sexta-feira, 21 de dezembro de 2007


Lázaro do Naturabikeação, Valci Barreto, do Jabutis Vagarosos e o vereador Everaldo Augusto na I VOLTA CICLÍSTICA ITAPAGIPANA, em Salvador_Ba.
Conheça vários grupos de passeios ciclisticos, blogs e sites, no texto contido neste blog: PERFIS DOS PASSEIOS CICLÍSTICOS DE SALVADOR.
leia : muraldebugarin.com e veja em "galeria de fotos", centenas de fotos de passeios ocorridos em Salvador-Bahia.
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AGENDEM: DIA 15.01.2008, EXPOSIÇÃO DE PINTURA sobre o tema BICICLETA, na PANORAMA GALERIA DE ARTE; coquetel às 21 horas, Rua Nelson Gallo, 19, Rio Vermelho, subida em frente MC DONALD do Rio Vermelho, sentido Pituba / Centro, lado direito.
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BAIANO, EM 1927, PEDALOU DE SALVADOR A NOVA YORK.

Valci Barreto ,
-De 1927 a 1929, um baiano, Rubens Pinheiro, fez uma viagem de bicicleta de Salvador a Nova York.

Muitas pessoas, notadamente amantes de pedal, encantam-se com a história , contada em livro da nossa coleção, que nos foi ofertado pelo filho do autor da saga, também Rubens Pinheiro.

Ùltimamente, um dos fascinados pelo relato é o Juiz de Futebol, Cezar Brasileiro, que está sugerindo a mudança do nome da Av. Magalhães Neto para Av. Rubens Pinheiro, em homegem ao ciclista baiano.

Entre os ciclistas e blogueiros da mesma tribo, de Salvador, a idéia tem repercutido com intensa manifestação favorável.
Feitos alguns comentários pelo Cezar, em nossos sites, resolvemos dirigir-lhe nossas manifestações, aproveitando o espaço do muraldebugarin.com e do bikebook.blogspot.com.

Caro Cezar, como escrito no jornal À tarde, a viagem de Che Guevara foi , em relação à saga do baiano, uma coisa bem menor. O mundo conhece a viagam do Che, especialmente após o filme de Walter Moreira Salles. Mas não conhece a de Rubens . Váarios motivos justificam o destaque dado a um e não ao outro. Che além de letrado, ter deixado um diário muito importante, participou de uma das mais conhecidas e divulgadas revoluções políticas dos tempos modernos. A foto do Che é uma das mais, talvez a mais conhecida imagem do planeta, segundo várias pesquisas divulgadas amplamente na internet. Após o filme de Walter Moreira Sales, Diário de Motocicleta, a viagem do guerrilheiro cubano também ficou conhecida no mundo inteiro. Tudo merecidamente. O baiano, além de semi analfabeto, veio a relatar para edição de um texto, para alguem que reconheceu o valor da viagem, cinquenta anos depois da sua ocorrencia. Muitas razões há para o reconhecimento público de um e o anonimato do outro. Mas nada torna menos importante o exemplo do baiano. Quando recebi o livro, que me foi ofertado pelo Rubnes, filho do ciclista ,notei que este próprio não demonstrou , pelo menos para mim, conhecer a dimensão da histórica viagem do seu pai.Para ele, senti, posso até estar enganado, não havia a importancia que damos ao relato da viagem e ao feito do herói anônimo. Depois que li o livro, passei a falar para as pessoas, até mesmo para os não ciclistas e sinto uma reação impactante de todos, sentimento que vi em Dimitri, George Argolo, Alexandre, Itana, Luzia e outros.O Dimitri, então, chegou a dizer: vamos fazer um documentário. E vamos fazer ,dimitri!

Você , Cezar, é mais um empolgado com a saga do “herói esquecido” , como está na capa do livro. E você , para o bem de todos, está indo bem mais longe, sugerindo a mudança do nome da Avenida Magalhes Neto para Av. Rubens Pinheiro.

Concordo com você: o que o nosso baiano Rubens fez, como fez, a época em que realizou a façanha, merece a mudança ampla divulgação, mesmo porque levará para muita gente o modelo, exemplo de determinação, coragem , força de vontade.
Um riquinho(nada contra os ricos!), vai ao Himalaia, sobe quatrocentos metros com guia, equipamentos e até equipes de apoio, escreve um livrinho qualquer, as editoras investem, todo mundo compra o livro e propaga o “grande feito”, como uma lição de que "quem quer pode tudo".
Outros põem umas mochilas confortáveis nas costas, tênis de última geração , muitos dólares no bolso e vão fazer o Caminho de Santiago, que tem apenas oitocentos quilômetros . Percorrem apenas uns cem ou duzentos, comem e dormem muito bem pelos caminhos. No retorno, fazem uma festa, publica em um livrinho qualquer , a “sua saga” e relata a “revolução espiritual” que esperimentou. O mundo todo, alimentado pela indústria do turismo, exclama: “que maravailha”! “Vou também fazer este caminho!”Da minha parte, nada contra nada. Nada contra quem leu o relato de Paulo Coelho e por conta disso fez ou fará o mesmo caminho, até como uma ação meio “redentora”. Tudo isto é “lindo e maravilhoso”.
Porém dos relatados, o feito de Rubens é bem maior. Mas não precisamos de comparações, senão como instrumento de aprendizado. Com todos vamos aprendendo, buscando repostas para algumas coisas da vida, ou simplesmente conhecer alguns prazeres à nossa disposição. “Ou não”, como diria Caetano Veloso.

Então, meu caro, a pouca ajuda que eu puder dar para que sua idéia seja executada e divulgada, conte com seu amigo. Sei que não é preciso. Sua profissão abrem facilmente estas portas. Mas aqui estarei para aplaudir, apoiar e “carregar o andor”, com muito prazer.
Tenho um relato de um casal francês: 14 anos pedalando pelo mundo. Genial o relato. Mesmo assim, o de Rubens me fascinou muito mais, especialmente porque, no próprio caminho , tinha que arrajar a comida, vez que nada levava . E tinha ainda a limitação do semi analfabetismo. Mesmo assim foi recebido por Preidentes, autoridades da America Latina.
Feitos como o de Rubens, sempre trarão força para muita gente , inclusive para muitos de nós que não fomos , sequer, a Aracaju. (Mas agora vamos!).
Muitos dizem: Não teria coragem de ir hoje por causa de assaltos e trânsito de veículo. Acontece que o medo sempre acompanhou o homem. Na época de Rubens, não havia carro nem assalto. Mas muitos lhe advertiram: " É uma viagem muito perigosa: cuidado com as onças e índios que podem lhe pegar pelo caminho.”.E uma quase o pegou! Está no livro.
Com todas as dificuldades de hoje, acho que as enfrentadas por Rubens foram bem maiores.
Hoje, como ontem, o que vale é o sonho, a vontade , a determinação de fazê-lo acontecer. Isto é que move o homem na busca da sua felicidade.
Todos nós, para nós próprios, já realizamos coisas mais difíceis do que mudar o nome de uma rua. “Amanha, mesmo que uns não queiram, será de outros que esperam” .

Então, meu caro Cezar, a sua determinação já está me dizendo: Se não mudarmos o nome, o que não é nem tão importante assim, criaremos uma nova com o nome do herói baiano. Muito mais difícil foi a viagem do nosso admirável ciclista. Conte comigo. E sei que, idéia como a sua, em nosso meio, não contará apenas com o meu apoio; muitos e muitos dos nossos abnegados amantes do pedal estarão juntos para executar a melhor e mais merecida possível homenagem ao autor da grande aventura.

Valci Barreto, advogado, cicloativista,editor do BIKEBOOK.BLOGSPOT.COM,MEU ZINE e colaborador do muraldebugarin.com
Publicado no muraldebugarin.com , e no bikebook.blogspot.com

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