sexta-feira, 17 de setembro de 2010

GUERRA AOS CARROS, MAS SEM GUILHOTINA


Valci Barreto

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Nasceu mais uma REVOLUÇÃO na França e desta vez o inimigo é o carro. Bastou um frances promover o DIA MUNDIAL SEM CARRO para desejarmos instituir o nosso.A própria classe média já está de prontidão:” se vem da França, é coisa boa, bonita , perfumada e gostosa;então, participarei...”

Não precisava vir da França uma ordem para andar de bicicleta, para criação de um dia mundial sem carro. Bastava qualquer um pegar sua bicicleta e sair por ai, em qualquer dia e hora.

Mas foi bom ter vindo da França para estimular mais pessoas para o pedal, notadamente os apreciadores das coisas “mais finas”. Se partisse da China a ordem, não teria o mesmo encanto, o mesmo respeito, o mesmo glamour , o mesmo charme destinado às magrelas. Há muito que Feira de Santana e Cruz das Almas fazem todos os dias o seu DIA SEM CARRO; ou o seu DIA DE BICICLETA.

O dia sem carro de muita gente é todo dia, vez que nem carros possuem. São os silenciosos da revolução, iniciada bem antes do DIA MUNDIAL SEM CARRO, Frances.

Visa o movimento, também, chamar a atenção para as questões de poluição. Mas ninguém deixará o conforto, o glamour, a tranqüilidade, o ar condicionado, a segurança, o charme, o poder que ostenta os motoristas e proprietários de veículos , para andar de bicicleta em respeito ao meio ambiente, por tomada de consciência ecológica. Vai-se andar de bicicleta porque em pouco tempo, será inviável o uso de carro em muitos horários , locais e centros urbanos. Os custos e dificuldades de locomoção que serão criados, inclusive pelos governos, em relação ao uso do carro nos grandes centros , levarão as pessoas a outros meios de locomoção, sendo um deles, sem dúvida, a bicicleta, ainda que motorizada.

Não será, portanto, a consciência ecológica nem o DIA MUNDIAL SEM CARRO que fará o motorista afastar-se do seu veículo motorizado.

Porém, a mobilização gerada pelo movimento ,nascido na França, que se espalhou pelo mundo e chegou à Capital baiana, chamará mais a atenção de pessoas, influenciáveis por tais eventos, para as possibilidades que a bicicleta oferece. Mesmo em transito caótico como o nosso, muitas pessoas já vão de bicicleta para locais antes inimagináveis.

De repente , este movimento parece querer deflagrar uma guerra contra os carros, como se pregassem a inutilidade destes. Não é assim. O que se quer dizer e se tem dito é: não há necessidade de usar carro para tudo, como para tomar um sorvete , comprar um pão ou o remédio que está a metros da esquina da casa.

Movimento frances, perfume frances, cafés de Paris e a obra inesquecível, de Hemingway,Paris é uma Festa, tem tudo a ver com bicicleta. Pois bem, já que a França mandou, vamos pedalar.

Então, no dia mundial sem carro, na sua cidade, bairro, rua, ande a pé, de ônibu; reúna amigos e, sozinho ou acompanhado, e faça o SEU DIA SEM CARRO: uma revolução sem baionetas, canhões nem guilhotinas; desta vez só de bicicleta ; Os carros que se cuidem: não serão condenados ao lixo, nem os motoristas à forca nesta nova revolução francesa, mas serão por gosto ou não, instados a aprender que os espaços das ruas terão que ser partilhados; e não destinados apenas aos carros , notadamente para o transporte egoísta, anti-social de uma pessoa só. Para estes, nos grandes centros, seus dias estão contados.

Alguns eventos estão programados para o DIA MUNDIAL SEM CARRO, em Salvador. Um deles será um passeio ciclístico saindo do DIQUE DO TORORÓ, às 19 horas, em direção à Ciclovia da Centenário, no dia 22.09. Todos convidados. Vá com qualquer bicicleta, desde que rode.

Pedimos aos motoristas que não atrapalhem o nosso DIA MUNDIAL SEM CARRO.

E aos ciclistas , o recado: não esperem por líderes, comandos, nem recados da França. Ninguém precisa disso para pedalar. Andar de bicicleta é muito simples ; é como tomar um cafezinho , no mais sofisticado café parisiense, ou na mais humilde das padarias , acompanhado do pãozinho frances, que tem este nome mesmo quando fabricado na mais humildes das nossas padarias. Nem por isto menos gostoso, se a “alma não é pequena”.

Acompanhem também o movimento, social bike. Embora eu prefira o movimento de Feira de Santana e Cruz das Almas, este vem da Dinamarca. Tudo a ver com nossa “classe media copiadora”, que também tem seus encantos:

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=Vejam mais dicas de movimentos cicloativistas baianos no bikebook.com.br, e no muraldebugarin.com.

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