O preço elevado dos ingressos, que mereceu comentário do crítico e professor de cinema da UFBA, André Setáro, eliminação de casas exibidoras, hoje restritas a espaços em shoppings, concorrência da TV e de outras mídias, nada disso apagou o encantamento pelo cinema.
Roque Araujo, servidor da Fundação Cultural do Estado da Bahia, cineasta, proprietário e depositário de um grande acervo de câmeras e antigos equipamentos cinematográficos, os quais vem colecionando há muitos anos, finalmente promove uma exposição apaixonante, destacando os cem anos do cinema baiano.
Adoradores da sétima arte terão a oportunidade de conferir a Exposição Roque Araújo de Imagem e Som, que faz um panorama da história do cinema baiano, nacional e mundial, através do seu maquinário.
A exposição já está à disposição do público, na Galeria Pierre Verger, Biblioteca Pública do Estado da Bahia nos Barris.
Durante a mostra serão exibidos filmes baianos e nacionais que foram editados e mixados nos equipamentos que compõem a exposição.
Serão apresentadas peças raras como a câmera chamada de caixa de fósforos, do início do cinema francês, juntamente com um projetor Kodascope Kodak, de 1910, bem como uma grande parte da aparelhagem de som da empresa Somil, que mantinha o maior estúdio da América Latina na década de 80.
Muitas vezes conversei com Roque sobre a sua coleção e seu sonho de exibi-la ao povo da Bahia, agora realizado.
Roque Araújo deseja que o acervo com 1.185 peças, que hoje ficam guardadass em caixas em uma sala na Dimas (Diretoria do Áudiovisual Bahia), seja transferido para espaço adequado que possa servir como museu/escola em Salvador.
Recebeu proposta para levar os equipamentos para o Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Porto Seguro e Cachoeira. Mas sonha poder contribuir para a retomada do cinema em Salvador, de onde emergiram cineastas como Glauber Rocha, Roberto Pires e Edgar Navarro.
Roque Araújo, 74 anos - dos quais 53 dedicados ao cinema entre Salvador, Rio de Janeiro, Itália, São Paulo e França, participou de todas as produções cinematográficas realizadas por Glauber Rocha, além de Redenção, A Grande Feira, Tocaia no Asfalto, O Pagador de Promessas, Menino de Engenho, dentre outros; o que lhe dá autoridade para contar uma grande história do cinema, ao vivo; e através desta exposição.
Período da exposição: de 06 de abril a 15 de maio, de segunda a sexta, das 9 às 17 horas
Aos sábados e domingos, das 10 às 16 horas.
A entrada é gratuita.
Maiores informações: 31168112
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