LUCIA BUGARIN – SONHOS E PEDAIS
LUCIA BUGARIN – SONHOS E PEDAIS
Valci Barreto
Bikebook.blogspot.com
Muraldebugarin.com
WWW.folhadoreconcavo.com.br
Quando  vivenciamos alguma  atividade lúdica, ou mesmo profissional , é muito  comum alguém se dirigir para nós e dizer: É meu sonho poder fazer o  mesmo.”
Não sou  daqueles que se enganam achando que tudo pode ser feito, que tudo é  possível. Senão ,no mínimo eu teria tocado e cantado com os Beatles,  escrito na qualidade e quantidade de Machado de Assis , jogado na  Seleção Brasileira de Futebol , ganho dinheiro como Buffet e namorado  Brigite Bardot quando ela tinha vinte anos. Sonhos humildes, não? Pois,  nenhum deles realizei. 
Mas os  sonhei quase todos e com intensidade. O de Buffet ainda sonho, e talvez  seja o mais fácil , porque sonhado hoje. O mais intenso, perturbador,  confesso, foi com Brigitte Bardot: como esta moça,  tomou- me sonos nas  noites frias da minha adolescência da minha Jaguaquara! 
O tempo cria  e recria sonhos. Por sorte ou azar, não sei bem, ele também os cura das  dores que provoca quando não vividos no concreto, no real. 
Mas  há sonhos que apenas dependem de nós para vivenciá-los que exigem  apenas algum  esforço, alguma disciplina. Muitas pessoas os começam  devagar e silenciosamente: pensando e fazendo. Apenas sonhando não dá.  Senão Brigite teria sido minha.
Costumo  brincar com amigos,  afirmando  que não sei como alguém pode viver sem  nadar, andar de bicicleta,  ou sem vivenciar a emoção da uma boa  leitura. Não seria feliz se fosse privado destas coisas, tão simples, ao  alcance de todos. Elas só não me fazem completamente feliz porque não  posso dedicar-lhes minhas 24 horas por dia e porque me falta também a  grana “que ergue e destroi coisas belas".  “Mas dá pro gasto”, como se  diz.
Vamos apenas  às bicicletas porque, para dizer estas coisas agora, fui provocado,  instigado, pelo que escreveu nossa amiga Lucia Bugarin, esposa do nosso  ícone do pedal e dos sites baianos de bicicleta, o querido Buga.
Lucinha não  fez apenas um belo texto. Dá-nos muitas lições, especialmente para  aqueles que, e são muitos, sabendo da nossa convivência com as  bicicletas, chegam até nós para dizer:
 “como eu gostaria de pedalar!”
Pois bem,  para estas é que diz o escrito por Lucia: é possível ,mesmo com alguma  dificuldade. Depende de vontade, algum esforço e  disciplina.
Vi Lucia  Bugarin nas primeiras aulas  dadas por Lázaro, pessoa que sempre  recomendo para quem me procura para aprender a andar de bicicleta em  Salvador. Não tinha dúvidas de que ela venceria as dificuldades se não  parasse o que ali estava começando. No dia, estávamos pedalando pela  região de praias do flamengo: eu Buga e Itana; e lá deixamos Lucia com o  professor  Lázaro. Isto já faz mais de um ano. Muita gente já teria  desistido. Com Brigite, Seleção Brasileira , nem comecei: estavam muito  longe. Mas o da bicicleta, que também tanto sonhei ,como qualquer  criança, foi muito fácil: estava ali, ao meu lado, me pedindo: “vem  aqui. Tô aqui”. E fui. Gostei dela , me apaixonei e até hoje dorme e  acorda comigo, mais fiel do que o mais doce dos cães.
O texto de  Lucia, entre outras coisas, me fez lembrar um texto publicado na Revista  Seleções , Reader s Digest. O autor daquele texto  teria lido um livro   “Quem fez o que e com que idade” e concluiu: “pelo menos em um eu bati:  Leon Tolstoi; não estou me referido ao autor de Guerra e Paz, mas o  Tolstoi que, aos  66 anos aprendeu a andar de bicicleta para conquistar  uma namorada. Eu aprendi aos 7... e sem rodinhas”
Lucia também bateu, e forte em Tolstoi: com bem menos idade. E igual ao autor do texto de Seleções, também sem rodinhas”.
Agora nos  ensina que , se não é tão fácil, também não impossível  como foi para  mim ter Brigite, Seleção Brasileira e  Beatles . A grana do Buffet,  continarei sonhando porque ainda há tempo e disposição.  
Parabéns,  Lucia; seu texto não ensina apenas a pedalar; mas também a realizar  sonhos; a aprender qualquer coisa , posto para qualquer pessoa que se  disponha a fazer algum esforço para alcançá-lo. Se o tivesse conhecido  aos 12 anos , quem sabe Brigite não teria passado, pelo menos uma noite  longe do Vadin?
Seu suas lições são para a vida muito mais do que para as nossas bicicletas. 
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