segunda-feira, 10 de março de 2008

Jabuti fez a festa - pedal musical

Texto: Itana Mangieri

Cheguei em Salvador cheia de saudades. Falei com o Jabuti e marcamos um pedal sem maiores pretensões. Então no domingo às 7:30 hs eu já estava na casa dele e fomos tomar café na Apipão e iniciar a atualização do nosso papo. Entre muffins de baunilha e suco de laranja comecei a contar alguns detalhes sobre a expedição Araguaia-Tocantins e de repente, o Jabuti se emociona e derruba algumas lágrimas. Confesso que também segurei algumas ... rsrs.



Fomos arrumar as bikes. Valci me emprestou uma das bikes dele e seu capacete também (acho que George não vai gostar de saber desse detalhe ... hehe – usei o capacete novo e a Tarja Preta de Valci ... rsrs). Neste momento se agrega à nós, Sérgio Bezerra (jornalista e produtor cultural) que também empresta uma das bikes de Valci. Seguimos até o Posto da Centenário para aguardarmos Deraldo Dias que, para nossa surpresa, chegou pontual e ineditamente às 9:15 hs. Foi quando também, do outro lado da avenida, passa e nos cumprimentamos aos gritos festivos, o novo grupo Pedal Delas conduzido por Luzia e Luzinete. Iniciamos nosso roteiro pela biblioteca comunitária do Calabar, acompanhados das crianças do bairro para algumas orientações e fotos. Eles queriam pedalar conosco, mas marcamos para uma outra oportunidade e com a autorização de seus pais.



Durante o trajeto, via Dique do Tororó, paramos para prestigiar a biblioteca móvel da fundação Miguel Calmon, que estava aberta ao público com tudo que tem direito: livros, gibis, revistas, triciclos infantis, lápis de colorir, jogos, mesas, banquinhos e música. Continuamos nosso pedal jabuti até o Largo de Nazaré para conhecermos o projeto Canto da Praça, que ocorre todos os domingos gratuitamente com um show de chorinho por músicos apaixonados. O repertório é riquíssimo. Fomos recepcionados por João Bandola, apresentados e homenageados pela presença ao som do hino do Senhor do Bonfim. Sentamos nos banquinhos para conversar ao som de boa música. O papo foi sobre projetos futuros de passeios ciclísticos culturais pelas ruas de Salvador. O engraçado foi a quantidade de nomes interessados que surgiram para apoiar e participar desse futuro projeto: jornalistas, advogados, procuradores, professores, atletas, turistas, escritores ...



Às 10:30 hs pedalamos até o teatro Castro Alves para assistirmos ao show de Jussara Silveira. Chegando lá, nossa preocupação era se poderíamos entrar trajando bermudas e a indumentária ciclística. Ao perguntarmos ao porteiro do estacionamento, este, muito educado, nos permitiu guardar as bikes lá dentro e entrar para pedirmos informações. Na portaria principal, fomos recebidos pela equipe de coordenadores que até incentivaram nossa presença. Fotos, fotos e compramos os ingressos: R$ 1,00 ou 1 Kg de algum alimento não perecível. Corremos ao banheiro para lavarmos nossos rostos e subimos para o teatro. Ao nos acomodarmos nas poltronas, junta-se à nós o advogado e intelectual Guilherme Tude. O repertório, voz e violão de Jussara Silveira foi diversificado com a divulgação de seu próprio CD, interpretações MPB, de Gal Costa e de vários novos e, ainda, não tão conhecidos compositores. Ao final do show, resolvemos ir ao camarim para parabenizar-lhe e, descendo a escadaria, encontramos a cantora cult, Virgínia Rodrigues. Ela é baiana, mas não tão conhecida aqui no Brasil como é no exterior. Já se apresentou no Carnegie Hall e conquistou os ouvidos do ex-presidente americano, Bill Clinton. Durante os abraços e fotos, aparece uma jornalista da revista americana Venture, Graça Coelho, um tanto aborrecida por não ter conseguido autorização da produção para fotografar Jussara Silveira no palco e, ao ouvir o nome de Virgínia Rodrigues, se empolga e se declara fanzoca. Chega a se ajoelhar à seus pés, quis tirar fotos mas, de tão emocionada, não conseguia encontrar sua máquina fotográfica dentro de sua bolsa. Sem problemas: tiramos fotos em nossas máquinas. Elas nos acompanharam até o palco, onde Jussara estava recebendo os cumprimentos. Conhecemos a família Silveira, onde uma de suas tias é colega profissional de Valci e outra cantora: Estelita.





Ao final, iniciamos a decisão de onde almoçaríamos. Eu estava com vontade e saudade de uma típica moqueca baiana e fomos para o restaurante Aconchego da Zuzu, no Garcia. Lá, à sombra de árvores do quintal e uma brisa refrescante, saboreamos nossa moqueca ao som da banda Cama de Voz com uma seleção de sambas e chorinhos, finalizando com sobremesa de goiabada cremosa.



Esse foi um Jabuti (tudo de bom) - ALL, ou seja, dominical, especial, social, cultural e musical !!!
Para um passeio ciclístico sem pretensões iniciais, esse foi nosso record de shows. Foram 3 e todos musicais. Sem contar que, tudo realizado com nossa "magrela" que nos levou sem problemas, sem gastos e sem pressa !

Pedal Jabuti é isso ! Simples e gostoso, né ?



Indicações e referências:
- Projeto Canto da Praça - chorinho
Todos os domingos no largo de Nazaré – em frete ao Hospital Santa Izabel
Horário: 9 hs – gratuito

- Show no TCA à R$ 1,00 ou 1 Kg de alimento não perecível
Próximo: dia 06 de Abril 2008.

- Restaurante Aconchego da Zuzu
Largo do Garcia
Comida Baiana

- Banda Cama de Voz
www.camadevoz.com.br

- Cantora: Estelita
e-mail: dianaconda@gmail.com

Esta matéria também está publicada em www.muraldebugarin.com

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