quinta-feira, 24 de junho de 2010

LIVROS USADOS

CRESCE O NUMERO DE SEBOS EM SALVADOR.

VALCI BARRETO, Advogado.
bikebook.com.br
muraldebugarin.com.br
folhadoreconcavo.com.br


O comércio de livros e revistas usadas em Salvador, há alguns anos atrás, estava restrito ao Sebo do Brandão, na Rua Rui Barbosa; LIVROS USADOS, ainda funcionando, na parte baixa do Viaduto da Sé,  Graúna, e mais alguns pequenos pontos escondidos em algum beco da cidade. Quem precisa ou não se importa em comprar livros usados está festejando o crescimento do número de sebos em Salvador.


Os viciados em leitura, colecionadores, ou mesmo pessoas que buscam livros didáticos mais baratos, têm sido beneficiados pelo crescimento do comércio de Livros e revistas usadas em nossa Capital. Há muitos anos sou freqüentador destes locais. Tenho a sorte, atribuída a poucos, de ter duas filhas e um enteado que também se apaixonaram por eles. É impossível para nós sairmos de um sebo sem algum livro embaixo do braço. Meu estoque tem crescido. Terminei por arranjar um ´´depósito´´ para eles. Não sei quando vou arrumá-los. Também não estou com pressa. Enquanto isto, no entanto, vou lendo o que posso, em momentos preciosos que ali passo na companhia de Machados de Assis, Graciliano Ramos, Rubem Braga, Drumoond, Rui Castro, Dostoiewski, Guido Guerra, Raimundo Reis e muita gente que, mesmo falecidas, estão sempre bem humorados e destituídos de qualquer vaidade ou arrogância . Nunca se importam com ano, dia ou horário em que os procuro. Não têm ciúmes uns dos outros. Mesmo em Carnaval, Festa do Bonfim, estão sempre prontos a me dar lições e emoções gostosas que sòmente quem curte a boa leitura pode experimentá-las. Quem escolhe o dia e a hora sou eu. E eles nunca me dizem não. Não se importam em dormir ao lado ou em cima um do outro. Não estão nem aí para luz ou sombra, claro ou escuro. Não cobram férias, décimo terceiro, FGTS , repouso remunerado e muito menos indenizações por danos morais quando os pego de mal jeito e eles tomam uma quedinha da minha mão ou da prateleira.

Alguns endereços em Salvador para compra , venda, troca e doações de livros usados:
-Pequnos pontos: Senhor Alfredo, na Ladeira do Funil, Sete Portas, em frente à loja Resul.

-O Gaucho, em frente à Unijorge, no Comercio, ao lado do Edfo. Paraguaçu.

-Caju, em frente à Biblioteca Pública dos Barris.

-Berinjela, no terminal do ônibus da Rua Chile, térreo.

-Sebo do Daniel, porta de entrada do Edf. Barreiros,  próximo a GUIDO ANTIGUIDADES, ao lado da entreda da Ladeira da Praça, atrás do prédio da Camara de Vereadores de Salvador.

-Sebo do senhor Juvenil, terminal da Lapa, em uma galeria ao lado de uma loja de tecidos, após subir as escadas rolantes.

-Sebo Papiro: primeiro ponto de ônibus, antes de chegar ao Terminal da Lapa. Há uma placa bem visível.
-Graúna:venda somente pela Intenet
-Sebo do senhor Tomás: em uma rua estreita, em frente ao prédio da antiga Perini, na Pituba.
-O mesmo senhor Tomás, tem ainda uma loja na Avenida Centenário, entrada para a Graça, em frente ao posto de  Gasolina da Centenário.
-´´Livros usados´´: parte baixa do Viaduto da Sé, início da Ladeira da Praça.
-O VELHO DO LIVRO, Sr. Alfredo , uma figura simpática, humilde, muito querido, vende livros e revistas na parte baixa da Ladeira do Funil, ao lado do Mercado da Sete Portas, em frente à empresa de refrigeração RESUL. Também os expõe aos domingos pela manhã.

-Sebo do Brandão, Rua Rui Barbosa, conhecido por todos.

-www.praiadoslivros.com.br, no Porto da Barra, mesmo prédio do Instituto Mauá, que além de loja de livros usados, realiza eventos culturais, lançamentos de livros e mantem um café.

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-Em Aracaju, dentro do Mercado Municipal, o FUMAÇA, apaixonado por cantorias e literatura de Cordel, tem um Box , SEBO DO FUMAÇA. Sempre o visito quando vou à vizinha Capital. No final de abril, no FUMAÇA, adquiri o que há tempos procurava: ´´RUBEM BRAGA, 200 crônicas escolhidas´´, do CIRCULO DO LIVRO, por três reais. De bonificação , ainda algumas estórias recitação de cordéis do FUMAÇA.



Apaixonados por leitura compram livros novos. Mas, excetuando os de rendas gordas, preferem os sebos . Para os amantes da leitura, um Machado de Assis recém lançado tem o mesmo valor de um mofado pelos anos, dedos, axilas e olhos dos seus leitores. Para eles, contrariando muitas regras, mas atendendo a outras tantas, ´VÁRIOS MACHADOS VELHOS´´ valem mais do que ´´UM SÓ MACHADO NOVO´´. Rumo, então, aos sebos!


NÃO JOGUEM SEUS LIVROS E REVISTAS USADAS NO LIXO.

Muita gente dribla o desemprego vendendo livros e revistas usadas pelas esquinas, calçadas e pequenos sebos espalhados pela cidade. Apaixonados por livros, colecionadores, pessoas que não tem recursos para comprar livros ou revistas novas, utilizam-se destes pontos para alimentarem sua fome de leitura. Muitas bibliotecas comunitárias tem-se formado através deste comércio e são bem mais importantes socialmente do que as trituradoras da indústria de papel.

É comum as pessoas pegarem seus livros e revistas usadas e jogarem no lixo. Em vez disso, façam doações a bibliotecas comunitárias, aos pequenos sebos ou pessoas, como o senhor Alfredo, pessoa humilde e simpática que , para sobreviver,  vende livros e revistas usadas, contribuindo para a circulação da cultura entre os mais carentes e ajudando na conservação deles através dos colecionadores.

Pessoas e locais que recebem e agradecem as doações:

Senhor Alfredo, Ladeira do Funil, Sete Portas, em frente à empresa Resul, de segunda a domingo ao meio dia, menos nos dias chuvosos.

Professora Nilza, mantém uma mistura de biblioteca publica comunitária, ponto de troca e de venda de livros usados, na Rua Lima e Silva, 567, Liberdade.

Convento da Lapa, Igreja da Vitória, Igreja Nossa Senhora da Luz, que os utiliza para venda destinada à manutenção das suas  atividades filantrópicas.

Quem for para Jaguaquara, leve livres usados e entregue para Moises, no Hotel Irmãos Vaz, onde trabalha Moises que está formando uma biblioteca comunitária no bairro da Casca. Os que ele não precisa, faz doações para a Biblioteca Publica da cidade.

No local denominado de Alambique, ou entrada da Colônia em Jaguaquara, Terezinha Costa recebe doações. Após a leitura, por não ter espaço para biblioteca, ela os repassa para leitores, crianças ou para a biblioteca pública.

Nenhuma desstas pessoas jogam livros no lixo.

Aproveito para dar dica de  livros que falam do prazer da Leitura:

“Uma História de Leitura, de Alberto Manguel.”

“A PAIXÃO PELOS LIVROS”, Editora Casa da Palavra, com textos de D’ Alembert, Castelo Branco , Charlamov, Doyle, Drumond, Flaubert, Mindlin e outros.

A Conturbada História das Bibliotecas, Matthew Battles, Editora Planeta.

Entre Livros, José Mindlin

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