terça-feira, 17 de junho de 2008

AJUDE, PODE SER BARATO E ATÉ DE GRAÇA

Valci barreto
advogado
editor do bikebook.blosgspot.com
colaborador do muraldebugarin.com
folha do reconcavo.

Muitas pessoas, comovidas e estimuladas por apelos do programas de tv, sermões de religiosos de membros de entidades filantrópicas, fazem doações a carentes que em outras circunstâncias jamais fariam. As cenas das carencias do nosso povo, apresentadas naqueles programas, sempre acompanhados de artistas famosos, sensibilizam a todos. Muita gente, no entando, fora daqueles apelas, nem se lembram que no dia a dia podem ajudar a pessoas que estão ali ao saldo e com as mesmas ou maires carencias do que os motrados na TV. Há pessoas que somente conseguem se desprender de algo, quando comovidas por aqueles apelos.
Há formas de ajudar muito simples que podem ser realizadas sem maiores sacrificos, físicos ou econômicos e que, no entando, produzem efeitos maravilhosos.

Há pessoas que não possuem carencias economicas maiores, têm o que comer e onde morar. Pussuem no entanto , outras carências geradas, muitas vezes por limitações outras que não são essencialmente econômicas. Como exemplo, uma pessoa de boa condição econômica pode estar em um hospital necessitando apeas de algum consolo, carinho, visita de alguem.
No interior há pessoas que se alimentam, vivem bem sem maiores dificuldades econômicas. Mas são carente, por exemplo , de livros. Para obter um livro ou uma revista, muitas vezes tem que se deslocar por vários quilomentros. Isto acontece também nas periferias das grandes cidades. Estas pessoa necessitam e merecem , também de ajuda que pode ser feita por meios simples, baratos , descomplicados.
A leitura poderá fazer a vida de muita gente mudar para melhor, independentemente de tornar-se ela rica economicamente.
E qualquer pessoa, mesmo sem maiores condições econômicas, pode ajudar.
Uma forma simples, barata, é descobrir alguem , notadamente criança, adolescente,que gosta de ler, e dar-lhe livros e revistas usadas.

Se a pessoa mora perto de sua casa, bairro, trabalho, leve pessoalmente. Deixe na porta, na janela, independentemente de ela saber de onde está vindo. Se souber, também não é problema.
Se a pessoa a quem voce quer doar mora longe da sua casa, anote o endereço, com cep. Os livros e revistas usadas que voce iria jogar fora, podem ser encaminhadas pelo Correio. Para encaminhar pelo Correio, não precisa ser por Sedex, registrada, nem em caixas ou pacotes caros.
O pacote pode ser feito com qualquer papel, até de jornal velho. Por fora, cole papel liso, de qualquer cor(com letras ou propaganda às vezes o Correio rejeita).Mande como simples encomenda, sem registro, pois é muito mais barato. E se o pacote for desviado, o que é muito raro, não tem problema , outra pessoa vai ler. Pode ser para uma entidade, escola, prefeitura, associação de moradores, igreja, de qualquer credo. ou para uma criança qualquer que voce apenas anotou o endereço.

No ponto de vendas de livros usados do senhor Alfredo, na Sete Portas, parte baixa da Ladeira do Funil, um livro ou revista usada pode ser adquirida por valores de um a cinco reais. A remessa de um livro, pelo correio, custa entre 3 a cinco reais, a depender do peso. Uma revistinha infantil custa menos ainda.

Pegue uma revitinha infantil, põe no seu carro, moto ou bicicleta,e entregue em qualquer entidade, a exemplo do NACCI, em Nazaré, Salvador.

A revistinha infantil pode custar até 0.50 centavos , usada. A que voce tem em casa serve também.

Pelo menos uma vez por mes, semana ou quinzena, sem atrapalhar meu dia a dia, tenho feito isto. As vezes ponho no Correio, às vezes deixo em frente a entidadades filantrópicas, igrejas, ou simplemente faço oferta a alguem que percebo ser interessada por leitura., de qualquer idade. Não é para ser "bonzinho", demonstrar espirito de caridade. Nada disso. É uma questão prática , pensada em favor do bem, sem sacrifício, sem incomodo, sem mudar meu rumo do dia a dia e sem precisar ver os necessitados nos programas de Tv. São muitas as coisas que as pessoas jogam no lixo, inclusive livros, revistas, brinquedos. Por tudo e tudo, é melhor dolas do que jogar no lixo.

Vez em quando passo de bicicleta pelo NACCI, no bairro de Nazaré e deixo lá algumas revistinhas infantis. As crianças adoram. Quanto me custa isto? Já estou passeando por ali, estou pedalando-me com o pedal, tenho livros e revistas que já não cabem em minhas prateleiras, porque não levar para aquelas pessoas?
Deixo também na bibiloteca do Calabar. Tudo isto sem mudar meu rumo e sem me acrescentar qualquer despesa.
Outro dia, lendo uma revista na fila do Elevador Lacerda, um rapaz não tirava os olhos da revista. Perguntei-lhe se gostava de ler. "Leio tudo. E meus irmãos também"´. -Leve esta para voce, disse-lhe e ele reagiu como se estivesse recebendo um grande premio. Agradeceu festivamente, no meio de todo mundo, como poucas vezes vi alguem agradecendo o recebimento de uma coisas tão simples e barata. Era uma revista semanal, usada.E acrescentou: "meus irmãos vão adorar!" Não sei quem é ele. Também não sabe quem eu sou. Nem faz isto qualquer difrença.
Pois é , no centro de Salvador, onde há revista por todos os cantos, um rapaz tinha carencia de uma bem comum . Foi mais uma lição para mim.
Conheço duas pessoas que tiveram suas vidas modificadas por gesto simples, despretencioso, de alguém. Um deles, ele próprio me contou a historia, real, verdadeira:
Criança, estava sentado em frente à sua casa quando passou um rapazinho com uma garrafa contendo um peixe vivo que pescara na praia . Este rapaz deu-lhe aquele peixe de presente despertando-lhe o prazer pela criação de peixes de aquario. Até hoje vive da crianção de peixes ornamentais em Salvador, mantendo um grande interesse por cruzamentos e reprodução das maris variadas espécies, vendo ainda aquários e rações.

O outro, não o conheço pessoalmente. Porém, primeiro vi seu depoimento na TV relatanto como começou o seu interesse pelo mar e pela navegação. Tudo começou, disse ele, com um simples óculos de mergulho que recebeu de um amigo.

Trata-se do navegador brasileiro, baiano, com ascendencia russa, ALEIXO BELOV, cujas aventuras pelo mar, acompanhava eu , através das reportagens dos jornais da época.
De um simples óculos de mergulho que recebeu de um amigo, resultou na grande aventura que o transformou no primeiro navegador brasileiro a fazer a volta ao mundo em solitário.
Sua historia é contada em livro de sua autoria , A Volta ao Mundo em Solitário, impresso pela BIGRAF, em colaboração com a FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DA BAHIA, editado em 1981.
Morava eu em Barreiras, interior da Bahaia, quando o livro foi lançado. Devia a mim mesmo a leitura sua leitura. Encontrei-o no Sebo do Daniel, Rua da Ajuda ,número 3, esta semana. Vibrei com o achado. E vi, em suas páginas, o que já conhecia de depoimento do autor em programa de TV:
-"lembro-me muito bem. Jadiel Oliveira, um amigo nosso, resolveu estudar no Itamarati. Assim sendo, mudou-se naquele tempo para o Rio de Janeiro e, entre as coisas que resolveu não levar e distribuir com amigos, me coube um óculos de mergulho. Isto foi em 1957, creio que fora a primeira vez que tive a oportunidade de ver uma máscara de mergulho. ....
....jamais imaginei aonde estes óculos um dia iriam me levar. ""
Afirmou Belov, no programa de TV, que está construindo um navio escola para que crianças possam descobrir os segredos do mar, dizendo ele querer devolver a elas o que de graça também recebeu.
Pelo que li, embora não declarado pelo autor, não foram apenas os óculos que o levou tão longe. Creio que, muitas leituras, antes e durante a viagem , prestaram-lhe grande ajuda.
Alguem pode perguntar: e voce, o que tem a ver com isto?
Como diria Caetano e Gil, juntos:" tudo... ou nada...."
Em vez de óculos de mergulho, e garrafa com peixes, tive eu, de graça, de meu pai e dos meus avós de consideração, moradores da pequena localidade do Alambique, em Jaguaquara, as revistas O Cruzeiro. Elas me levaram a ainda me lavam, a grandes viagens, sem sair de casa e sem os riscos das tormentas enfrentadas pelo Belov.Para doar livros e revistas a outras pessoas, é infinitamente mais barato do que a construção de um barco. Alguns dão barcos , comida, óculos de megulho. Eu posso doar livros e revistas usadas. E não acho menos importantes.
Caetando Veloso costuma dizer que queria mesmo era fazer cinema. Foi para a música porque era mais barato.
Talvez por isto, mesmo tendo tido muita vontade navegar por aí, até mesmo em canoa, jogar na seleção brasileira, ser cineasta, tive que escolher os livros pelos mesmos moitivos que Caetano escolheu a música. Nem por isto são menos importantes.

Terezinha Costa é uma pessoa muito querida minha. Minha primeira infancia foi no local onde ela ainda mora.

Por ela gostar de ler, frequentemente mando-lhe um livro, uma revista, através do Correio. E foi ela avisada de que, se algum não for do seu gosto, pode entregar em qualquer ônibus escolar que passar em frente da sua casa, ou a qualquer criança que demonstrar interesse por livro.

A festa de crianças por revistinhas infantis acontece em qualquer lugar do planeta.

Aí está o endereço de Terezinha Costa, para quem quiser mandar livro ou revista para ela:
TEREZINHA COSTA, Av. Otavio Mangabeira, 98, CEP 45.345.000 , JAGUAQURA-BAHIA. Este é endereço de sobrinhos dela que moram na cidade. Onde ela mora o Correio não chega. Há milhares de locais no mundo , até mais difíceis, onde podem chegar suas doações de brinquedos, livros e revistas usadas, sem voce ter que desviar seu rumo para casa , escola, trabalho, lazer.

FÁCIL, NÃO? Será que é preciso dos apelelos televisivos, ongs, associaçoes , gente carente na TV, para merecer gestos tão simples, barato e tão importante quanto?
Fazendo assim, quem sabe não estamos ajudando a formar cientistas, literatos, construtores, ou simplesmente levando emoções para as pessoas, a preço tão barato?
Amir Klink afirma que não foram óculos nem barcos os primeiros a lhe fazer a opção pelo mar. Diz sempre que foram os livros que lhe mostraram os caminhos; as histórias dos navegadores que lia em sua infancia foram os grandes inspiradores. Mineiro, sem mar foi com seus livros vros parar em Paraty. Para Belov, bastaram os óculos; o mar estava aos seus pés, na Ladeira do Paiva. Ambos contando belas histórias, começadas com coisas e gestos tão simples, ao alcance de qualquer um : livros e óculos usados.

Muitas coisas usadas que voce não quer mais, podem mudar vidas. O livro é uma delas. Não os jogue no lixo; faça doações a bibliotecas comunitarias; Igrejas, de qualquer credo, ou simplesmente entregue a alguém na rua, como fez o rapaz com o peixinho trazido da práia; e o Jadiel que transformou a vida do Aleixo.

Espalhem esta idéia, esta prática. Vai ajudar a muita gente; se não a ganhar dinheiro, descobrir remédios para os males da humanidade, pelo menos a provocar-lhes gostosas emoções contidas nos mistérios e nas deliciosas artimanhas da leitura.
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relação de sebos, pontos de livros usados no
bikebook.blogspot.com


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