quarta-feira, 28 de maio de 2008

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Valci Barreto,

Editor: bikebook.blogspot.com
colaborador do muraldebugarin.com



Desde cedo apaixonei-me por leitura. O Cruzeiro, e alguns Almanaques, são minhas primeiras lembranças de livros em casa. Nasci em Jaguaqura, pequena cidade do Vale do Jequiriçá. A segunda casa da minha infância ficava em um local de nome muito bonito:Agua Doce. Limite entre entre a cidade e a mata, nela meu pai tinha uma pequena quitanda que portava sempre, no balcão, a revista O Cruzeiro. Ali também chegavam alguns Almanques, de forte preseça em minha vida até hoje. Ainda não sabia ler mas tinha a maior vontade de aprender, curioso em ver e ouvir meu pai lendo e fazendo comentários das sua reportagens para seus clientes e pessoas que nos visitavam.Em nossa casa apareciam mascates. De um deles meu pai comprou um livro que até hoje possuo, adquirido em sebo de Salvador, depois de desaparecido aquele primeiro: "Homens que Fizeram o Brasil".À medida que desvendava os mistérios da escrita, fazia uma visita às suas páginas; Sempre voltava a ele à medida que ia aprendendo a ler, fascinado pelas histórias a respeito de Marechal Rondom, Castro Alves, Rui Barbosa.

Antes da leitura, já olhava, com muito desejo e curiosidade, as fotos, desenhos e letras dos livros e revistas."Viajava" , ouvindo meu pai, na quitada, falando dos personagens da época, que vinham na O CRUZEIRO: O Amigo da Onça, Getulio Vargas,Carlos Lacerda, Lampião. Deliciava-me com os belos desenhos de esguias mulheres anunciando roupas e produtos de beleza. Chocavam-me as cenas e matérias de crimes. Viciado em ver e ouvir, viciei-me em leitura através dos caminhos depois traçados, pavimentados, pelas revistinhas infantis e Revista do Esporte. Fisgado por aqueles mistérioas deles jamais me separei. Até a adolescencia, havia uma disputa entre a leitura, babas, cinema(este mais tarde) e passarinhos. Brigavam entre si. Como em qualquer guerra, houveram as tréguas, ajustes, provisórios ou duradouras. Não foram maiores os conflitos porque, à noite, jamais ocorria uma "pelada profissional". Os passarinhos , soltei-os bem cedo. E o cinema era apenas no domingo à tarde. Vicio incurável, até hoje limitado por razões alheias á minha vontade, jamais dele me libertei. Nem desejo.

Em anúncios , malas diretas encaminhadas pelas editoras para nossos endereços, aí já na adolescencia, passei a decobrir títulos, obras, imagens de autores da literatura clássica com bem mais familiaridade. Muitos eu já conhecia pelos livros didáticos e reportagens em matérias esparsas , escritos que a mim chegavam pelas mais variadas formas.Através do Correio, aí já ganhando um dinheirinho, na adolesencia, comecei a adquirir , inicialmente pela Edições de Ouro, livros de bolso de literatura. Nesta época, começaram a chegar à minha cidade a revista Fatos & Fotos, Manchete; depois, a Enciclopédia Conhecer e Realidade. Esta merece um história para contar depois. Foi a que, em mim, provocou o maior desejo de "viajar" pelo que depois vim a conhecer como New Jornalism e que até hoje é o tipo de leitura, em matéria de jornal e revista ,que mais gosto de ler: grandes reportagens.


Fiquei emocionado quando comprei o primeiro jornal, À TARDE, eu já bem "grandinho". Com uma certa regularidade, fui adquirindo e lendo as suas páginas. Aprendi, através das leituras, a admirar pessoas como Orlando Gomes,Jorge Amado, Guido Guerra, Jeovath de Carvalho, João Ubaldo Ribeiro, Mário Piva. David Nasser, Rubem Braga,o maior de todos, o que mais me tocava .Bem mais tarde, o maior dos maiores, Machado de Assis. Já na infância, eram aqueles escritores e personagens, depois de Pelé, Garrincha, Belini, Amarildo e , sobretudo, Brigite Bardot, as pessoas que eu admirava pelos seus escritos.

Uns chegaram primeiro, outros depois.Mas todos como verdadeiros ídolos da minha iniciação na magia dos livros. Na sequência, já "letrado"morando em Salvador, vejo aparecer nomes outros, Oleone Coelho Fontes , Jolivaldo Freitas, hoje meus amigos.

Nascida a Tribuna da Bahia, passei a ver o nome de EDUARDO SILVA COSTA, impresso em suas páginas. Tempos depois, vim a conheçê-lo pessoalmente, como meu colega de profissão, ele bem mais experiente , já consagrado advogado, jurista e jornalista de opinião.

Eduardo foi escolhido como responsável por uma coluna, criada no Jornal À TARDE pela, OAB BAHIA, denominada "Conselho do Advogado". Com pouco tempo de advocacia, mas com curiosidades sobre as discussões jurídicas, vontade de transmitir algo , em direito , para o leigo, arvorei-me a escrever um texto; tomei coragem , encaminhando-o para Eduardo. Tive a gentileza de um telefonema, com aquela voz suave, doce, meiga, de mestre da escrita, de conselheiro e um elogio ao texto, estimulando-me a escrever outros, que, confesso, muito me envaideceu.

Assim iniciava uma amizade, uma admiração maior ainda ao colega, à pessoa do Eduardo e também ao escritor.Não passamos um pelo outro sem um "dedinho de proza", normalmente sobre livros, escritos, desejo de ler e de escrever, publicar. Foi assim o nosso encontro de ontem, estes dias, na Justiça do Trabalho; ele saindo do prédio, eu também. Como sesmpre, fustiguei-o para entrar na "confraria dos blogueiros" . Se não quisesse criar o seu, mandasse seus textos por e mail, que gravaria no bikebook.blogspot.com. Seria eu, assim, o seu "editor"... Manifestando sempre a "recusa cortez", até mesmo para enviar e-mail, falou-me de seu último trabalho impresso em forma de livro, publicado quando era assessor do então presidente do TRT da Bahia, Dr. Joaqueim Almeida, dizendo-se surpreso por não ter-me encaminhado a publicação. Afirmei que não tive acesso à mesma, mas soube da sua existencia pelos jornais . Convidou-me, com sua voz e gestos de nobreza física , moral, intelectual,para acompanhá-lo até o seu escritório, nas proximidades da Justiça do Trabalho. Aceito de imediato o convite, fomos conversando sobre estas coisas. Fez referencia a texto que escrevi na "Conselho do Advogado" a respeito da regulamentação de trabalho de menores. Confesso minha vaidade pela lembrança do colega. E , mais ainda, quando afirmou terem sido meus textos elogiados pelo saudoso Nilson Sepulveda, " pela forma simples de dizer coisas do direito, acessivel ao leigo", que era a proposta da coluna.

Foi assim que chegou às minhas mãos DIREITO & POLITICA-Considerações Jornalísticas , de Eduardo Silva Costa, edição de 1993, da T.A. Comunicação, orelha de Octacilio Fonseca e apresentação de João Ubaldo Ribeiro, que diz:

"Advogado por profissão, Eduardo Silva Costa é também um jornalista opinativo de primeira linha. Espero que continue a escrever e publicar, para bem dos leitores e da imprensa baiana. E para bem dele tambem, é claro, pois, como sabemos todos os que já batucamos um teclado em meio ao pandemônio de uma redação na hora do fechamento, a única verdadeira razão para não desistirmos é que jornalismo é cachaça mesmo, cachaça esta de que nem meu sóbrio e circunspecto amigo Eduardo escapou".

Está esperando o que, meu caro Eduado, para entrar na INTERNET e imprimir, ainda que em xerox, como eu, seus escritos? Vamos divulgar nossas manias. Voce com competencia , domínio da letra e eu como brincadeira de quem jamais entrou em uma redação de Jornal, senão para divulgar algumas campanhas políticas da OAB-ABAT ou para levar um simples texto para o "Conselho do advogado".A final, voce deve ter lido as crônicas de João Ubaldo relatando o seu sofrimento quando as editoras pediram que ele adotasse o computador. Dominado este por João, não será dificil para voce , ainda que venha a sofrar um pouco mais. Caro Eduardo, muito obrigado pelo autógrafo, pela sua atenção e generosidade; Graças a voce,porto agora em minhas prateleiras, mais um grande livro. Não só pelo seu conteudo, mas por estar nele mais uma pequena história da minha vida, muito valiosa: encontro com uma pessoa que admiro, desde quando via apenas seu nome impresso na Tribuna da Bahia . Fiquei fascinado, também, pela forma como voce recebeu o convite do João Ubaldo para escrever para a Tribuna. À época, voce atendeu ao chamado do grande escritor baiano. Obedeça mais uma vez: escreva e publique, mesmo que em xerox. Não será menos genial! A final, no tempo de Homero e Herodoto, não havia nem mesmo papel; Eles só escreviam. Sócrates nem isto.

Este negócio de imprirmir em livro é coisa de Gráfico, Editor, empresários do ramo. Você é escritor, meu caro, e dos bons!

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lançado ontem, no antigo Clube Cruz Vermelho, em Salvador o livro CONFISSÕES DE UM PROXENETA DO OLEONE COELHO FONTES,editora PONTO E VÍRGULA PUBLICAÇÕES Quem tiver interesse na obra, ligar para 33691685 - ou por e mail assinttti@terra.com.br

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