segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CIDADE BICICLETA


PROJETO CIDADE BICICLETA

Valci Barreto



O Código Nacional de Transito Brasileiro permite que a bicicleta circule na mesma pista destinada aos carros. Havendo ciclovia no espaço, porém, deve o ciclista andar por ela. Assisti algumas Audiências Públicas em Salvador e  ouvi falar de outras. A uma  delas,  no Palácio Rio Branco, fiz – me presente  em evento comemorativo dos 25 anos da titulação do Pelourinho como Patrimônio da humanidade .

A apresentação  do Cidade Bicicleta se deu por vídeo publicitário , de curta duração, que  mostrou faixas onde seriam implantadas as ciclovias em Salvador  e que,  somada ás  que já temos, alcançaria  180 km. Pelo que o vídeo apresentou é muito pouco para as necessidades da nossa Capital. Dir-se-á  que não se poderá   fazer tudo de uma só vez. É  verdade. Mas, para nós, que já usamos a bicicleta para muitas atividades, mesmo no centro da cidade,  enfrentando a brutalidade dos nossos motoristas de carros e motos; e  até mesmo de ciclistas mal educados, terá o projeto muito pouco significado.
Sabemos que é impossível implantar ciclovias em todos os espaços urbanos; que a bicicleta deve ser incorporada e sincronizada com os outros meios de transportes. Assim, em relação às ciclovias, o projeto apresentado  , àquela época, é por demais  tímido. E, já completado um ano, não vi um centímetro do que foi apresentado ser executado. Vamos aguardar a Copa, que vai resolver todos os problemas da Capital baiana. E as eleições, onde alguns centímetros poderão sair do papel.

Antes das ciclovias, o poder publico, e nós, sociedade que clama por melhor educação, deveria promover campanhas educativas para o transito, inclusive nas auto-  escolas que nada falam sobre o direito de pedalar nas vias publicas.

Deve haver, mesmo sem ciclovias, campanhas  e ações para diminuição de velocidade nos grandes centros, como Salvador. E que sejam aplicadas penas aos infratores da lei de transito. Se isto for feito, o tamanho da ciclovia será o menos importante em relação ao CIDADE BICICLETA.

Educando os nossos motoristas, respeitando eles o direito de pedalar; fazendo-os entender que a rua não é só do carro, o resultado será melhor do que tantas placas e projetos anunciadores de obras que não saem do papel, cd, dv, pen drive.

Com educação e respeito, por parte dos nossos motoristas, para quem estiver em bicicleta, não há  necessidade de ciclovia, tem de tantos projetos, que, mesmo custando fortunas aos cofres públicos, não saem do papel.

Não havendo campanhas e punições aos infratores, não é  de duvidar que os motoristas transformem a ciclovia em mais um estacionamento para seus veículos e os pedestres façam dela locais para passeios, reuniões e treinamento de corridas,  como acontece, desde a sua implantação, na ciclovia-parque da Centenário, já tomada, literalmente, por pedestres, academias de corridas e ambulantes, apesar de faixas indicativas de destino exclusivo para bicicletas.  

A resistência dos motoristas para cumprirem a lei é hilária: quando a  Prefeitura põe um radar em algum ponto da cidade,no dia seguinte as redes sociais e  imprensa em geral estão avisando: “A prefeitura quer roubar, mais um local para multas, cuidado.” Como quem diz: “não há placa, não há radar, não há multa, vamos correr.”

Há uma grita , radical, contra o radar e contra o órgão que implantou o equipamento que, diga-se, não serve para nada porque, logo depois de ultrapassado  volta a ser a rua o que era antes: pista de corrida para os agressivos motoristas.


O recado que damos a que nos lê é que, com ou sem ciclovias, com ou sem ciclofaixas, mesmo com este transito agressivo, criminoso até, estamos sempre pedalando por aí. E ,quanto mais engarrafamento e radares  multando ,melhor: nossos motoristas só atendem placas que venham acompanhadas  de multas elevadas ou de soldado armando. Fora desta situação as placas simplesmente não existem.

Os motoristas gritam contra os engarrafamentos e , contraditoriamente, atropelam os ciclistas os quais deveriam ser estimulados a usar a bicicleta para diminuir a quantidade  de carro. São milhares de pessoas querendo deixar o carro em casa para andar de bike. Mas a agressividade  dos nossos motoristas não permitem..


 Comemoraremos qualquer ciclovia que for implantada. Se vier  acompanhada de convincentes  campanhas educativas, capazes de mudar a mentalidade das pessoas em casa, na escola, na igreja, no trabalho e nas ruas.
O mal educado assim o é em casa, na igreja, no carro, moto, bicicleta e  a pé. No carro, ele é apenas bem mais perigoso.


A CIDADE BICICLETA,  não consegue  abrir o Elevador Lacerda, Plano Inclinado escadarias da Lapa para passagem de bicicleta , como acreditar em ciclovias e ciclofaixas senão como parquinhos como os da Centenário e Bococô?

O cidade bicicleta tem uma coisa de muito moderno: é tudo virtual, tanto as ciclovias quanto as placas,  projetos e palestras em audiências públicas sobre o tema.

A geração de bicicleteiros que aí esta, irá pedalar em algumas ciclovias baianas, como as da orla, Bonocô e Centenário.   As anunciadas em projetos, placas e em audiências públicas, com certeza não.
Torço para estar totalmente equivocado. E espero, por tudo que prometem no  Cidade Bicicleta , mas sem deixar de pedalar, mesmo sem sem ciclovias, mesmo com todo este  crescente congestionamento, perfeitos para quem tiver a coragem de deixar o conforto do carro e enfrentar os novos tempos, incompatíveis com tanto carro na rua transportando uma pessoa só .

Se a Prefeitura liberasse o acesso de bicicletas pelas escadarias da Lapa, elevadores e Planos Inclinados, já seria um pontinho de esperança de que projetos saem do papel e do pen drive do Cidade Bicicleta.






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