LA CAMPANA, FAMILIA APRILE , FEIRA DE SANTANA
Valci Barreto
advogado, cicloativista baiano.
editor do bikebook.com.br
muraldebugarin.com
colaborador Folha do Reconcavo.
Após a Segunda Guerra Mundial, 41 famílias de imigrantes italianos instalaram-se em Jaguaquara, levando para esta cidade do Vale do Jiquiriçá, na Bahia, a cultura de verduras , hortaliças, notadamente a do tomate que , em certa época , antes da concorrência dos fornecedores do sul do pais, Vale do São Francisco e do próprio recôncavo baiano, chegou a representar mais de setenta por cento do abastecimento de Salvador.
Entre os imigrantes estava a família Aprile. E nesta, um garoto com 17 anos, hoje um senhor de mais de 70, Silvano Aprile, que trabalhou com agricultura; caminhão;mercancia; madeira e montou uma oficina no Entrocamanento de Jaguaquara, km 43 da Br 116, tornando-se um reconhecido mecânico de automóvel.
Imaginando, criando, produzindo, lutando pela sobrevivência, executando os mais variados ofícios, mesmo com limitações de estudos, comuns aos imigrantes de então, o senhor Silvano veio a implantar, no mesmo Entrocamento, o primeiro restaurante de comida italiana da região, o Abruzzi, em 1960 . Daquela localidade e época tem início uma parte da história do Filé à Parmegiana como o conhecemos na Bahia.
Não se sabe a origem desta maravilhosa comida. Muitos, por conta do seu nome, associam-na a Parma , na Itália, tese contestada por historiadores que negam ter ele existido naquele pais, afirmando que seu nome é também relacionado a Milão, portando o nome de "bife à milanesa" igualmente desconhecido naquela cidade.
Seja qual for a origem da deliciosa comida, muito tem para nos contar sobre ela o senhor Aprile, que mantém, juntamente com sua filha Ana, um restaurante de comida italiana em Feira de Santana, o LÁ CAMPANA.
Há uns dois anos, sem maiores comentários, sem qualquer pretensão, senão matar a fome, levou-me um amigo para almoçarmos naquela casa de pasto, quando passávamos por Feira em direção a Itaberaba. Pedimos o Filé à Parmegiana, o qual deixou gravado em mim um sabor que desejei vê-lo repetido em minhas papilas gustativas em um outro momento.
Hoje, estive em Feira e um dos meus programas seria almoçar naquela casa. Logo ao entrar, recebeu-me o seu proprietário, senhor Aprile que, atendendo às minhas primeiras indagações sobre a origem da sua pessoa, perguntou-me se queria saber da italiana ou da brasileira. Respondi-lhe que me falasse das duas. Irradiando simpatia, percebeu a iluminação em meu semblante ao descobrir-me seu conterrâneo, na parte brasileira; enquanto a outra vinha de Pescara, onde nasceu, cujo ponto me indica, orgulhosamente, em um mapa fixado como decoração em uma das paredes do La Campana.
O doce nome da minha terra, Jaguaquara, e da colônia italiana da minha infância, pronunciadas naquele momento, não deram mais descanso para o senhor Aprile. “obriguei-o" a contar um pouco da sua história, o que fez com todo gosto, ouvindo-o , fascinado, por quase duas horas.
Nascido em Pescara, de família muito pobre, talentoso para o comércio, saia pelo interior daquela região pesqueira italiana, entrando em fazendas, sítios , povoados, casas de pescadores, comprando , vendendo, trocando ovos, temperos, galinhas, carnes, mascateando, enfim ; e tudo fazendo em bicicleta. Minha cabeça voava para a Itália, passando nela um filme em que seu Aprile se agigantava como artista maior, pedalando uma bicicleta enferrujada; pneus gastos; sem marcha, daquelas que estamos acostumados a ver em filmes clássicos italianos, cheia de tralhas no bagageiro, quadro e guidom.
Já fascinado com os seus depoimentos, pedi-lhe que contasse a história das bicicletas em sua vida, entusiasmando-o quando lhe falei dos meus passeios pelas ruas de Salvador, transportado neste fascinante condutor de pessoas e de emoções.
Fazendo eu pequenas anotações da sua fala, perguntou-me, gentilmente, o motivo delas e se eu era escritor. Respondi que não, a intenção era informar aos amigos ciclistas da existência , história e endereço do seu restaurante . Após calculada pausa para ouvir meu gosto pelas magrelas, sequenciou a fala, surpreendendo-me com cada frase, olhar, elegância nos gestos e doçura de quem bem domina a arte de contar a sua própria história, acrescentando, entusiasmado:
‘Eu e um amigo éramos invencíveis em corridas de bicicletas na região de Pescara. À época, os grandes campeões eram Cope e Bartali.(ícones do ciclismo mundial), com mais idade do que nós, e já profissionais.Estávamos nos preparando para substituí-los nas grandes provas da Europa, começando pela Itália, sonho com grandes possibilidades de se tornar realidade , pois , em nossa região, éramos imbatíveis.” Acrescentou convicto , seguro : “Tínhamos tudo para isto, mesmo porque pedalar fazia parte do meu ofício diário, subindo e descendo morros, montanhas, da zona rural de Pescara, com a bicicleta carregada de todo tipo de mercadoria."
A guerra, a imigração, interrompeu este caminho que trilharia o senhor Aprile.
Envolvia-me cada vez mais com o senhor Aprile, enquanto Victor e Ró ,em outra mesa, deliciavam-se , mergulhados em dois pratos pedidos , um dos quais o famoso filé.
Apesar do sabor, da certeza da delícia que abastecia os dois, alimentava-me com a história do senhor Aprile. Perguntando porque ele não a escrevia , disse-me que já está fazendo isto. Porém, para assim se expressar, houve um certo ritual, enriquecedor da forma de contar, dizendo que, estimulado por netos, familiares, para escrevê-la, comprou um caderno escolar somente para este fim , estando com relatos crescentes, intercalando frases, conceitos, expressões, tanto em italiano quanto em português, esforçando-se muito para se expressar, em função de confessada limitação para escrever decorrente do seu pouco estudo.
-Não se preocupe, senhor Aprile, importante é anotar o que for possível, o que vier da memória; alguém vai ler, traduzir, transmitir sua história, disse-lhe. Retomou a para dizer que tem uma neta jornalista, Karine Yervese Aprile , que trabalha no Jornal à Tarde; afirmação que me fez certo de que o registro, correção e publicação do seu livro serão tarefas menos sofridas ante o estimulo e apoio da neta.
Fez questão de pontuar: "a parte que quero contar da minha vida , são as minhas conclusões, teses, convicções, meus conhecimentos da história que construí cozinhando, aprimorando, degustando, o Filé à Parmegiana".
Deduzi naquele encontro , sem esforço, ter o senhor Aprile muito contribuído para apuração do cozimento, enfeite e sabor daquele Filé, como hoje o conhecemos na Bahia, a partir do primeiro restaurante, o Abruzzi, pioneiro em comida italiana no interior baiano,instalado também por ele no mesmo Entrocamento de Jaguaquara, em 1960. Dali , diz seu Aprile, resultaram os mais deliciosos filés à Parmegiana da Bahia, consagrados por restaurantes como Volare e Bella Napoli, em Salvador e pelo Biancamano, que funciona em Jaguaquara. Restaurantes estes , todos eles, originários da Familia Aprile, das colônias italianas de Itiruçu e Jaguaquara.
Pretendia contar para mim apenas a parte da sua história em Jaguaquara, relativa ao delicioso filé . Mas, para minha sorte, terminou emendando, melhorando, enriquecendo-a para tecer comentários sobre Mussolini; Clero Italiano da sua época; imigração; festa do trigo em Jaguaquara; seu talento para variados ofícios, principalmente para o comércio, mecânica; cozinha e ciclismo, este interrompido pela sua vinda para o Brasil.
Quase não almocei, interessado nas histórias e estórias ali escutadas. O medo de Ró e Vitor não deixarem nem um pouquinho do filé para mim, o que por pouco não aconteceu, dirigi-me para a mesa deles, arrastando o senhor Aprile que, generosamente, continuou contando a sua história de vida, pontuada por algumas tristezas, como a vivenciada quando do falecimento da sua esposa , vitimada por câncer, fato que o abateu profundamente.
Mais uma pessoa para contar belas histórias de livro, Jaguaquara, bicicleta e comida; e tudo bem misturado , operação que bem desenvolveu para tornarem tão apreciados os pratos servidos no La Campana, com destaque para delicioso Filé.
Volto lá para ouvir mais e comer bem mais.
Quem passar por Feira de Santana, não pode deixar de conhecer o Restaurante LA CAMPANA. Pelo menos aqueles que gostam de boa comida, temperada com histórias, como as contadas por aquele simpático senhor.
Se tiver mais sorte ainda do que tive hoje , poderá ainda ouvi-lo tocando sanfona; com a qual, na companhia de seu contemporâneo de colônia,Giuseppe Petaccia, realizou muitos festejos, sob o efeito bendito dos vinhos caseiros, fabricados ali mesmo, na colônia italiana de Jaguaquara. Ao lembrar do amigo, já falecido, seus olhos brilharam, revelando muitas saudades. E cantou, baixinho, imitando a voz de tenor do amigo: "O Sole Mio", canção que embalava as festas, lembranças, saudades das suas vivências na terra natal italiana e juventude em Jaguaquara.
Não nos contou tudo o senhor Aprile. Muito menos o faço aqui. Terei que voltar lá outras e outras vezes. Enquanto isto, seguirei fazendo minhas leituras, pedaladas, contando estas coisas para meus amigos; e o seu Aprile , em Feira, oferecendo o seu incomparável filé e pondo no papel as suas histórias que seu futuro livro conduzirá para mais gente, por mais tempo e para bem mais longe: missões próprias deste majestoso condutor de saber. E tudo bem simples, gostoso como a sua cantina, filé, bicicletas, livros e sonhos. Estes, sempre infinitos.
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LÁ CAMPANA: Rua São Domingos, 86, Capuchinhos, Feira de Santana.
advogado, cicloativista baiano.
editor do bikebook.com.br
muraldebugarin.com
colaborador Folha do Reconcavo.
Após a Segunda Guerra Mundial, 41 famílias de imigrantes italianos instalaram-se em Jaguaquara, levando para esta cidade do Vale do Jiquiriçá, na Bahia, a cultura de verduras , hortaliças, notadamente a do tomate que , em certa época , antes da concorrência dos fornecedores do sul do pais, Vale do São Francisco e do próprio recôncavo baiano, chegou a representar mais de setenta por cento do abastecimento de Salvador.
Entre os imigrantes estava a família Aprile. E nesta, um garoto com 17 anos, hoje um senhor de mais de 70, Silvano Aprile, que trabalhou com agricultura; caminhão;mercancia; madeira e montou uma oficina no Entrocamanento de Jaguaquara, km 43 da Br 116, tornando-se um reconhecido mecânico de automóvel.
Imaginando, criando, produzindo, lutando pela sobrevivência, executando os mais variados ofícios, mesmo com limitações de estudos, comuns aos imigrantes de então, o senhor Silvano veio a implantar, no mesmo Entrocamento, o primeiro restaurante de comida italiana da região, o Abruzzi, em 1960 . Daquela localidade e época tem início uma parte da história do Filé à Parmegiana como o conhecemos na Bahia.
Não se sabe a origem desta maravilhosa comida. Muitos, por conta do seu nome, associam-na a Parma , na Itália, tese contestada por historiadores que negam ter ele existido naquele pais, afirmando que seu nome é também relacionado a Milão, portando o nome de "bife à milanesa" igualmente desconhecido naquela cidade.
Seja qual for a origem da deliciosa comida, muito tem para nos contar sobre ela o senhor Aprile, que mantém, juntamente com sua filha Ana, um restaurante de comida italiana em Feira de Santana, o LÁ CAMPANA.
Há uns dois anos, sem maiores comentários, sem qualquer pretensão, senão matar a fome, levou-me um amigo para almoçarmos naquela casa de pasto, quando passávamos por Feira em direção a Itaberaba. Pedimos o Filé à Parmegiana, o qual deixou gravado em mim um sabor que desejei vê-lo repetido em minhas papilas gustativas em um outro momento.
Hoje, estive em Feira e um dos meus programas seria almoçar naquela casa. Logo ao entrar, recebeu-me o seu proprietário, senhor Aprile que, atendendo às minhas primeiras indagações sobre a origem da sua pessoa, perguntou-me se queria saber da italiana ou da brasileira. Respondi-lhe que me falasse das duas. Irradiando simpatia, percebeu a iluminação em meu semblante ao descobrir-me seu conterrâneo, na parte brasileira; enquanto a outra vinha de Pescara, onde nasceu, cujo ponto me indica, orgulhosamente, em um mapa fixado como decoração em uma das paredes do La Campana.
O doce nome da minha terra, Jaguaquara, e da colônia italiana da minha infância, pronunciadas naquele momento, não deram mais descanso para o senhor Aprile. “obriguei-o" a contar um pouco da sua história, o que fez com todo gosto, ouvindo-o , fascinado, por quase duas horas.
Nascido em Pescara, de família muito pobre, talentoso para o comércio, saia pelo interior daquela região pesqueira italiana, entrando em fazendas, sítios , povoados, casas de pescadores, comprando , vendendo, trocando ovos, temperos, galinhas, carnes, mascateando, enfim ; e tudo fazendo em bicicleta. Minha cabeça voava para a Itália, passando nela um filme em que seu Aprile se agigantava como artista maior, pedalando uma bicicleta enferrujada; pneus gastos; sem marcha, daquelas que estamos acostumados a ver em filmes clássicos italianos, cheia de tralhas no bagageiro, quadro e guidom.
Já fascinado com os seus depoimentos, pedi-lhe que contasse a história das bicicletas em sua vida, entusiasmando-o quando lhe falei dos meus passeios pelas ruas de Salvador, transportado neste fascinante condutor de pessoas e de emoções.
Fazendo eu pequenas anotações da sua fala, perguntou-me, gentilmente, o motivo delas e se eu era escritor. Respondi que não, a intenção era informar aos amigos ciclistas da existência , história e endereço do seu restaurante . Após calculada pausa para ouvir meu gosto pelas magrelas, sequenciou a fala, surpreendendo-me com cada frase, olhar, elegância nos gestos e doçura de quem bem domina a arte de contar a sua própria história, acrescentando, entusiasmado:
‘Eu e um amigo éramos invencíveis em corridas de bicicletas na região de Pescara. À época, os grandes campeões eram Cope e Bartali.(ícones do ciclismo mundial), com mais idade do que nós, e já profissionais.Estávamos nos preparando para substituí-los nas grandes provas da Europa, começando pela Itália, sonho com grandes possibilidades de se tornar realidade , pois , em nossa região, éramos imbatíveis.” Acrescentou convicto , seguro : “Tínhamos tudo para isto, mesmo porque pedalar fazia parte do meu ofício diário, subindo e descendo morros, montanhas, da zona rural de Pescara, com a bicicleta carregada de todo tipo de mercadoria."
A guerra, a imigração, interrompeu este caminho que trilharia o senhor Aprile.
Envolvia-me cada vez mais com o senhor Aprile, enquanto Victor e Ró ,em outra mesa, deliciavam-se , mergulhados em dois pratos pedidos , um dos quais o famoso filé.
Apesar do sabor, da certeza da delícia que abastecia os dois, alimentava-me com a história do senhor Aprile. Perguntando porque ele não a escrevia , disse-me que já está fazendo isto. Porém, para assim se expressar, houve um certo ritual, enriquecedor da forma de contar, dizendo que, estimulado por netos, familiares, para escrevê-la, comprou um caderno escolar somente para este fim , estando com relatos crescentes, intercalando frases, conceitos, expressões, tanto em italiano quanto em português, esforçando-se muito para se expressar, em função de confessada limitação para escrever decorrente do seu pouco estudo.
-Não se preocupe, senhor Aprile, importante é anotar o que for possível, o que vier da memória; alguém vai ler, traduzir, transmitir sua história, disse-lhe. Retomou a para dizer que tem uma neta jornalista, Karine Yervese Aprile , que trabalha no Jornal à Tarde; afirmação que me fez certo de que o registro, correção e publicação do seu livro serão tarefas menos sofridas ante o estimulo e apoio da neta.
Fez questão de pontuar: "a parte que quero contar da minha vida , são as minhas conclusões, teses, convicções, meus conhecimentos da história que construí cozinhando, aprimorando, degustando, o Filé à Parmegiana".
Deduzi naquele encontro , sem esforço, ter o senhor Aprile muito contribuído para apuração do cozimento, enfeite e sabor daquele Filé, como hoje o conhecemos na Bahia, a partir do primeiro restaurante, o Abruzzi, pioneiro em comida italiana no interior baiano,instalado também por ele no mesmo Entrocamento de Jaguaquara, em 1960. Dali , diz seu Aprile, resultaram os mais deliciosos filés à Parmegiana da Bahia, consagrados por restaurantes como Volare e Bella Napoli, em Salvador e pelo Biancamano, que funciona em Jaguaquara. Restaurantes estes , todos eles, originários da Familia Aprile, das colônias italianas de Itiruçu e Jaguaquara.
Pretendia contar para mim apenas a parte da sua história em Jaguaquara, relativa ao delicioso filé . Mas, para minha sorte, terminou emendando, melhorando, enriquecendo-a para tecer comentários sobre Mussolini; Clero Italiano da sua época; imigração; festa do trigo em Jaguaquara; seu talento para variados ofícios, principalmente para o comércio, mecânica; cozinha e ciclismo, este interrompido pela sua vinda para o Brasil.
Quase não almocei, interessado nas histórias e estórias ali escutadas. O medo de Ró e Vitor não deixarem nem um pouquinho do filé para mim, o que por pouco não aconteceu, dirigi-me para a mesa deles, arrastando o senhor Aprile que, generosamente, continuou contando a sua história de vida, pontuada por algumas tristezas, como a vivenciada quando do falecimento da sua esposa , vitimada por câncer, fato que o abateu profundamente.
Mais uma pessoa para contar belas histórias de livro, Jaguaquara, bicicleta e comida; e tudo bem misturado , operação que bem desenvolveu para tornarem tão apreciados os pratos servidos no La Campana, com destaque para delicioso Filé.
Volto lá para ouvir mais e comer bem mais.
Quem passar por Feira de Santana, não pode deixar de conhecer o Restaurante LA CAMPANA. Pelo menos aqueles que gostam de boa comida, temperada com histórias, como as contadas por aquele simpático senhor.
Se tiver mais sorte ainda do que tive hoje , poderá ainda ouvi-lo tocando sanfona; com a qual, na companhia de seu contemporâneo de colônia,Giuseppe Petaccia, realizou muitos festejos, sob o efeito bendito dos vinhos caseiros, fabricados ali mesmo, na colônia italiana de Jaguaquara. Ao lembrar do amigo, já falecido, seus olhos brilharam, revelando muitas saudades. E cantou, baixinho, imitando a voz de tenor do amigo: "O Sole Mio", canção que embalava as festas, lembranças, saudades das suas vivências na terra natal italiana e juventude em Jaguaquara.
Não nos contou tudo o senhor Aprile. Muito menos o faço aqui. Terei que voltar lá outras e outras vezes. Enquanto isto, seguirei fazendo minhas leituras, pedaladas, contando estas coisas para meus amigos; e o seu Aprile , em Feira, oferecendo o seu incomparável filé e pondo no papel as suas histórias que seu futuro livro conduzirá para mais gente, por mais tempo e para bem mais longe: missões próprias deste majestoso condutor de saber. E tudo bem simples, gostoso como a sua cantina, filé, bicicletas, livros e sonhos. Estes, sempre infinitos.
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LÁ CAMPANA: Rua São Domingos, 86, Capuchinhos, Feira de Santana.
-Aproveitem a lembrança, copiem,colem , liguem o som , fechem os olhos e entreguem suas almas ao belo mundo das harmonias sonoras, ainda que por um pouquinho do tempo disponível neste vídeo, e ouçam "O Sole Mio":
http://www.youtube.com/watch?v=sjqHA8x1rOk
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