporte.


valci barreto, advogado, cicloativista, editor do BIKEBOOK.BLOGSPOT.COM; do MEU ZINE,
colaborador do muraldebugarin.com

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