quarta-feira, 16 de julho de 2008

PEDAIS, POLÍTICOS NOS PEDAIS.

Valci Barreto
Advogado
Cicloativista

Editor do bikebook.blogspot.com
colaborador do muraldebugarin.com

Em nossos pedais, como em todas as relações humanas, há divergências de pensar e de atuar. Uma das polêmicas é quanto ao envolvimento dos políticos nos pedais. Uns contra, outros a favor, outros em cima do muro.

Acho todas as opiniões e posições respeitáveis. Não gosto muito dos que ficam em cima do muro porque são normalmente de pessoas que não precisam de ninguém , que se bastam e que também não gostam de ajudar. São perfeitas. Sendo eu cheio de defeitos a estes gosto de me agregar para tentar melhorar sempre.

Não temos que cobrar atitudes de ninguém. A final, cada um é dono de suas opiniões e atitudes.

Por menos que façam os políticos, se vierem ou não as ciclovias, só virão através do Estado. E este atua somente com ações políticas dos cidadão e dos seus candidatos.

Mas estes jamais realizarão algo sem as nossas ações e reivindicações. Se quisermos algo, temos que estar envolvidos, permanentemente, na luta. Os próprios políticos reconhecem esta necessidade.

Sempre fui e serei favorável ao ingresso dos políticos em nossos passeios, reuniões, conversas, palestras, estudos, observações. É importante que eles conheçam, de preferência pedalando, as nossas necessidades.

Mesmo que uns não queiram, mesmo que neles não se votem, acho por demais positivo ter chegado até os nossos movimentos os vereadores VALDENOR CARDOSO, EVERALDO AUGUTO, REGINALDO OLIVEIRA e tantos outros que pretenderem agregar-se aos movimentos ciclísticos.

Reclamam alguns grupos e pedalantes que eles nada fizeram até aqui. Que nenhuma medida prática foi executada para o bem dos ciclistas.

Acho que algo já foi feito: já colocamos para eles os nossos problemas e muitas reuniões, com promessas de soluções , junto aos órgãos públicos, já foram realizadas intermediados por eles. Sabendo que o Estado demora para implantar equipamentos públicos ,o que temos que fazer é esperar e continuar em nossas reivindicações. Mas já foram implementados bicicletários, a ciclovia da orla está sendo aumentada, na periferia já se fez algo, e o movimento é animador.

Sem os políticos, nem isto teria acontecido.

O vereador Everaldo Augusto vem realizado passeios na Cidade Baixa, reunindo até mais de mil pessoas, demonstrando que sua atuação não é apenas como político mas , também, como um apaixonado pelos passeios e sua dinâmica.

O Vereador Valdenor Cardoso, está com planos de realizar algum evento, em breve ,e nos tem comunicado a respeito.

No dia 20.07, teremos um passeio dos comerciários, nascido de uma vontade antiga da classe, gestada, animada, pelo Vereador Reginaldo Oliveira. Será, sem qualquer dúvida, um grande evento ciclístico.

A realização de passeios, trilhas, reivindicações, criação e organização de grupos não é monopólio de ninguém, nem de um grupo apenas. Todas as possibilidades estão abertas.

Exemplo que tem frutificado é do AMIGOS DO TONY, hoje um símbolo de simpatia, capacidade de agregação, festividade, bom humor, flantropia, e relacionamento estreito com os políticos, trazendo-os , com competência, para os seus movimentos, independentemente de compromissos políticos de votos.

Sem qualquer dúvida, o Amigos do Tony, mesmo não sendo o grupo com maior número de membros, é o que, sem dúvida, realizou mais eventos em pouco tempo.

O Tony, e seu grupo, não apenas pedala: vai bem mais longe: agrega, recebe, participa, atua, colabora, se faz presente onde é convidado; e mantém uma elogiável conduta de respeito à atuação dos vereadores já enganjados no mundo das bicicletas baianas.

Eu, particularmente , não tenho nenhum receio de assim me manifestar; É o maior agregador, festivo, bem humorado, construtor, atuante do movimento cicloativista.

E mais importante, sempre se relacionando com os grupos mais humildes, compostos de pessoas que, sem qualquer dúvida, mais necessitam de pedais nas ruas como meio de transporte.

Não falo pelo grupo do Amigos do Tony, não tenho procuração dele. Mas, na condição de seu amigo e admirador, não posso deixar de manifestar, publicamente, este meu sentimento.

Não estou me referindo, nestas considerações, ao grupo ASBEB o que mais tem contribuído para o crescimento dos pedais. Nenhum grupo a ela pode ser comparado em poder de mobilização e importância: Colocar, todos os meses , mais de mil pessoas nas ruas não é qualquer outro que faz. E o faz com muita humildade, caracterísica peculiar a um dos seus membros, o Mauricio.

E a ASBEB, que tem entre seus componentes as mais diversas tendências políticas, vereadores,deputados, jamais deixou de acolher qualquer pessoa, candidato ou não, que tenha o desejo de pedalar. Todos são acolhidos com delicadeza e respeito.

Não há prejuízo em um novo pedalante se agregar a estes grupos, seja ele político, empresário. Ao contrário, temos é que festejar.

Porque os políticos dariam algum prejuízo, especialmente no caso dos citados que também gostam de pedalar?

Há pessoas que, quando convidamos para um passeio organizado por algum político, ou que tenha participação de algum, torce o nariz. Muitos não tem a menor cerimônia de afirmar: “vou nada, este negócio de político, eles querem é voto”.

O mais curioso é que, estas mesmas pessoas, não poucas vezes, quando precisam de dinheiro, ajuda ou mesmo um simples apoio para algum evento que esteja organizando, lembram-se , em primeiro plano, de pedir dinheiro ou apoio aos mesmos que condenou. E ainda reclamam que o político não deu nada , não dá nada, não ajuda em nada.

Ora pessoal, vamos ser coerentes: com ou sem políticos, com ou sem grana deles, com ou sem ciclovias feitas pelos políticos, vamos apoiar todas as suas manifestações em favor das bicicletas nas ruas de Salvador. Todos nós, pedalantes, entre os quais estão os vereadores citados, estamos fazendo o bem para nós mesmos, ainda que apenas pedalando.

Quem apenas pedala, faz corridas, trilhas, usa a bicicleta apenas para exercício físicos, realiza um pedal fechado para pessoas especificas e não quer atuar, merecem o mesmo respeito. Quem achar melhor, deve até pedalar sozinho por aí. Todos estão buscando seus caminhos.

Porém, não está correto quem, desmerecendo os políticos, grupos ou pessoas, a eles acorrem quando precisam de algo, ainda que de um mero apoio.

Sou igual ao Tony, suba ai, e muitos outros: vou a todos. Porque não aos dos políticos?

Por isto, estarei pedalando, apoiando, divulgando, respeitando, ajudando no que estiver ao meu alcance , o PEDAL DO CENTRO, OU PEDAL DOS COMERCIÁRIOS, esperando que ele tenha o maior sucesso possível.

Quem pensar igual a mim e ao Tony, vamos procurar o Reginaldo, Luciene, os organizadores do Pedal do dia 20.07, para darmos a nossa contribuição, de acordo com nossas possibilidades. A mínima que podemos dar é estarmos presentes e pedir aos pedalantes para cicular com atenção respeito aos demais, ao transito e ao pedestre.

E assim procedo, independetemente, de esperar dinheiro, benesses, patrocínio em meu favor, ou de amigos meus.

Podemos fazer do pedal dos comerciários mais um grandioso ,que possa permanecer em nosso calendário permanente, como já é o da ASBB e o da ASBEB.

Só depende de nós. Muito mais do que dos políticos. Mas que estes sejam sempre bem vindos, independentemente do que possam oferecer. Se eles querem votos, o que é normal.

Os ciclistas saberão escolher os que merecerem o seu voto. Assim o é com qualquer canditato. Porque será diferentes com os vereadores citados?

O mesmo vale para o nosso cicloativista Gilson Cunha, que já tem história conhecida nos pedais, agora também canditado a vereador , pelo PDT.

Acho que todos nós que pedalamos, sejam ou não políticos, estamos contribuindo para a incorporação da bicicleta como meio de transporte em nossa Capital, que sempre será mais bela se visitada, conhecida, curtida, em cima de uma bicicleta.

Todos, então, convidados para o PEDAL DO CENTRO, DO DIA 20.07, COM BRINDES, sorteios de bicicletas e distribuição de camiseta.

Procurem as lojas de bicicletas que já receberam o material para iscrição ou Luciene, do Gabinete do Vereador Reginaldo Oliveira
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