Mostra acontece a partir do dia 05 de agosto, às 19h. Leia mais!
A rainha Nã Agotimé, esposa do rei Agingolo, era conhecida em sua aldeia pelas histórias que contava sobre seus ancestrais e sobre o culto aos reis mortos. Guardava os segredos do culto a Xelegbatá, a peste.
Adandozan, filho de um primeiro casamento do rei, assumiu o trono com a morte do pai e tratou de mantê-la isolada, acusando-a de feitiçaria, não hesitando em vendê-la como escrava. Em Uidá, grande porto de venda de escravos, Agotimé foi jogada nos porões imundos de um navio e trazida para o Brasil.
Zeladores de Voduns venceu o 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras
Seu primeiro destino foi Itaparica, na Bahia, porto do seu destino e terra santa do conhecimento. Vinda de uma região onde poucos escravos se destinavam ao Brasil, Agotimé se deparou com muitos irmãos de cor, mas não de credo.
No seu encontro com os Nagôs teve o seu primeiro contato com os Orixás e através deles a Rainha escrava teve notícias de seu povo. Por eles soube que sua gente era chamada Negros-Minas e foram levados para São Luís do Maranhão. Contaram que não tinham local para celebrar o seu culto, pois esperavam um sinal de seus ancestrais. Agotimé logo entendeu por quem esperavam.
Dessa forma a rainha chegou ao Maranhão. Terra da encantaria e de forte representação popular. Os tambores afinados a fogo e tocados com alma por ogãs, inspirados por velhos espíritos africanos, ecoam por ocasião das festa e pela religião. Foi no Maranhão que Agotimé, trazida para o Brasil como escrava, voltou a ser Rainha. Sob orientação de seu vodum, fundou a Casa das Minas, de São Luís do Maranhão.
Mostra é composta por belas imagens do fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos
O fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos fez o caminho inverso para contar essa história em imagens. Junto com ele, embarcou o antropólogo africano Hippolyte Brice Sogbossi. A proposta do Projeto era realizar uma pesquisa e documentação fotográfica da atual situação de templos sagrados e seus respectivos chefes no Benin e no Maranhão.
No Benin, num período de 25 dias, foram visitadas as cidades de Cotonou, Abomey, Allada, Ouidah, Calavi e Porto Novo. O Projeto - Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao Maranhão - foi aprovado no Edital de Apoio à Produção Cultural da Secretaria de Cultura do Maranhão e vencedor do 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras.
É essa exposição que chega no dia 5 de agosto a Salvador na Galeria da Casa do Benin, no Pelourinho. Márcio Vasconcelos é fotógrafo profissional independente e há mais de uma década vem se dedicando a registrar as manifestações da Cultura Popular e Religiosa dos afro-descendentes no Estado do Maranhão.
Ele é um dos vencedores do XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, com o projeto "Na trilha do Cangaço - um ensaio fotográfico pelo Sertão que Lampião pisou". Hippolyte Brice Sogbossi é beninense e radicado no Brasil há mais de 10 anos. Doutor em Antropologia Social e professor da Universidade Federal de Sergipe e estará presente no coquetel de lançamento da exposição.
SERVIÇO
Exposição Zeladores de Voduns e outras entidades
Local: Museu Casa do Benin, no Pelourinho
Abertura: 05 de agosto, às 19h
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