sábado, 30 de abril de 2011

O EVENTO REAL

Imagem: virgula Uol


(Texto: Itana Mangieri)

Desde o noivado, em novembro de 2010, convivemos com os detalhes da organização do casamento do Príncipe William com a Plebéia Keith e, neste último mês, fomos bombardeados com esse assunto. Muitos criticavam, outros elogiavam. Mas não podemos negar: nós, brasileiros, merecíamos presenciar ao vivo e a cores este evento histórico. Não somente pelo modelo político e tradições inglesas, pelo glamour ou pelos nobres títulos, mas pelo romantismo.
Que mulher nunca brincou de princesa ou sonhou com um casamento impecavelmente elegante ? Ainda mais com um príncipe bonito, rico e gentil ?
Foi tudo lindo. A realização de um sonho !
Sem contar com o tão esperado beijo dos noivos na sacada do palácio de Buckingham, aplaudido pelos súditos que aproveitaram o declarado feriado para acompanhar os noivos.
Esta paralisação inglesa foi emocionante pelo carisma da família e tradições da realeza.
Ouvi algumas reclamações sobre este “absurdo” nos dias hoje e que os noticiários forçaram este evento ao resto do mundo.
... Mas que absurdo ?
Absurdo é o que vivemos aqui no Brasil.
Tantas críticas aos luxuosos trajes e vestidos e caríssimos chapéus usados pelas convidadas(os) na cerimônia deste casamento e aqui, homens e mulheres, desfilam seus músculos e curvas semi-nuas.
Em Brasília gastam-se “os fundos” por eventos duvidosos, CPI’s, maracutaias, coligações partidárias, pizzas ...
E o povo, que engole um modelo político democrático, não tem direito a participar destes tão caros episódios que corrompem o saldo do erário público além do caráter dos políticos.
Os noticiários daqui nos forçam a ver e ouvir sobre futebol todos os dias e sobre jogadores que ganham milhões e partilham comportamentos sociais cada vez mais vergonhosos, marginais e criminosos.
Feriado prolongado, onde o povo participa em massa aqui no Brasil, é o carnaval, onde a promiscuidade e a bebedeira, lucram triplos cifrões às cervejarias e prejuízos sociais na saúde e no trânsito. E, como todos sabem, festas populares aqui resultam em pagode, bebedeiras, brigas, violência, polícia e povo armados com metralhadoras, mutilações e mortes.
Os súditos (povo inglês), que prestigiaram este casamento como uma festa popular de feriado nacional, mostraram um comportamento social e civilizado indiscutivelmente incomparável ao nosso.
Brasileiro, quando vai as ruas em massa, para festas ou para protestos contra a vergonha de nosso modelo político vergonhoso e democrático, já sai de casa revoltado e agressivo e, depara-se com policiais treinados para o confronto e não mais para a segurança e ordem públicas.
Apesar dos grotescos exemplos comparativos, nós brasileiros, precisávamos presenciar um evento civilizado, cultural e histórico.
Cultura e história brasileira que nem museus, por aqui, conseguem preservar.
Grandes eventos históricos e romantismo, são exemplos saudáveis aos olhos, ao coração e à preservação.
God save the Brasil !

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