domingo, 31 de julho de 2011

TAXISTAS CLANDESTINOS? NEM SEMPRE...

TAXISTAS CLANDESTINOS?  NEM SEMPRE... 

Valci Barreto

muraldebugarin.com
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No Aeroporto de Salvador anunciam “Não usem taxis que não sejam oficiais”

Nas imediações, e mesmo dentro do Aeroporto, aparecem taxistas oferecendo serviços  mais baratos do que os “oficiais”.

Ultimamente a imprensa baiana vem dando destaque  à “guerra “ entre taxistas do Aeroporto, notadamente o Jornal Correio.

Sucede que, muitos destes “clandestinos” são taxistas sérios, honestos e que estão dentro de todos os padrões exigidos pela legislação para circular na cidade.

Tendo a licença de taxista, não são clandestinos.  Estando registrados, fiscalizados, podem eles circular em qualquer lugar, inclusive no Aeroporto.

Os “clandestinos” chegam a cobrar quase a metade do que cobramos “oficiais”.

Conheço alguns “clandestinos” e são estes a quem recorro para me transportar, tanto para ir como para voltar do Aeroporto, porque, como cidadão, sempre condeno os monopólios de serviços como de taxi e outros essenciais para a população de um modo geral.

Há muitos anos ,  e assim continuarei, mão pego taxi nas filas da Rodoviária  porque não agüento a cara feia de alguns  quando dizemos para onde vamos ou  demonstramos conhecimento da cidade.

Duas a três vezes por semana uso serviços de taxis dentro de Salvador e sempre digo para todos eles: Não uso os “taxis oficiais” do Aeroporto; não pego taxi nas filas da Rodoviária; nem em filas de qualquer outro lugar: prefiro pegar algum que estiver passando, pois  detesto mal humor, principalmente por parte de quem é obrigado a prestar serviços públicos, como é o caso dos taxis.

Esta minha decisão não é por ter algo contra os taxistas de um modo geral, em cuja classe tenho amigos bem próximos. Mas não quero ser torturado pela cara feia ou tentativa de exploração de alguns que, infelizmente, “sujam” os demais. Na dúvida do que vou encontrar na fila da Rodoviária, do preço do que vou encontrar pagar aos “oficiais “ do  Aeroporto e da cara feia de alguns que escolhem o passageiro segundo a distancia a ser percorrida, prefiro o “clandestino”, que até o momento só me deram bom humor e preço.

Passei a ter esta atitude porque comecei a ter a péssima experiência nas seguintes circunstâncias:

Viajava com freqüência para o interior da Bahia e morava no Costa Azul. Quando chegava na  Rodoviária e dizia a um taxistas que iria para aquele bairro, o motorista me conduzira como se ele estivesse se dirgindo para a forca.

Passei um tempo trabalhando em Santo Amaro da Purificação ,indo e voltando todos os dias. Comigo vinha uma colega advogada que morava no Caminho das Árvores, pessoa daquele tipo que “briga por seus direitos”.  Antes de dirigir-se ao taxista ia ela de imediato para  “guarda” ali de plantão:

“Peço que o senhor me acompanhe até o taxista da frente porque nenhum deles quer me transportar para o Caminho das Arvores onde moro”. (Antes o taxis não fazia a longa viagem que hoje faz da Rodoviária até o Caminho das Árvores).

Pessoas sensíveis que ouvirem velhinhos ,que moram perto de supermercados, a respeito de um bom número de taxistas, vão chorar de dó.

Recentemente, uma filha minha trabalhava no interior e por chegar tarde  em  Salvador ia buscá-la uma ou duas vezes por semana na Rodoviária. Ensinei-a  não suportar mau humor de taxistas da Rodoviária : que atravessasse a passarela e pegasse o que passasse  em frente ao Iguatemi. E que assim se comportasse fosse ou não para perto.

Já adulta, hoje não preciso mais buscá-la. Porém, depois de ter testado o que lhe passei, também faz o mesmo: prefere carregar peso até o outro lado da pista  do que alimentar mau exemplo.

Em épocas de festas,como Carnaval, aí É que o “bicho pega”. Nem vou falar deste caso, todos conhecem.

Como se diz, o “povo não é burro”; então, em vez de pegar taxi  caros no Aeroporto, um quase ou verdadeiro  monopólio, há pessoas, como eu, que não os pega: ligo para algum , mesmo “cladestino” que conheço, e que circulam em busca de passageiros pelo saguão do Aeroporto. Os que que conheço  são pessoas honestas, que sempre me transportaram com segurança, respeito, e bem mais barato do que os oficiais. E, sobretudo, muito bem humorados.

Um  bom numero dos “oficiais”, só conseguem expressar algum contentamento, ou mesmo respeito,  pelo passageiro que paga caro.

Houve-se , nos corredores do Aeroporto, o seguinte comentário: As passagens mais baratas tem permitido pessoas de menor condição econômica viajar. Os “oficiais”, porém, rejeitam-nos, discriminam-nos, optando sempre pelos “gringos”. Não posso assegurar ser verdade. Mas há estes rumores.

Na minha vida,  nunca escolhi meus amigos, amores, por levá-los ou ser eu levado para lugares caros,luxuosos. Muito menos pagar a conta para merecer amizade. Também não escolhi, nem escolho meus amigos saldo bancário. Muito menos pelos tapetes, jardins e vinhos das suas casas. Sempre preferi as amizades sinceras, honestas, respeitosas e ,sobretudo, pelas minhas afinidades com eles.

Assim  também procedo  em relação aos taxistas “clandestinos” e “oficiais”. Sempre preferirei os “clandestinos” aos “oficiais” , pelo menos no Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães.

Antes de má interpretação, de que defendo o “errado”, o que não paga impostos, todos os que me conduzem são meus conhecidos , pagam seus impostos e são fiscalizados pelo poder público. O “cladestino”, “paraguaio” são assim denominados, muitas vezes por profissionais e empresas que lutam pela criação de  monopólios ou  cartéis.

Estamos nas proximidades da Copa do mundo onde, com certeza, a ganância dos maus  profissionais, que infelizmente maculam a idoneidade dos bons, será bem mais acentuada . Parece que os “monopolistas” estão contando com aliados fortes, considerando a forma como o tema tem sido posto para a opinião pública pela imprensa na divisão “clandestinos “ e “oficiais”.

A população baiana tem o dever de acompanhar estas questões, este embate, pois não se trata apenas de uma luta de categoria profissional;  mas de pessoas que têm a obrigação de prestar serviço honesto, preço justo ,e sem “cara feia,” porque dentro dos nossos taxis estará também a imagem da nossa Bahia que, apesar de todas suas dificuldades, temos o dever de defender, cuidar , preservar e , sobretudo, não macular a já não tão alegre  Bahia.

Que o Poder Público intervenha para dar um basta na guerra ; que  afaste os verdadeiros clandestinos. E  que a honrada classe dos taxistas faça algo para que os cidadãos não se sintam maltratados nem extorquidos por membros da sua categoria profissional.

O povo não é burro . Por isto mesmo está  optando pelos “clamdestinos” e pelos riscos de serem transportados por mototaxistas. Sou um dos que faz sempre esta opção. Prefiro correr o risco anunciado pelo alto falante   do Aeroporto; carregar peso para fugir dos taxistas da Rodoviária; do que enfrentar cara feia. O a alegria de acordo com o tamanho da corrida.

O que me motiva a assim ainda proceder  é exatamente a conduta de maus profissionais  que , lamentavelmente, mesmo sendo minoria, contamina toda uma classe que é parte do cartão de visita de qualquer lugar .

Já temos incontáveis mazelas afastando o turista da nossa Capital;  Certamente não quererão os taxistas serem mais uma delas.

Do jeito que este serviço e prestado em nossa Capital, nas filas de taxis de um modo geral, pelo menos da minha parte eu afirmo, sem titubeio: vou sempre preferir os “clandestinos” e “paraguaios” , mesmo transportando peso sobre a passarela da Rodoviária.

Desde os meados de 1980 que não aborreço um taxista da Rodoviária; no Carnaval, nem pago o preço dos “oficiais” do Aeroporto.

Meus recursos econômicos são poucos. Porém, mesmo que maiores fossem,  jamais pagaria para ser transportado com respeito somente pelo tamanho da corrida . E sempre lutaria para não ter que suportar  preços abusivos de  monopólios e cartéis, tão perniciosos a qualquer sociedade democrática.























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