MOTORISTAS NA FRENTE DAS ESCOLAS.
Valci Barreto
Advogado, cicloativista baiano
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A imprensa tem noticiado, e somos testemunhas, dos incômodos causados pelos motoristas ao levarem seus filhos para as escolas. As pessoas se curvaram tanto aos encantos e comodidades oferecidas pelos carros que se imaginam incapazes de irem a pé comprar um pão, um remédio, um jornal a cem metros de casa . O elevado numero de veículos nas grandes cidades, com estacionamentos limitados, ruas estreitas e curtas, os veículos engarrafam, estacionam sobre passeios públicos, agridem, incomodam e, somados a outros fatores, tornam a vida urbana mais agressiva.
Os condutores de veículos desenvolveram uma cultura de que as avenidas, passeios públicos, todos os espaços, enfim, são exclusivos para seus veículos; de que, quem está em sua frente, mesmo dirigindo em velocidade regular, está incomodando, atrasando suas tarefas, “atrasando meu baba”, como popularmente se fala , e impõem ao cidadão comum , especialmente aos pedestres, uma situação de refém da sua ira e egoísmo.
“Estou com pressa”, “tenho o que fazer”, “estão me empatando”, “sai da frente”. são frases que lhes martelam a cabeça a qualquer hora que estejam dirigindo, mesmo que em suas casas sejam as mais doces das criaturas.
Os transtornos causados pelos engarrafamentos em frente das escolas são agravados pelas agressivas buzinadas.
Ninguém quer parar a alguns metros antes ou depois da escola para facilitar o transito de veículos e pessoas. Nem conseguem implantar o transporte solidário. Ao contrário, se não houver um portão e seguranças impedindo, limitando a sua passagem, certamente abrirão as portas do seu veiculo já ao lado das cadeiras onde sentam os seus filhos.
Ao usar as buzinas de forma agressiva em qualquer lugar, os motoristas não se importam com nada ao seu redor, muito menos com os residentes nas vizinhanças, muitos deles idosos, doentes, que necessitam e têm direito ao silencio.
Além de promoverem todo um mal estar, estes motoristas estão ensinando seus filhos a fazerem o mesmo, ou pior, quando, no futuro, também levarem os seus filhos para as escolas.
Reproduzindo esta incivilidade no uso da buzinas; das vias publicas ; como se todos os espaços lhes pertencessem, e como se todos sejam obrigados a se renderem aos seus desejos, será bem mais fácil para seus filhos aprenderem o que não deve ser feito quando na direção de um carro.
Os motoristas levam seus filhos para as escolas para que eles aprendam, também, normas de civilidade. Contraditòriamente , estes mesmos senhores, já na porta das instituições de ensino, destroem todas as lições por aqueles recebidas, aos lhes ensinarem a usarem a buzina, não como instrumento de segurança, de alerta contra perigo , mas para dizer, “gritando”:
para o filho:
“corre logo,meu filho”
“já tô aqui ,meu filho”.
E para os demais que estejam em sua frente:
“Saí da frente, porra!”
“Sai da frente, desgraça!”
“sai da frente filho da puta!”
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Buga, infelizmente não posso fazer doação de sangue. Espeero que as pessoas atendam ao apelo da doente e dos seus familiares.
Fé em Deus.
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