Bianca Peccin Martins
É absurda a dificuldade que encontro para solucionar meu atropelamento provocado por um taxista. No dia 15 de abril de 2011, estava pedalando com uma amiga na Av. Venâncio Aires, em Porto Alegre, no sentido correto do fluxo de carros, com farol dianteiro e traseiro, além de capacete e luvas de segurança, quando no cruzamento com a Travessa Paz (que ironia) um táxi colidiu comigo.
Às 20h15min de sexta-feira, com muita gente no comércio ao redor, foi espantoso acreditar na indiferença das pessoas e do taxista. Os primeiros por ninguém vir me ajudar ou chamar a autoridade de trânsito e simplesmente ficarem observando tudo de longe enquanto conversavam. O segundo por alegar que não me viu, apesar de ser um cruzamento muito bem iluminado e com ruas largas, sendo que eu estava bem na frente dele e ainda consegui gritar para alertá-lo antes da colisão, porém não me ouviu.
Um terceiro fato não menos interessante foi o pavor com que saiu do táxi um casal que prontamente entregou R$ 5 ao taxista e saiu correndo do local para não se envolver, sem nem questionar se eu estava bem. O taxista teve ao menos respeito aparente por mim ao sair do táxi, perguntar se havia me ferido, estacionar na calçada para conversar comigo e entregar um cartão com seu número de celular para pagar os danos em minha bicicleta.
Como no momento apenas senti dores nas palmas das mãos, disse que iria para casa descansar e que na semana seguinte iria procurá-lo para me reembolsar. Infelizmente, toda vez que telefono para o número do taxista, recebo mensagem de aparelho desligado. Não tinha nenhum interesse em processá-lo, até por se tratar de baixo valor na causa, mas serei obrigada a isso em função do desrespeito aos ciclistas, que frequentemente é motivo de notícias nessa cidade. E como obrigação de cidadã, vou prestar queixa policial para registrar mais um caso de desrespeito no trânsito, o que eu deveria ter feito no momento do ocorrido, mas que indignada com tudo não o fiz.
Fiz contato com a EPTC para descobrir os dados da proprietária do veículo, mas como somente consegui o nome completo e placa, sendo que até então eu sabia apenas o prefixo do táxi, serei forçada a colocá-la como réu, uma vez que não sei o nome completo do atropelador e alguém precisa ser responsabilizado e receber um registro dessa infração de trânsito. Agora prosseguirei com os trâmites legais que me protegem: polícia e tribunal de pequenas causas. Tudo o que queria era que reparassem meu prejuízo sem prejudicar mais ninguém. Para isso, tempo e paciência serão gastos na trajetória.
Um comentário:
Qualquer processo , em qualquer forum brasileiro, so funciona com muitas idas , para cobranças, aos foruns. A justiça ffederal , tem uma atuação melhor. Mas os foruns estaduais são complicados: poucos recursos e muitos processos. Aí é o caos. De toda sorte , procure sempre um advogado influente no local onde tem curso o processo.
valci barreto, advogado em salvador
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