sexta-feira, 28 de novembro de 2008

RAILEIDE-COLABORAÇÃO-REFLEXAO.

dA CICLOATIVISA E ESTUDANTE DE TEATRO, Raileide, recebemos esta colaboração que publicamos com prazer.

valcibarretoadv@yahoo.com.br

Meus amigos,

Quero dividir com vocês uma reflexão que fiz essa semana ao assistir a peça de teatro Os 7 Gatinhos (pena, mas já saiu de cartaz). Leiam o discurso do diretor da peça e vocês vão entender do que estou falando, de muitas vezes nos tornarmos robotizados em nossos sentimentos e ações sem nos aperceber da essência das coisas. Nietzche um dia falou que "precisamos da arte e da teatralidade para que a verdade não nos destrua" e eu, simplesmente eu, diria que não deixemos a vida se tornar tão mentirosa, tão hipócrita, tão cheia de preconceitos, tão cheia de enganações para que cheguemos ao ponto de nos adentrar na arte e na teatralidade para amenizar a cruel verdade de nossas vidas. A busca pela teatralidade deva ser um prazer e não uma fuga. Quando nos livramos de fingimentos e mentiras somos mais livres para encontrar a felicidade. Abs. Rai



Depoimento do diretor de teatro Hedre Lavnzk Couto

"Vivemos na época do Homo Simulacrum! Num tempo onde a sinceridade é cada vez mais obscena e a verdade é uma bofetada nefasta. Onde cada um de nós é um interprete ardiloso de um fingir orgulhoso. Como numa trama cínica, sádica, masoquista, "todos nós somos canalhas". Aprendizes fingem aprender; mestres fingem ensinar; quem é pago para trabalhar finge fazê-lo; o politicamente correto finge salvar; fingimos amar; fingimos sofrer; fingimos crescer; fingimos viver a vida; fingimos solidariedade; fingimos ódio; fingimos indignação; fingimos respiração e alma! Pequenos homens tornam-se mitos inquestionáveis e a unanimidade segue burra como sempre. A peça, Os Sete Gatinhos discuti a falência da Instituição Familiar; as relações incestuosas; a prostituição; a pedofilia; o lesbianismo; o egoísmo doméstico; a solidão das esposas abandonadas; os espíritos degenerados pela ferocidade do consumismo desenfreado. Com este espetáculo de hoje encerro minha passagem pela Escola de Teatro da UFBA. Aqui cheguei há alguns anos, muito jovem, ingênuo, com incontáveis sonhos, fragilidades e idealizações. Mas o tempo passou e, para parafrasear Astrov (de O Tio Vânia, Tchekhov), meus sentimentos embotaram-se e eu não sou mais capaz de certas coisas. Como bom sagitariano, é hora de cavalgar para terras estranhas. E tentar deixar de ser contínuo!"
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