sábado, 26 de janeiro de 2008

recortado do yahoo.com.br, em 26.01.2008

Ladrões de bicicletas, um "ofício" em extinção na China
Sáb, 26 Jan, 10h21



Antonio Broto Pequim, 26 jan (EFE) - Os roubos de bicicletas são um dos crimes mais freqüentes na China, onde existem máfias dedicadas a isso, e perder várias ao ano é normal para os ciclistas, mas o "ofício" parece fadado à extinção, pois os chineses têm optado cada vez mais pelos automóveis e a Polícia tem apertado o cerco aos bandidos.

As máfias de ladrões de bicicletas, que incluem especialistas em abrir cadeados, vigias de estacionamentos que fazem "vista grossa" e vendedores de lojas de segunda mão, estão em franca decadência.


Seis ministérios chineses implementaram uma dura campanha para conseguir que essas gangues desapareçam até os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008.


O Ministério da Segurança Pública chinês revelou esta semana os resultados desta campanha, iniciada em 2007, e que conseguiu reduzir à metade os roubos em todo o país: agora são "só" dois milhões, e em três em cada quatro casos (1,41 milhão) a bicicleta foi devolvida a seu dono.


Na campanha, foram detidos 343 mil ladrões, que receberam penas de dois a três anos de prisão nos casos mais graves.


Isso representa um roubo por cada 250 ciclistas na China, o chamado "Reino das Bicicletas", que apesar do auge dos carros continua sendo o maior produtor de bikes do mundo, com 500 milhões, e onde chegou a haver um roubo para cada cem destes veículos.


Os ladrões, segundo as estatísticas do Governo, ainda preferem as bicicletas sem motor, apesar da moda das elétricas em cidades como Pequim. Assim, só 376 mil das 1,41 milhão de bikes que foram recuperadas usavam bateria.


Em Pequim, que quer passar a melhor imagem possível durante os Jogos Olímpicos de agosto, a campanha foi ainda mais intensa, e o número de roubos diminuiu em um terço: o ditado "se não roubaram sua bicicleta, não viveu nesta cidade" começa a ser coisa do passado.


Está terminando no país o crime que Vittorio De Sica narrou na Roma do pós-guerra, ou o que, muito depois, em 2001, foi retratado pelo filme chinês "Beijing Bicycle", uma jóia do cinema independente rodado por Wang Xiaoshuai e que levou um Urso de Prata naquele ano no Festival de Berlim.


Mas não só os policiais - que na quinta-feira foram condecorados por este trabalho - são os causadores da decadência deste tipo de ladrões, mas também o fato de a China estar cada vez mais se motorizando.


O parque automobilístico do país já chegou a 65 milhões, e ainda tem muito espaço para crescer, pois há apenas 50 autos por cada mil habitantes.


Em cidades como Pequim ou Xangai, a bicicleta é usada cada vez menos, à medida que estas urbes crescem e os habitantes começam a ter que trabalhar cada vez mais longe.


Apesar disso, as bikes ainda são usadas, por exemplo, para levar os filhos à escola.


Pouco espaço para as duas rodas, cujo uso foi estimulado pela China de Mao Tsé-tung nos anos 50, 60 e 70, restará dentro de três décadas, quando calcula-se que o país asiático ultrapassará os Estados Unidos e se transformará na nação com mais automóveis do mundo.


A luta contra o roubo não se centrou só na perseguição aos delinqüentes, mas também em um maior controle das vendas nas lojas, incluindo as "ershou" (de segunda mão).


Em muitas delas agora é pedida a carteira de identidade de quem quer empenhar sua bicicleta, e começou-se a colocar placas nas bikes, embora estes sistemas ainda não sejam aplicados em todos os lugares.


Também há linhas especiais da Polícia para denunciar este tipo de roubos, e recompensas de entre US$ 12 e US$ 640 àqueles que denunciem um crime que as autoridades qualificaram no ano passado de "séria ameaça para a segurança pública". EFE abc/db DEP:ESPORTES,OLIMPISMO|

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