quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O COLORIDO TRÁGICO

Texto: Itana Mangieri



Nós, seres humanos, temos as cores para ilustrar nossos momentos e desejos. Ambientes decorados (móveis e paredes), TV’s coloridas, fotografias, carros, roupas, simbolismos em datas especiais como casamento e réveillon, comidas, pastas e divisórias organizadoras ...
As cores estão presentes no dia-a-dia e cada cor tem seu significado. Semáforos, placas de trânsito, o sistema de locomoção que seguimos em hospitais e metrôs, eletrodomésticos da linha branca, logomarcas, uniforme do trabalho, da escola, do time de futebol, de vôley, da torcida, a opção de cores no cabelo, lentes de contato e esmalte das unhas, do refrigerante, da cerveja, de partido político.
Algumas sensações são definidas com cores:
Vermelho de vergonha;
Amarelo de anemia;
Azul de fome;
Verde de raiva;
Branco de susto;
Conseguimos definir situações cotidianas pelas cores como, o outono pelas cores das folhas das árvores, a primavera pelo colorido das flores, a possibilidade de chuva pelas cores das nuvens.
Porém alguns exageros estão sendo cometidos através das cores, como que uma concordância social da banalidade que vem se tornando a violência. Por exemplo: munições coloridas para policiais a fim de identificar balas perdidas ( ??? ).
Já pensou se uma facção criminosa, para não identificar-se, use também balas coloridas ?
Se hoje já é difícil identificar quem disparou uma bala de “cor neutra” .... imaginem colorida ? Teremos um arco-íris de fogo-cruzado diário disputando com o colorido celeste dos fogos de artifícios do Reiveillon !
Além da segmentação comercial que se criará para as balas coloridas ... como se a cor da bala, que matou alguém, fosse fazer diferença ao cadáver ou a seus familiares:
- as azuis são para crianças;
- as verdes para adolescentes;
- as vermelhas para mulheres e donas de casa;
- as pretas para policiais e criminosos;
- as rosas para turistas;
- as douradas para empresários; ....

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