ARRASTÃO JUNINO EM JAGUAQUARA 25 ANOS
Valci Barreto
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Jaguaquara é uma cidade do interior baiano, da região do Vale do Jiquiriçá , que se orgulha de ter gerado um dos mais brilhantes jornalistas do Brasil, Sebastião Nery; centenário Colégio Taylor Egídio; o cinqüentenário Colégio Pio XII ; ser uma das mais importantes distribuidoras de horti-fruti do Estado da Bahia; manter o restaurante Biancamano, que serve um dos mais deliciosos Filé à Parmegiana de todo o Estado, pertencente, ao mesmo ramo da família Aprile, proprietários do famoso Bela Napole de Salvador; pelo seu clima de ameno para frio e pelo tradicional São João .
SÃO JOAO DE JAGUAQUARA
O São João de Jaguaquara atrai uma grande multidão para a praça principal para shows das grandes bandas de forró, uma das características atuais dos festejos juninos de quase todas as cidades nordestinas.
Além destes grandes espetáculos, um grupo de Jaguaquarenses e amigos da terra realiza o Arrastão Junino, que este ano completou vinte e cinco anos.
Em Jaguaquara, até o final da década de 60, início de 70, nos festejos de São João, quase todas as casas da cidade eram enfeitadas e abertas para os foliões . Seria , para muitos, desonroso não receberem alguma visita para tomar o seu licor, comer a sua canjica e outras iguarias juninas, sempre à disposição dos foliões.
Nenhum visitante ficava na rua sem um chamado de alguém para acolhê-lo como hospéde, mesmo não sabendo de quem se tratava.
Àquela época, bem longe das maldades e violências de hoje ,o gesto já impressionavam os visitantes, incomum em outras localidades: “ como é que uma pessoa, sem me conhecer, me chama para dormir e comer em sua casa?”
Muitas se orgulhavam ,anunciando no dia seguinte: mais de vinte pessoas dormiu ontem lá em casa e chegaram “bêbedas, às quedas”
A cidade cresceu e muita coisa, mudou no São João da Toca da Onça, nome original da cidade: Jaguar=onça;quara=toca).
Porém, sempre há pessoas desejosas de verem mantidas as tradições de sua família, da sua gente ; a memória , a prática da alegria e do bem sempre acesas.
Foi assim que ,há vinte e cinco anos, um grupo de jaguaquarenses, como Alex Amaral, Zeis, Marcos Amaral, Sergio Belezza, Cassiano, Carlito Lemos, Edson e Elba Andrade, entre outros, restauraram e deram nova forma ao que passou a ser chamado Arrastão Junino, caracterizado pela visita a casas determinadas, “negociadas “ para a visitação.
Aos olhos de muitos, ver duzentas , trezentas pessoas entrando em sua casa , mesmo em dia de São João, para comer, beber e pagar a conta com o refrão , “ dono casa, muito obrigado, muito obrigado”, “muito obrigado”, normalmente desentoadas pelo efeito dos licores e da caminhada , pode parecer uma loucura nos dias violentos e indisciplinados de hoje.
Pois bem, o que para muitos parece um sacrifício, uma loucura, gasto de tempo , dinheiro, idas e vindas a mercearias, supermercados, costureiras, doceiras, confeiteiras, medo de alguém cometer um furto ou quebrar algum objeto da casa, -impenssável para qualquer jaguaquarense do Arrastão- parece ser uma questão de sobrevivência, tamanho o prazer manifestado ao receber os foliões juninos.
· Se perguntarem por que Dona Bisa; Didi/Lindolfo; Carlos Teixeira; Orlando Santana(Manga), “As filhas de Mirinho”; Neto, Adolfo Andrade e tantos outros, escancaram suas portas para receberem tanta gente, a resposta será bem simples: viver a alegria de alguns minutos do São João de meu tempo; do meus pais, a qual desejo repassar para filhos e netos”. Como diria o Rei Roberto, o preço está nas “muitas emoções”. O Arrastão não fica em cada casa mais do que alguns minutos mas a emoção , perdura até o próximo São João.
NOVOS QUE SE RENDERAM DE IMEDIATO
Da mesma forma que elegi três famílias para representarem a generosidade em receber, elejo alguns que conheci este ano para representar os novos que se renderam aos encantos “arrastânicos”
Osvaldo, professor , Diretor da Faculdade de Candeias foi para Jaguaquara sem saber , sequer, da existência do Arrastão. Levou sua família, constituída de Irma, cunhados e sobrinhos . Hospedado no Hotel Irmãos Vaz, com toda a sua família, de comunicação fácil, simpatia contagiante, travamos de imediato uma facilitada pelo fato de trabalhar em Candeias e termos amigos comuns naquela cidade do reconcavo baino, jornalistas Claudemiro Bispo, proprietário da Folha do Recôncavo e Eduardo do O Candeeiro. Observando que Osvaldo tinha o completo perfil para participar do Arrastão, convidei-o para conhecer a folia jaguaquarense. Embora não me tenha acompanhado desde o início na Rua da Bandinha, encontrei-o e toda sua família já totalmente integrado no Arrastão. Seu cunhado, bioquímico, empresário , e também sanfoneiro, membro de uma banda amadora de forró, cantava e dançava junto à “elite “ dos cantadores, na mais completa intimidade pelas ruas e casas da Toca da Onça. Garantiu-nos Osvaldo participar dos próximos e já fez o convite ao Claudemiro, grande pé de valsa, para nos acompanhar.
Dois empresários sergipanos, que a folia, as fotos e vídeos que eu fazia fizeram-me descuidar dos seus nomes, um deles acompanhado de uma bela e loura catarinense , convidados de Glicério Lemos, era a representação da pura alegria , e a cada casa que visitavam derramavam elogios à festa , aos donos da casa e ao Arrastão. Poderão ser , não apenas futuros foliões, mas pessoas que manifestaram interesse na compra de tomates e, quem sabe, de terras na região. Terra, tomate e folia junina é uma perfeita combinação para quem conhece a Toca, especialmente no São João.
GENEROSIDADE, EMOÇÕES EM RECEBER O ARRASTÃO.
Gostaria de evitar o bom ciúmes de acolhedores do Arrastão. Mas tive que escolher três famílias que representam , simbolizam todos os demais, pela sua animação, generosidade e amor às tradições juninas jaguaquarenses.
Dona Bisa , de família tradicional fundadora da cidade, citada em todos os livros da História de Jaguaquara, em todo o arrastão comporta-se como uma menina que acorda certa de que receberá flores do seu amado no dia dos namorados.
No deste ano, enquanto os foliões comiam e bebiam na casa de Lindolfo/Didi, o empenho dos familiares de Dona Bisa para ostentar, nas paredes das sua casa uma faixa , especialmente providenciada para receber o Arrastão, circulava dona Bisa por toda a casa, observando, examinando todos os detalhes da mesa, dos adereços, sendo por todos nós observada, e, dirigindo o olhar , inúmeras vezes para a casa de seu vizinho , parecia dizer:” Vocês estão demorando muito aí, não agüento esperá-los por tanto tempo...venham logo”
O Arrastão é o “Dia de Dona Bisa”, comentavam atentos foliões da frente da casa de Lindolfo/Didi.
ORLANDO/MARA
O casal Orlando / Mara é radical: Escancaram as portas por vários dias para receberem amigos e o Arrastão. Despedia-me deles, junto ao Arrastão, quando a nobreza de seus gestos e voz chegaram aos meus ouvidos para intimar-me: O Arrastão não termina aqui. Que
ro você em minha casa amanhã à noite para uma carne do sol, feita para os amigos e para um bate papo; “é para a Diretoria, acrescentei”. Resistir, quem há de? Foi assim que às 20 horas estava eu e Ró, em frente à casa deles ,preocupado em sermos os primeiros a chegar. Ró, não agüentando o cheiro da comida que até nós chegava desceu apressadamente do carro, foi “investigar” e voltou correndo, alarmando: “Já tem um monte de gente aí!” Vamos logo”. Acostumado a ver Ró delirando quando o assunto é comida, procurei tranqüiliza-la: A comida não vai acabar, Ró. Respire, você está prestes a desmaiar. Sei que não era apenas pela comida, era o prazer de estar com amigos que , por mim apresentados, aprendeu a admirar.
Foi um dos meus grandes momentos nos 25 anos do Arrastão, pois há muito não conversávamos tanto, com tanta tranqüilidade, junto a manga, seus amigos, filhas, esposa , Ana e Carlito Lemos e seus familiares.
CARLOS TEIXEIRA
O terceiro foi meu amigo Carlos Teixeira, uma das pessoas que mais admirava quando morava em Jaguaquara pela sua elegância ; cuidados no vestir; falar, honradez na vida, na família e nos negócios; simpatia; aparência de galã hollyoodiano, e que em um certo momento, teve gesto para a minha pessoa que até hoje busco uma palavra para acrescentar o meu “muito obrigado, Carlos”, que resume o reconhecimento humano por ações carregadas de generosidade. Hoje, em bem menor escala, importância, procuro reproduzir o que Carlos , sem saber, me ensinou .
Pois bem, restando para o Arrastão a visita de apenas mais três casas, estávamos na de Alex/Marcos Amaral, os foliões já quseo roucos; pernas bamboleando pelo licor e pela caminhada, quando apareceu Carlos Teixeira pedindo que o Arrastão passasse em sua casa, justificando não ter combinado antes por conta de viagens que fez nos dias de preparação da festa.
Naquele momento, estavam na casa de Alex mais de duzentos foliões, muitos já totalmente “licorizados “, poderia fazer qualquer um desistir de manter o convite. Mas a única preocupação que se via em Carlos era receber um “não “ para o seu convite. Senti o alivio do Carlos quando recebeu a garantia de ALEX/MARCOS de que a próxima casa a visitar seria a do Carlos , que se afastou de imediato para abrir escancarar as portas para os foliões.
Quem quiser atestar o que relato, e queser participar do próximo, procurem-se integrar aos Amigos da Toca, que já se programa para o 26º aniversário do Arrastão na querida Toca da Onça.
=Muito comentada e sentida a ausência de Cassiano, Zé Acurcio e do animado casal Horácio Brasil, todos da "Diretoria " do Amigos da Toca e do Arrastão.
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-Mesmo fora do São João, conheçam os vinhos, licores, doces, cocadas, o Restaurante Biancamano e o mel do Apiário Senhor do Bonfim, fones :73.35341072. 99745254 – apissbonfim@hotmail.com
O Apiário Senhor do Bonfim é certificado, registrado e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura.
Jaguaquara fica a dez quilômetros do km 43 da BR 116. (Entrocamento de Jaguaquara). Vale a pena visitá-la e conhecer também a sua movimentada feira nos dias de Sábado.
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fotos do arrastão estão no muraldebugarin.com
videos no you tube, procurando por valci barreto, bikebook.blogspot.com, muraldebugarin.com, arrastão junino em Salvador
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RESTAURAÇÃO DA SEDE DA COLONIA ITALIANA DE JAGUAQUARA. ABRACE ESTA IDEA.
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CINQUENTENARIO DO PIO XII, EM 15 DE NOVEMBRO DE 2011, QUEM PUDER, NÃO DEVE FALTAR. ,DE TUDO FAREI PARA PARTICIPAR. AMIGOS DA TOCA DEVE INCORPORAR-SE AOS FESTEJOS. E CONTEM COMIGO NO QUE EU PUDER AJUDAR.
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AUTORIZADA A REPRODUÇÃO, PARCIAL OU TOTAL DO TEXTO, PEDINDO APENAS A GENTILEZA DA CITAÇÃO DA FONTE.
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PEDIMOS REPASSAR PARA TODOS OS AMIGOS DA TOCA
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CINQUENTENARIO DO PIO XII, EM 15 DE NOVEMBRO DE 2011, QUEM PUDER, NÃO DEVE FALTAR. ,DE TUDO FAREI PARA PARTICIPAR. AMIGOS DA TOCA DEVE INCORPORAR-SE AOS FESTEJOS. E CONTEM COMIGO NO QUE EU PUDER AJUDAR.
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AUTORIZADA A REPRODUÇÃO, PARCIAL OU TOTAL DO TEXTO, PEDINDO APENAS A GENTILEZA DA CITAÇÃO DA FONTE.
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