quinta-feira, 22 de maio de 2008

JABUTIS VAGAROSOS DE CORPUS CRISTIE 22.05.2008.

— valci barreto
Valci Barreto,

Editor do bikebook.blogspot.com
Colaborador do muraldebugarin.com

O entusiasmo da advogada Rosilene Cunha, com sua simpatia, beleza e capacidade de agregar fez com que mais três novos pedalantes viessem ao Jabutis Vagarosos de hoje.

Cada pessoa que aparece para pedalar conosco, mesmo quando fazemos o mesmo roteiro, sempre forma novas hisstorias. È que estamos nos movimentando , girando nossas rodas pelas ruas da Bahia;e as pessoas em nossa volta circulam também.

A primeira a aparecer foi Rose, exemplo de pontualidade Juabuti. Em seguida, quase ao mesmo tempo, Verônica e Wellington. Sabendo todos que Jabutis não espera na saída, houve uma espécie de confusão inicial. É que, 8.55 Vinicius não havia chegado. Eu, como sempre, não me preocupo, não ligo nem espero ligação. Mas o Wellington começou a tremer, com medo do Vinicius “que já está vindo”, não chegasse a tempo. Deixei-o sofrer um pouco, de proposito, somente agora revelo.

8.56,57,58, monto na bike para a partida às nove , quando Wellington avisa: ele já está aqui na Sabino Silvo. “Ameaço” partir, mas sem stress; “ele nos pega lá na frente, dê o roteiro.."digo. Terminava a frase, Vinicius passa de carro e não entra na Rua.

Atendendo a imploração de todos, um quase motim, reluto:"O Vinicius já está na rua, só errou a entrada...penso: É caso de força maior , excpecional, erro escusável de quem vem pela primeira vez, vou aguardar. Mas fiz uma exigência: “espero, mas já montado na bike, e ele só tem o tempo de descer do carro”. Tudo dito na maior calma e ponderação que pode ter um Jabuti. Mas , até então, como é próprio do Jabuti, sem estress. Apenas organizando, cumprindo os “estatutos".

Deu pena ver o apavoramento do Vinicius ...desceu assustado ao ver todo mundo dando a partida. Saiu do carro amarrando o tênis, deixando claro para todos: “coitado, já sai de casa atrasado”.

Seria muita maldade não esperar “um minuto de relógio”, como se diz na roça...pelo companheiro de primeiro Jabuti...

Finalmente, tudo pronto: tênis amarrado, capacete na cabeça, pega a bike e aí tem início um dos mais autentico passeio Jabutis.

Sabindo Silva, Av. Centenário, entrada na biblioteca do Calabar, que por mais uma sorte , estava entreaberta. Quem estava lá era o Rodrigo. Gentilmente levantou a porta de aço e nos recebeu com uma contagiante simpatia. Apresentada a biblioteca comunitária, todos prometeram levar livros para ela. Justifiquei para Rodrigo que os poucos exemplares que estavam comigo seriam para NACCI, pois não imaginava encontrar alguem ali,entendendo ele a minha justificativa.

Na rua , estava o “Bonitão”, como para nós se apresentou, fotogrando a nossa turma , demonstrando ser uma pessoa desenibida e simpática do Calabar. Fez várias fotos nossa com sua máquina. E fizemos questão de sermos fotografados ao seu lado também. Convidamos para participar, conosco, de futuros pedais, convite aceito de imediato. Seu primo, que entrega gás naquela rua , fez igual promessa; e , gentilmente , ofereceu-se para distribuir nossos panfletos: “ A RUA NÃO É SÓ DO CARRO”. Prometemos e estamos garantido, organizar um pedal com eles e mais pessoas interessadas. Ficamos, eles e nós , animados com a idéia , que será executada em breve.

Seguimos pela Garibaldi, Vasco da Gama, para a próxima parada: OFICINA DO REGIS, na Vasco da Gama. Abraços, fotos, aperto no selim de Rose , seguimos para a Sete Portas, parado antes no Habbib s do Dique do Tororáo, para uma água. Ninguém do grupo havia antes entrado ali. Os atendentes muitos simpáticos não recusaram uma foto conosco. Seguimos para a próxima parada, oficina e loja do Espanhol Roberto, em frente ao Shopping Sete Portas, na Djalma Dultra. Em seguida, paramos no local de vendas de livros usados do senhor Alfredo, parte baixa da Ladeira do Funil,que apresentei aos amigos de pedal, pedindo, ao mesmo tempo, que eles levem livros usados para doar ao senhor Alfredo. Compramos alguns exemplares para levarmos para as crianças do NACCI. Seguimos pela Baixa do Sapateiro e subimos a ladeira ao lado do Jandaia. Empurrando as bicicletas, alcançamos o NACCI sem ninguém se cansar. Aqui fomos recebidos por seus funcionários RUAN e sua irmão CRISTINA, ambos de Jequié. Coincidentemente, estava na sala uma família de Jequié que acompanha o filho doente.

Fiquei olhando as bicicletas, conversando com RUAN, enquanto os companheiros eram conduzidos por Cristina para conhecer a casa e as crianças. Todos saíram de lá, como era de esperar, com os olhos lacrimejando... Dói mesmo. Mas é preciso sentirmos estas dores para aprendermos, tomarmos lições de humildade , e quem sabe, sermos menos egoistas e tentarmos ajudar. Aprendermos a ajudar. No meio da dor e do sofrimento, o sorriso, o dinamismo esperançoso dos funcionários, especialmente de uma radiante Cristina.

Deixamos o NACCI e seguimos contemplando os casarões do Bairro da Saúde. Para bebermos uma água, paramos em um pequeno mercadinho. Coincidentemente, sem programação, estávamos exatamente no ARMAZEM 437 , um restaurante de comida caseira famoso em toda a região. Vem gente de todo o canto da Bahia comer as delícias feitas por dona ZIZI.

Enquanto conversavamos, ouvíamos a história do ARMAZEM e dos casarões visinhos, eis que aparece o nosso colega de advocacia trabalhista, Marcio. Aí foi festa! Não houve jeito, o pessoal fez questão de tomar uma cerveja para comemorar o momento. Marcio é um entusiasta do bairro, fez a maior “propaganda” do Armazém e foi chamar a proprietária, Dona Zizi, responsável pelos deliciosos pratos ali servidos e radiante simpatia.

Muita conversa, estórias, fotos e a minha visita paralela ao senhor PEPE, descendente de espanhol, visinho do Armazem, orgulhoso dos salgados que faz , vende ali mesmo ou por encomeda. Seus salgados, diz ele ,com muita emoção, é degustado por muitos europeus que por ali passa em suas visitas ao Centro Histórico. Fez questão de mostrar cartas de seus amáveis clientes que não esqueceram o sabor das suas empadas. Também gostei muito . Tanto sim que fiz questão de trazer algumas para minha casa. Rosangela, minha esposa, também adorou. Voltarei aí ,seu PEPE.

Em frente ao Armazém e ao seu Pepe , o numero 444, um lindo prédio de azulejo, está sendo reformado pelo cantor Gerônimo, que ali fará um centro cultural e estúdio musical, segundo nos informaram.

O pessoal se deliciou com o bolo de bacalhau da Dona Zizi. Fui pegar um, não havia mais nenhum na casa, os Jabutis comeram todos!

Beijos, abraços, seguimos pela Saúde e entramos na Joana Amgélica. Nossa próxima parada seria o MERCADINHO MINI TEM, na esquina da entrada do Tororó, de propriedade do meu amigo Maurição, figura querida na área e por onde passa. Hoje ele não estava. Mas os seus clientes, amigos, receberam-nos como as famílias de antigamente: churrasco, abraços, cortesias, gentilezas e , muito importante: promessa de participar, junto com seus familiares , de nossos futuros Jabutis.

O Mini Tem, especialmente nos feriados, domingos, é uma festa: os seus clientes, moradores da região, ou antigos moradores que às vezes vêm de longe para um reencontro, formam uma confraria da alegria, da cerveja, da “resenha”, da amizade. Na frente do Mini há uma churrasqueira improvisada pelos confrades. Cada dia um promove alguma "alegria para o estômago": carne, queijo, lingüiça, peixe, o que cada um desejar. Tudo temperado. Como há sempre um “cheff” de plantão, um topa tudo do fogão, põe este a carne para assar, a cerveja para gelar, enquanto o papo rola. Dali só saem após os telefonemas ameaçadores das esposas, namoradas, companheiras, conhecidos por todos os frequentadores destestes ambientes sagrados. Ainda bem que, sabendo eles que não passam das ameaças, no próximo feriado estão lá de novo. Fomos agraciados pela cortesia de um delicioso churrasco. Prometemos levar igual em um próximo Jabuti. Gentilezas como estas têm que ser respondidas com igual gesto, mesmo sem a igual fidalguia dos membros da confraria do MINI TEM.

Garantindo futuras passagens no Maurição, seguimos em direção ao centro da cidade; paramos para visitar o Centro Cultural da Caixa , mas estava fechado naquele horário. Subimos a Praça Castro Alves, estacionamos nossas magrelas no bicicletário da Câmara Municipal e seguimos para a Sorveteria Cubana. Sorvete e bolinho da arroz enquanto viamos chegar devotos católicos para o palco armado na Praça Municipal destinado a orações do Corpus Cristie. Após, seguimos em direção ao Terreiro de Jesus. Na esquina da entrada, chama-nos a atenção uma banquinha com frutas exóticas, arrumadas artisticamente pelo seu proprietário ,senhor Ailton, onde adquirimos algumas para degustá-las em casa.

Nossa parada terminou chamando a atenção de turistas que passavam para olhar, perguntar, comprar. Creio eu, que a arte da arrumação era tão atraente como as próprias frutas. Falando a respeito para ele, o senhor Ailton orgulhosamente diz: “ A arte de arrumar foi Deus que me ajudou”. Um artista, de verdade, o senhor Ailton. Seguimos em direção à loja da Central do Carnaval , ao lado da Igreja do Francisco, frente ao Banco do Brasil. A baiana Jai, da Central, estava de folga. Em seu lugar estava a sua companheira , não menos simpática . Reunimo-nos para mais fotos. A bela vendedora da loja, com sua beleza e simpatia, permitiu, com sua presença, embelezar a nossa foto.

Desejando bons negócios para todos, retornarmos. Demos uma parada em outro Ailton. No caso um artesão que vende seus trabalhos em frente à Igreja da Misericórdia. Dotado de atenção especial, permitiu-nos fotos, inclusive dos seus trabalhos. Aproveitei para comprar uma das suas miniaturas de bicicleta para minha coleção.

Retornamos por toda a Carlos Gomes e entramos no Largo Dois de Julho para mostrar a Loja de bicicleta ERVACICLO, do nosso companheiro Eraldo. Convidados por Verônica para bebermos uma água em sua casa, no Canela, foi o que fizemos. Esperava-nos, com uma jarra geladinha, a sua mamãe, retrato da filha, que nos deixou maravilhados com o “sabor” do líquido sagrado. Retornamos para o corredor da Vitória. Ultrapassado este, passamos no prédio do amigo , companheiro de pedal Prof. Deraldo Dias para pegarmos uma faixa que estamos levando para o passeio do AMIGOS DO TONY. Feito isto, deixamos Rose em casa, no Largo da Graça, e seguimos para o ponto de onde iniciamos o passeio de hoje.

Os companheiros aceitaram meu convite para mais uma água e um doce de leite ambrósia em nossa casa.
Foi assim o jabuti de hoje.
Muitos turistas nos abordaram e abordamos a outros, para falarmos dos nossos passeios. Um grupo do Ceará garantiu aparecer de hoje até domingo para um passeio pela nossa Capital. Garantimos um pedal especial para nossos companheiros nordestinos, da Terra do José de Alencar, Fagner, Raquel de Queiroz , dos mares bravios e das “velas do Mucuri......"

Se não houve algo errado? Também houve: nosso amigo Wellington perdeu seu charmoso óculos escuros. As fotos vão dizer mais ou menos até onde eles passearam em nossa companhia.

Por opção de todos, não almoçamos. E precisava?

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As fotos e filmetes que fizemos vão estar no muraldebugarin.com

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