REVISTA EXAME, JABUTI, LIVROS E ....PEDAL!
Valci Barreto, editor do bikebook.blogspot.com e do MEU ZINE.
colaborador do muraldebugarin.com
Desde sexta feira, segui para o Genipabu Summer House, em Guarajuba . Aproveitaria o feriado de 7 de setembro para fazer um Jabuti pela região: Monte Gordo, Práia do Forte e adjacências. Fiquei ainda mais animado quando o Jabuti, George Argolo ,afirmou que se faria presente para a pedalada e comemoração do aniversário da esposa Olívia. Mais ainda quando a Itana Mangiere igualmente se comprometeu. Para eventual chuva, algum outro obstáculo ao pedal, enfrentamento de fila, espera de médicos, dentistas, atendimentos vários em órgãos públicos, grandes empresas, sempre me faço acompanhar de um remédio poderoso:livro. Tempo meio duvidoso , e frio para os costumes baianos, além do vento gelado para nós, levei dois , sempre de sebo: Minha Razão de Viver- Memórias de Um Repórter , autobiografia do Jornalista Samuel Wainer, Editora Record, e A Saga dos Kennedy, de Rose Fitgerald Kennedy, Editora Arte Nova.
Na Linha Verde, como sempre, o nosso testemunho das agressões, falta de educação e de respeito aos demais humanos , patrocinada por um bom número de motoristas, inclusive de microônibus ,fazendo zig zag , trafegando pelos acostamentos ,agressivamente buzinando e sinalizando como a dizer: saiam da frente “seus abestalhados”, que a "pista é toda minha". Ou então: “ vocês têm que correr porque tenho pressa". “Evangelizadores” da “lei do Gerson”, teriam inveja destas pessoas, algumas delas transportando filhos, ensinando a estes o que se deve fazer, ao volante de um carro, para maltratar as pessoas que receberam a boa educação doméstica. Especialmente nos feriados compridos, devem os órgãos de trânsito fazer uma visitinha àquela pista, de preferência equipados para aplicação de multas pesadas, já que placas e sinais de trânsito não existem para essa gente, que não atende a sinais e normas de boa educação. Muito longe das normas de civilidade, prefrem, sempre, obedecer a tanque de guerra, polícia bem armada, grupos de malhados, bem fortes e violentos, preferencialmente. Também atendem àquelas mínimas regras, quando aplicadas pesadas multas. Multas neles, então. E quem sejam bem elevadas. As pequenas eles preferem pagar. Além de arrecadação considerável, bom para os cofres públicos, terão eles um pouquinho de dor de cabeça, a partir da dor do bolso.
Os pobres mortais, que primam pelo respeito às regras de boa convivência, entre elas a de trânsito, devem fazer o que possível for para tentar ajustar estas pessoas, ainda que após denuncias a órgãos públicos, empresas empregadoras, quando for o caso. O mal não pode prevalecer. E ele prevalecerá, se não houver reações. Um bom número de microônibus, cujos condutores, antes de se empregar, recebem cursos de como devem conduzir seus veículos, que deveriam dar o exemplo, cometem iguais desatinos, muitas vezes dirigindo próximo a ribanceiras existentes nas margens das estradas, pondo em perigo, inclusive, os passageiros.
Deixando com a Polícia, mas mantendo os olhos e ouvidos atentos, pedimos que os órgãos de trânsito cuidem destes indivíduos, já que pedidos de educação e respeito jamais chegam aos seus ouvidos. Nem os sinais de transito conseguem alcançar o seu cérebro diminuto.
Paramos no Extra da Paralela, para algumas compras. Entro em uma loja de livros e adquiro a Revista Exame, que traz grandes e excepcionais reportagens sobre os novos conglomerados industriais do planeta, e, na capa, foto do milionário indiano Ratan Tata, que também investirá na América Latina , podendo ser no Brasil, com possíveis investidas na industria automobilitica destina a carros populares.
Gostando também deste tipo de reportagem, adquiro-a Examne,contrariando um principio meu de somente comprar , mesmo revistas, depois que elas chegam aos sebos da cidade ou ao senhor Alfredo, que recebe algumas de doações , compra outras e as revende por preços camaradas, na Ladeira do Funil, Sete Portas.
A revista EXAME, de 12.09.2007, além das excepcionais reportagens sobre os “NOVOS DONOS DO MUNDO”, informa o convite feito à bela Diretora de Redação, CLÁUDIA VASSALO, para participar, na China, de um encontro de jovens líderes globais, cujas discussões poderão ser vistas no blog, Direto da China.
Recomendamos a todos a leitura da revista e visita ao blog;
Chuva não impede Jabuti de pedalar, exceto se estiver muito frio antes de começar o passeio. Como era a hipótese, aproveitei o tempo chuvoso e frio para a preciosa leitura. “Viajei” com os relatos das duas autobiografias, fazendo o mesmo com os relatos da Revista Exame. Estas matérias, mesmo para quem não quer ser “DONO DO MUNDO”, servem como modelos para nossas vidas, ainda que seja para vender picolé, pipoca ou simplesmente ter o prazer da leitura. Um daqueles grandes empresários, revelado na edição, começou vendendo lixo, o mesmo que fazem milhares de pessoas pelos centros das nossas metrópolis. Por coincidência, é brasileiro.
Os três primeiros dias foi de leitura e papos com os amigos de condomínio, entre eles o Paulo, apaixonado por Cuba, Fidel, Biografias de políticos e por fotografias, tendo uma loja no Itaigara, incrementada por máquina que imprime fotos em grandes dimesnões.
No domingo pela manhã, o dia se abriu, pedindo que eu fosse dar minha pedalada em Monte Gordo, local preferido para o Jabuti naquela região. Visitei a JK BIKE, que conserta e aluga bicicletas, logo na entrada do Povoado. É onde alugo quando não levo a minha.
Saio por ali, contemplando, aprendendo, vendo, fazendo tudo que se pode fazer em um pedal jabuti: crianças indo e voltando da feira, religiosos com suas bíblias e roupas inconfundíveis, as barracas de comidas cheias, os camelôs , os vendedores de rede, o salão de beleza de Jane, onde sempre paro para fazer meu cabelo e me atualizar em "assuntos de "montegordenses". E, lá no fundo do povoado, para onde me levou a bicicleta, um pequeno circo que me fez viajar para Jaguaquara da minha infância. Lembrei do Circo Nerino( o primeiro que conheci. O pessoal do Circo Picolino escreveu e editou um livro a respeito dele, que muitas alegrias levou a milhares de pessoas interiorana da minha geração.
O café da manhã e o almoço foi no SABOR e ARTE, logo na entrada de Monte Gordo:banana cozida! Como sempre, uma visita ao KI PIKOLE, sobre o qual já escrevemos aqui.
Missão cumprida, retorno em direção a Guarajuba. Meu próximo destino seria visitar a pró da minha infância, que tanto bem eu quero, PRÓ LIGIA , seu esposo Joaquim, filhos netos, genros, noras.(Jussana , não fique com ciume: a ordem não é de importância: é de não poder dois nomes ocupar o mesmo espaço no papel. Nem na tela do computador.No caminho, junto à Lagoa, o grande susto: centenas de copos de plásticos rolando dentro e nas margens da Lagoa. Não sei expressar a dor e tudo que se passa na cabeça da gente, com uma visão desta, mesmo que não sejamos "ecológicos radicais" A dor não é apenas ver ali plásticos, copos, lixo: é imaginar que as mensagens da TV, do Rádio, do Livro, das professoras, dos pais educados não estão modificando , para melhor, o comportamento de muita gente. Dói prá caramba! E quem os jogou não foi, com certeza, o pobrezinho, favelado que nunca foi à escola. Com certeza não. Este, salvo raríssimas exceções dos nativos, nem sabe onde fica Guarajuba... nem a lagoa.
Cabeça doendo pela cena, que já vira também na entrada de Monte Gordo, à vista de todos, entro no pequeno Shopping e sou agraciado pelas artes, simpatia, entusiasmo da proprietária da loja, artista autodidata. Aí não paramos de falar. Aprendi muito na conversa. Lembrei de Sócrates e tantos outros: pregava na rua. Dona Iracy, “pregou”, para mim, em sua loja.E aprendi tanto, que vou escrever em outro momento, apenas sobre o papo com a mesma.
Quem passar por lá, faça uma visitinha e converse com dona Iracy, que tem muito o que ensinar . É só pedir para ela contar um pouco da sua história de vida. Eu aprendi um pouco, volto lá para aprender mais.
Mas nem tudo são flores. Naquele mesmo local, apesar de todas as alegrias e aprendizado, uma grande decepção: vendo as artes, uma me chama a atenção com os dizeres:
“banheiro não é biblioteca”. Senti , então, um “tapa na cara”. Na minha e nas dos amantes dos livros.Doeu tudo em mim, mesmo acostumado com lixo, falta de educação no transito e outras mazelas em meus pedais por aí.
Decepção maior veio depois quando dona Iracy afirmou: é uma das mais vendidas!!!!
Como consertar o transito? A resposta é única: vamos escrever uma nova frase naquela placa, ainda que não seja agora, para não "agredir" aos contrários, dizendo: todo lugar é de livro e de biblioteca: garagem, embaixo de mesa, embaixo e ao lado de cama, cadeira, mesa, fogão, lage, teto de casa, salário de jogos, de festas e de ginásticas, prédios, mesas de sinuca, cabelereiro, dentista. Já escrevi a respeito. No escrito eu afirmei: só estes lugares não cabem livros nem podem ser biblioteca: embaixo do chuveiro, se estiver jorrando água; assim mesmo enquanto não chegam os livros de material impermeável; em cima do tubo de fogão, se estiver aceso; dentro do vaso sanitário; em fogueiras acesas. Ou seja, somente locais que possam destruir os livros são impróprios para serem usados como bibliotecas. Tenho uma peninha de quem admira e compra uma lembrancinha daquela, que parece tão inocente.
Dona Iracy, mesmo vendendo, preferia que fosse outra a placa em sua loja:" banheiro é uma das melhores bibliotecas do planeta"! Quem tem a felicidade de ter o prazer da leiuta sabe, mesmo quando prefere o livro fora daquele templo que inspirou tantos poetas , literatos, escultores, artistas do mundo.
Com compromisso de horário de retorno, adiei, mais uma vez, a visita à minha “pró “ Lígia, esposo, netos, noras, genros, filhos.
Mas comprei uma lembracinha para ela que será entregue no próximo Jabuti em Guarajuba. Recebo e faço doações de livros. Muitos sabem disso. Os dois que levei para Guarajuba já têm destinos certos: A SAGA DOS KENNEDY, já devo ao George e "Minha RAZÃO DE VIVER”, de Samuel Wainer, é de Marcelo Nery, meu querido amigo e irmão da Central do Carnaval.
Itana e George, que foram a Guarajuba e iriam pedalar, onde aparecem na estória? Foi ela com seu colega Aylton, visitarmos no sábado. Infelizmente não foi pedalar. Mas foi muito útil a sua visita. Fazendo-nos favor, entrou pelos matos de Monte Gordo para mostrar um lote que um amigo pretende vender. Acostumada com as águas do Pará, não se importou em sujar seu carro para a missão. Se nos xingou, não foi na nossa presença. George juntou-se a nós, na piscina, local não muito próprio para pedalar. Em compensação, encantou-se e começou ali mesmo a ler a EXAME, que não saiu do meu lado no sábado. E me garantiu: seguirá os rumos do RATAN TATA: ganhar muito dinheiro, de preferência trabalhando pouco, se aposentando bem cedo, para não fazer outra coisa a não ser ler e pedalar.
Graças a Exame, em uma das reportagens, a respeito de um brasileiro que ficou milionário vendendo papelão, disse George que isto vai-lhe acontecer. Ja sabe por onde começar:O lixo da entrada de Monte Gordo e o da Lagoa de Guarajuba!
Desconfio que os dois não quiseram pedalar porque adivinharam que seria um dos “JABUTIS VAGAROSOS “ mais pesados” E foi. Não é todo Jabuti que agüenta uma jornada desta. E Itana ainda se livrou de fazer a “resenha”, deixando mais esta missão para mim. Mas não reclamo.
Como todos sabem, em grupo ou pedal fica mais alegre, mais animado. Porém, mesmo solitariamente , conseguimos ver, sentir, apreender. E podemos nos tornar felizes, ou pelo menos alegres, com um simples brinquedo: velho, enferrujado, barato e de apenas das rodas, como era a que me transportou naquele domingo, especialmente na companhia de Rose Kennedy, Samuel Wainer, ambos mortos e ali ao meu lado, dizendo, ensinando-me coisas, sem nada cobrar nem reclamar. Senti-me, pelo menos naqueles dias, um milionário: tinha ali tudo que eu queria . E ainda as liçoes da Exame: viva, esperta, mostrando-nos a beleza e alegria da Repórter CLÁUDIA VASSALLO que, certamente em breve, estará em Salvador para nos contar da sua experiência da viagem à China. A nova grande empresa de eventos da nossa Capital, que traz o Jornalista/cineasta ARNALDO JABOR, para o Centro de Convenções, certamente fará o mesmo com a Chefe de Reportagem da Exame. JABUTIS VAGAROSOS torce por isto. O primeiro inscrito para ouvi-la será o George Argolo: Quer aprender mais, com a reporter, a melhor forma de enriquecer, recolhendo o lixo da lagoa de Guarajuba e da entrada de Monte Gordo. Em Salvador, disse ele, já tem muito concorrente!! E lá pode ser no pedal! O rapaz aprendeu , rapidinho, a lição.
Como vêem os amigos ciclistas: foi dureza o Jabuti deste final de semana: fui “obrigado” a fazer a resenha, tudo por conta da ausência de George e Itana, a escrever estas coisas, correndo ainda o risco maior de muito gente perguntar: quem vai ler tudo isto? Mas nada disso é problema para Jabuti. Livro, textos, escritos, têm este encantamento: Não impõe a ninguám a sua leitura. O conforto é que, tenho certeza, pelo meno dois vão chegar até o fim: George e Itana. O primeiro para se animar a ficar milionário. A segunda , para se arrepender de passar tão poucos dias entre nós. Dureza ainda maior deste Jabuti foi os dos me deixarem sem fotos. Mas, como se sabe, nem tudo é perfeito. Nem mesmo o escrito. Muito menos este.
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Para assistir ao JABOR, informem-se no site : www.centraldocarnaval.com.br
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