PROJETO CIDADE BICICLETA
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Valci Barreto
O Código Nacional
de Transito Brasileiro permite que a bicicleta circule na mesma pista
destinada aos carros. Havendo ciclovia no espaço, porém, deve o ciclista
andar por ela. Assisti algumas Audiências Públicas em Salvador e ouvi falar de outras. A uma delas, no Palácio Rio Branco, fiz – me presente em evento comemorativo dos 25 anos da
titulação do Pelourinho como Patrimônio da humanidade .
A apresentação do Cidade Bicicleta se deu por vídeo
publicitário , de curta duração, que mostrou faixas onde seriam implantadas as
ciclovias em Salvador e que, somada ás que já temos, alcançaria 180 km. Pelo que o vídeo apresentou é
muito pouco para as necessidades da nossa Capital. Dir-se-á que não se poderá fazer tudo de uma só vez. É verdade. Mas, para nós, que já usamos
a bicicleta para muitas atividades, mesmo no centro da cidade, enfrentando a brutalidade dos nossos
motoristas de carros e motos; e até mesmo de
ciclistas mal educados, terá o projeto muito pouco significado.
Sabemos que é
impossível implantar ciclovias em todos os espaços urbanos; que a bicicleta
deve ser incorporada e sincronizada com os outros meios de transportes. Assim,
em relação às ciclovias, o projeto apresentado ,
àquela época, é por demais tímido. E, já
completado um ano, não vi um centímetro do que foi apresentado ser executado.
Vamos aguardar a Copa, que vai resolver todos os problemas da Capital baiana.
E as eleições, onde alguns centímetros poderão sair do papel.
Antes das ciclovias,
o poder publico, e nós, sociedade que clama por melhor educação, deveria
promover campanhas educativas para o transito, inclusive nas auto- escolas que nada falam sobre o direito de
pedalar nas vias publicas.
Deve haver, mesmo
sem ciclovias, campanhas e ações para
diminuição de velocidade nos grandes centros, como Salvador. E que sejam
aplicadas penas aos infratores da lei de transito. Se isto for feito, o
tamanho da ciclovia será o menos importante em relação ao CIDADE BICICLETA.
Educando os nossos motoristas,
respeitando eles o direito de pedalar; fazendo-os entender que a rua não é só
do carro, o resultado será melhor do que tantas placas e projetos
anunciadores de obras que não saem do papel, cd, dv, pen drive.
Com educação e
respeito, por parte dos nossos motoristas, para quem estiver em bicicleta, não
há necessidade de ciclovia, tem de
tantos projetos, que, mesmo custando fortunas aos cofres públicos, não saem
do papel.
Não havendo
campanhas e punições aos infratores, não é de duvidar que os motoristas
transformem a ciclovia em mais um estacionamento para seus veículos e os
pedestres façam dela locais para passeios, reuniões e treinamento de
corridas, como acontece,
desde a sua implantação, na ciclovia-parque da Centenário, já tomada, literalmente,
por pedestres, academias de corridas e ambulantes, apesar de faixas
indicativas de destino exclusivo para bicicletas.
A resistência dos
motoristas para cumprirem a lei é hilária: quando a Prefeitura põe um radar em algum ponto da
cidade,no dia seguinte as redes sociais e
imprensa em geral estão avisando: “A prefeitura quer roubar, mais um
local para multas, cuidado.” Como quem diz: “não há placa, não há radar, não
há multa, vamos correr.”
Há uma grita ,
radical, contra o radar e contra o órgão que implantou o equipamento que, diga-se,
não serve para nada porque, logo depois de ultrapassado volta a ser a rua o que era antes: pista de
corrida para os agressivos motoristas.
O recado que damos
a que nos lê é que, com ou sem ciclovias, com ou sem ciclofaixas, mesmo com
este transito agressivo, criminoso até, estamos sempre pedalando por aí. E ,quanto
mais engarrafamento e radares multando
,melhor: nossos motoristas só atendem placas que venham acompanhadas de multas elevadas ou de soldado armando.
Fora desta situação as placas simplesmente não existem.
Os motoristas
gritam contra os engarrafamentos e , contraditoriamente, atropelam os
ciclistas os quais deveriam ser estimulados a usar a bicicleta para diminuir
a quantidade de carro. São milhares de
pessoas querendo deixar o carro em casa para andar de bike. Mas a
agressividade dos nossos motoristas
não permitem..
Comemoraremos
qualquer ciclovia que for implantada. Se vier acompanhada de
convincentes campanhas
educativas, capazes de mudar a mentalidade das pessoas em casa, na escola, na
igreja, no trabalho e nas ruas.
O mal educado assim
o é em casa, na igreja, no carro, moto, bicicleta e a pé. No carro, ele é apenas bem mais
perigoso.
A CIDADE BICICLETA,
não consegue abrir o Elevador Lacerda, Plano Inclinado escadarias
da Lapa para passagem de bicicleta , como acreditar em ciclovias e ciclofaixas
senão como parquinhos como os da Centenário e Bococô?
O cidade bicicleta
tem uma coisa de muito moderno: é tudo virtual, tanto as ciclovias quanto as placas,
projetos e palestras em audiências
públicas sobre o tema.
A geração de
bicicleteiros que aí esta, irá pedalar em algumas ciclovias baianas, como as
da orla, Bonocô e Centenário. As anunciadas em projetos, placas e em audiências
públicas, com certeza não.
Torço para estar
totalmente equivocado. E espero, por tudo que prometem no Cidade Bicicleta , mas sem deixar de
pedalar, mesmo sem sem ciclovias, mesmo com todo este crescente congestionamento, perfeitos para
quem tiver a coragem de deixar o conforto do carro e enfrentar os novos
tempos, incompatíveis com tanto carro na rua transportando uma pessoa só .
Se a Prefeitura liberasse o acesso de bicicletas pelas escadarias da Lapa, elevadores e Planos Inclinados, já seria um pontinho de esperança de que projetos saem do papel e do pen drive do Cidade Bicicleta.
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Editores: VALCI BARRETO, Advogado, estudante de jornalismo. Fones: 9999-9221 (Tim), 3384-3419 e 8760-7969 (Oi). Email: valcibarretoadv@yahoo.com.br. Colaboradores: Itana Mangieri, Alberto Bugarin e Sérgio Bezerra. Todos blogueiros, cicloativistas e amantes de livros, fotos e videos - Interesses do Blog: reportagens, artigos, com destaque especial para passeios de bicicletas, livros, cultura em geral, cicloativismo, cicloturismo e educação para o trânsito. Colaborações serão sempre bem vindas.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
CIDADE BICICLETA
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