segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PEDESTRES INVADEM CICLOVIA, OBSERVAÇOES A COMENTARIOS DE LEITORES.


Valci Barreto

Fizemos um pequeno vídeo onde mostramos a “invasão “ da ciclovia da Centenário, por pedestres.

Algumas pessoas me falaram que:
Em Curitiba, Paris, Blumenau e Joiville, bicicletas e pedestres andam no mesmo espaço, no caso , o das ciclovias.

Pedalei em Punta Del Leste , Blumenau e Joivile e vi que, sobre as ciclovias, os pedestres caminham e fazem cooper. Em Paris não andei ainda.

Recentemente, Ró e Vitor foram à CIDADE LUZ . Uma filha minha pedalou na capital francesa. Disseram-me eles o seguinte:

As bicicletas circulam em passeios e nas ruas. Pedestres andam nas ciclovias. Muitas vezes, circula na rua uma bicicleta em frente a um ônibus e este respeita o ritimo da bicicleta, deixando-a circular normalmente., respeitando a velocidade destas. Mas há também espaços em que se vê apenas bicicletas circulando, com sinalizações e tudo mais.

Em nossa Bahia, porém, a convivência pacífica , pelo menos por algumas gerações, é impossível, uma vez que, qualquer carro, ao ver uma bicicleta em sua frente, e até mesmo ao lado, vai querer passar por cima, buzinar, agredir verbal e fisicamente. Se na Bahia uma bicicleta circular alguns minutos em frente de um carro, notadamente de ônibus e taxi, será ela derrubada ou pelo menos agredida com buzinadas, finos e sustos que impssibilitará o ciclista seguir o seu caminho.

Pois bem, sempre falamos que, se todos se respeitarem, CARRO, MOTO, BICICLETA, PEDESTRES poderão circular nas mesmas pistas.

Mas aqui, esta educação é zero. O CARRO QUER PASSAR POR CIMA DA MOTO E DA BICICLETA, O CICLISTA QUER ATROPELAR O PEDESTRE E O PEDESTRE MAIS FORTE QUER DERRUBAR O MAIS FRACO. Há uma briga para "ficar na frente", até em elevador de shopping de classe média.

Mas em Paris há também locais exclusivos para bicicletas, com sinalizações e tudo. Mesmo que os parisienses respeitem as ciclovias, os turistas podem não fazer o mesmo, por conta da falta da cultura da seperação de espaços.

Deixando Paris e todo o mundo de fora desta história, mesmo porque lá não é tanto céu nem aqui tanto inferno, vamos pensar e fazer assim:

Se na Centenário há uma pista exclusiva para ciclistas, com faixas bem visíveis, e há espaços para o pedestre, porque não respeitar os espaços e os limites de exclusividade?

O espaço ali é muito pequeno para bicicleta. O de pedestre é bem maior. Se não é para respeitar, estaremos estimulando a que não se respeite também as outras , tipo "proibido estacionar", "proibido parar", "velocidade máxima" e por aí vai.

Tanto em Curitiba quanto em Punta Del Leste, não vi aviso de exclusividade, para ciclistas. Vi indicação de que era ciclovia. Mas as ciclovias que vi , destes locais, são áreas enormes que cabem pedestres e ciclistas, sem problema. Em Curitiba a ciclovia é sobre o passeio. Como a população é menor, os passeios são bem mais largos, os riscos também são muito menores.Mas isto não é possivel na ciclovia da centenário a qual é muito mais área de lazer do que ciclovia. Então, o melhor que a população faz, neste caso, é respeitar os sinais, que também funcionam como forma de ensinar a população a respeitar as sinalizações , espaços de terceiros, disciplinar o uso do solo e a vida das pessoas nas grandes cidades.

Nosso amigo Buga foi um dos que reclamou do video . Mas meu caro Buga, não estamos em Paris nem em outro lugar. Estamos na Bahia, onde agora é que começa a nossa experiência com ciclovia , onde o transito é um caos, e as pessoas, inclusive muitos ciclistas, têm, como regra, o desrespeito às mais simples normas de conduta quando em bicicletas, motos ou carros. Melhor, então, já começarmos certinhos: observando as sinalizações, até mesmo para evitar acidentes.

Se todo o espaço da Ciclovia da Centenário puder ser usado por bicicletas e pedestres, todos sairão perdendo porque, sendo pequeno para bicicleta, terá o ciclista que parar a cada segundo para dar passagem ao pedestre e o pedestre terá que sair da pista e subir na grama para o ciclista passar. Tudo isto sem contar os riscos de acidentes. Há velhinhos , com acompanhantes, caminhando no espaço exclusivo para bicicletas, impedindo, totalmente, a passagem de uma bicicleta . Com ciclistas também muito mal educados, o velhinho, no mínimo , estará sujeito a sustos em encontros com bicicletas, o que não é bom para nenhuma caminhada, muito menos para idosos.

Não tenho qualquer dúvida de que o melhor, então , é respeitarmos as sinalizações.

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