segunda-feira, 14 de setembro de 2009

BEIJEI A DELEGATA

FOTOGRAFEI E BEIJEI A" DELEGATA "
Valci Barreto
editor do bikebook.com.br
colaborador do muraldebugarin.com
bikebook.com.br




Subindo a ladeira do Pelô, dirigindo-me para a Fundação Cultural, onde trabalho, vinha em direção contrária uma equipe fotografando uma mulher de estonteante beleza que me fez pensar o óbvio: nova campanha de alguma marca poderosa, que ocupará os jornais, revistas, cenas de tv, novelas globais, dos próximos dias. Há poucas horas do término da novela, "Caminho das Indias", poderiam ser gravações para as chamadas da que ocuparia o mesmo horário na tela da Globo.Identifiquei a equipe do Correio que fazia a matéria, especialmente a minha amiga fotógrafa que, ao perceber-me fotografando-a, apresentou-me, de cócora: "Me fotografando?!"; dirigindo-se aos companheiros: "Ele também é fotógrafo"! Com a generosa apresentação, senti-me o Cartier Bresson. Naquele momento, identifiquei alguns policiais que circulam em suas ações na região do Pelô. Confesso, porém, que em nenhum momento identifiquei a dra. Patricia, atual Delegada do Pelô, que ultimamente vem enfeitando, com as imagens da sua beleza, várias reportagens do Correio.Em qualquer revista ou foto que ela aparecesse eu a identificaria de imediato. Vendo-a, em outras circustâncias poderia o mesmo ocorrer, porque, sem qualquer dúvida, todos iriam comentar de quem se tratava. Mas ali, ao vivo, com toda uma produção para as fotos, confesso, jamais! Monitorada" por policiais, acompanhada de fotógrafos, jornalistas, portando uma arma que imaginei de brinquedo para os clicks fotográficos, bateu-me o impulsivo desejo de dar umas clicadas no que seria, até aquele momento, uma modelo, deixando para depois a pergunta de quem se tratava. Ao ver minha amiga , fotógrafa do Correio, em plena atividade profissional, minha atenção se dirigiu de imediato para esta, orgulhoso por vê-la atuando . Meu impulso fotográfico inicial foi homenageá-la com alguns clicks surpresa, o que consegui. Com os naturais cuidados para não desviar a atenção dos trabalhos da equipe, fiz as fotos aqui postadas.

A dificuldade maior para a identificação da modelo estava sendo causada pelo óbvio: ao vivo,a dra. Patricia é muito, e ponha "muito", muitíssimo, mais bonita ao vivo. Ainda mais que ali estavam outros radicais diferenciais em relação ao impresso: movimento, voz, perfil de modelo profissional, intimidade com as câmeras, cabelos acariaciados pelos ventos e .... EM MINHA FRENTE!

A confusão em mim foi crescendo até que uma destas circunstancias que até fotógrafos profissionais em momentos que tais, chamam de sorte, a doutora, ficando bem próximo a mim, dizia-me , através da minha inocente imaginação: "pode fotografar" , dei mais uns cliques e, não resistindo tamanha proximidade e atração que beleza feminina provoca em qualquer ser vivo que tem o nome de macho, aproveitei a "ousadia" que me dera , para ,bem cuidadosamente , através de olhinhos e movimentos tímidos, dizer, sussurrando, a óbvia, doce, melodiosa e imorredora expressão: "voce é linda!". Mais ousados, quiseram os mesmos olhinhos presentear qualquer pedacinho da sua face vizinha: "posso acrescentar um beijinho no rosto"? Minha conveniente e ingênua fantasia , de quase sessentão "captou" um óbvio sim. Medalha de ouro no peito, despedi-me desejando boa sorte para a musa.

Até as 20 horas, olhava as fotos que fizera para saber de quem se tratava. Não conseguindo, aguardei a chegada da minha "consultura" para assuntos de celebridades de tv, moda, biografias de artistas das telas para aplacar minha ansiosa curiosidade. Contei, assim, para minha esposa o que se passara mostrando-lhe as fotos para identificar a fotografada. Tornando a busca um pouco mais penosa, nem ela nem o meu enteado, Victor, conseguiram, deixando-me nervoso. Parti, então, para a "ignorância": "Vocês são uns incompetentes, assistem tantos programas de TV e não identificam a "minha modelo"! Dormi certo, porém, de que o Correio me diria, no dia seguinte, quem transportava ,nas ladeiras do Pelô, aquele monumento, aquela "estravagância" da natureza. Não errei: cedinho ele me disse quem me permitiu a foto, chegar pertinho dela, dando-me ainda o poder de alardear, vaidosa e orgulhosamente para os invejosos e enciumados concorrentes, admiradores da beleza feminina:

"beijei a “delegata!"

Para minha sorte, somente agora percebi que a arma não era de brinquedo!

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