sexta-feira, 18 de julho de 2008

Rio de Janeiro é considerado a capital nacional da bicicleta


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José Lobo

Uma frota de aproximadamente quatro milhões de bicicletas, que corresponde ao dobro do número de carros. Um milhão e duzentas mil bicicletas circulando dentro da cidade. Cento e cinqüenta quilômetros de malha cicloviária. O Rio de Janeiro é considerado a capital nacional da bicicleta e não é para menos. É a cidade do Brasil que mais promove o seu uso, que dispõe de mais bicicletários e que disponibiliza mais legislações específicas para os ciclistas e suas "magrelas".
Esses dados foram fornecidos por José Lobo, presidente da Transporte Ativo, organização não-governamental que tem por objetivo difundir a cultura dos veículos a propulsão humana, como bicicletas, patins, skates e patinetes, como meios de transporte alternativos aos carros e ônibus.
De acordo com José Lobo, a bicicleta é a maneira mais eficiente de se locomover pela cidade. Não contribui para a poluição atmosférica nem sonora. Os automóveis são responsáveis por mais de 50% das emissões de poluentes nas cidades, já a bicicleta não emite nenhum tipo de poluente atmosférico. Além disso, ela reduz os engarrafamentos, os gastos com combustível, dá mais fluidez ao tráfego -- o que favorece os meios de transporte públicos --, ocupa uma área menor que a de um carro -- o que facilita o deslocamento e estacionamento -- e ainda melhora a qualidade de vida e saúde do ciclista, que ao se locomover pela cidade, também se exercita. Metade dos transportes motorizados efetua percursos inferiores a cinco quilômetros, distâncias consideradas curtas e que poderiam ser percorridas de bicicleta.
No bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio, 8% das viagens são feitas de bicicleta. É o maior movimento de ciclistas na cidade, comparável ao de algumas cidades européias. Porém, na opinião de José Lobo, esse grande volume se dá devido ao baixo poder aquisitivo da população do bairro. "Na hora que o morador do bairro começar a ganhar mais dinheiro, ele vai comprar uma moto ou um carro. Ainda falta a conscientização da importância do uso da bicicleta por lá".
Em outras regiões da cidade, a bicicleta é usada principalmente como lazer ou esporte. José Lobo cita a popularidade entre os jovens que ainda não possuem licença para dirigir. Outro público que merece atenção é o das mulheres, que vem crescendo, de acordo com o presidente da Transporte Ativo. "Está crescendo também o número de ciclistas que, assim como eu, não agüentam mais ficar presos em engarrafamento e começam a usar a bicicleta como solução. Vendi o meu carro e uso somente transporte público. E a minha bicicleta, claro". Ele destaca ainda o aumento da conscientização ecológica entre os cariocas, o que incentiva o uso da bicicleta."