Acho que todos, ao menos uma vez na vida deviam pedalar. Alias deveriam pedalar,andar de moto,caminhão,Ônibus, enfim, passar por todas as experiências, estar “do outro lado” ao menos uma vez.
Andando de bicicleta tive a visão de um ciclista, experimentei o que é dividir a rua com os carros e como é a desenvoltura de alguns motoristas para com as bicicletas, e quando entrei em meu carro para dirigir, fiquei mais convalescente e educada com os ciclistas que por ventura dividi a pista depois. A pessoa ao experimentar a realidade do outro, entende mais e necessariamente respeita mais.
Porque entenda, se vc pega ônibus durante muito tempo, e sabe o que é estar na chuva por exemplo, assim que adquire o carro e sai por ai desfilando de bacana, pode fazer mil coisas sem sentido, como rebaixar o carro, colocar uma frase de “cole nada!” atrás, pode até viajar sem roupa( por não caber mala no fundo do carro já que como um bom deficiente auditivo lotou tudo com caixas de som) mas uma coisa é certa, vc terá mais cuidado com os pedestres, terá a sensibilidade de passar devagar na lama para não molhar ninguém.Vc já antevê essas coisas e se afasta ao passar pelo ponto de ônibus, coisas que para aqueles que nunca pegaram ônibus passam despercebidos, porque não sabem o qt chato é levar jato de água na cara ou na roupa limpa. Valendo ressaltar, claro, que sempre há aqueles que são educados e cuidadosos independente de terem andado ou não de ônibus.
Da mesma forma é se vc é motociclista ,se envolve com alguém que seja ou conviva de uma certa forma com esse tipo de meio de transporte.Se um motociclista pega um carro para dirigir,ele fica atento as buzinas que as motos dão, procura manter-se sempre na própria pista e deixar espaço para que a moto ultrapasse. Ele respeita mais o motociclista.
Por isso, pedalar além de me trazer bons encontros , sensações maravilhosas, me ensinou que é possível também se educar através das experiências e ao nos colocarmos na posição do outro.
Pedalando me senti em outro lugar mesmo sabendo que estava em salvador.Parei em sebo e senti o astral do lugar, fui em oficinas de bicicletas, troquei dedos de prosa depois de tomar um dos sorvetes mais gostosos que já experimentei e conheci pessoas de todos os tipos. É tão bom voltar à inocência do interior, parar na banca de revistas e conversar com algum desconhecido que também comprava algo como se o tempo não estivesse passando.pq vivemos nessa loucura eterna da falta de tempo, de conversas rápidas, de apenas “bons dias” no elevador e pouco olhar para o outro.
Pedalar é estar envolvido num mundo diferente.É não estar em salvador,mesmo estando!É sentir o vento bater no rosto e sentir de novo o gosto de infância, com medo de carros e insegurança ao controlar o guidon novamente. É ainda estar vivendo no interior, parando pra tomar um sorvete ou uma água e conversar sem se preocupar em gastar o tempo e sim em curtir, se deliciar com o tempo que se passa em cada encontro, em cada parada, em cada nova pedalada e paisagem.
Obrigada Valcir pelo presente e por me apresentar um mundo novo. O medo que tinha dos carros, com a prática em si no pedal me vez ver que muitas vezes os obstáculos que colocamos em nossa cabeça é sempre maior do que a realidade fática!
Super indico a todos!
STELA ANDRADE.
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Pela primeira vez stela enfrentou as ruas de salvador pedalando com o Jabutis Vagarosos, que neste dia contava apenas comigo, valci barreto.
O passeio não foi como aqueles deliciosos das manhas de domingo, porque neste dia Stela tinha compromissos. Fizemos, então, em um sabado pela manha, em um horário em que as ruas estavam cheias de carros , especialmente na Avenida Sete em que havia muitos pedestres disputando espaços com os carros da movimentada rua.
Não foi assim, "aquele pedal jabuti" quando vamos tomar sorvete na Ribeira, comer frutas no Largo dois julho, comer requeijão, banana, churrasquinho, no Bonitão, tomar café no Rodim, almoçar no shopping barra, comer o sanduiche do Box do Alemão na Ceasa do Rio Veremelho ou partir para Guarajuba, santo amaro, Praia do Forte, ainda que pondo as bicicletas em onibus para pedalar por lá e voltar no mesmo dia ou no dia seguinte. Não, não foi um destes passeios.
Também não contou com a festa que é o Jabutis com Buga, Sergio Bezerra, Rose, itana e outros que eventualmente aparecem.
Mesmo assim, mereceu o carinhoso e muito importante depoimento de Stela que muito nos anima a chamar mais pessoas para viver as emoçoes dos pedais, escondidas pelo uso excessivo do Carro.
Nós, das bicicletas, Stela é que agradecemos. Sexta, sábado e domingo tem mais!
Abraçao no coração, extensivo aos pais maravilhosos que voce tem.
valci
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