quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PRINCIPAIS MUDANÇAS ORTOGRÁFICAS



(Fonte: Jornal A TARDE)

ALFABETO
Passa a ter 26 letras, com a inclusão do "k", "w" e "y". Essas letras continuam a ser usadas na escrita de palavras estrangeiras, como nos nomes próprios de pessoas (antropônimos) e seus derivados: Byron, byroniano; nos nomes próprios de lugar (topônimos) e seus derivados: Malawi, malawiano; e nas siglas, símbolos e palavras adotadas como unidades de medida de uso internacional: kW – quilowatt, kg – quilograma, km – quilômetro.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA Para relembrar... Posição da sílaba tônica:
PROPAROXITONA
Sílaba tônica na antepenúltima: mágico, lâmpada, paralelepípedo. Observação: O Acordo não alterou a acentuação dessas palavras.
PAROXITONA
Sílaba tônica na penúltima: cadeira,tênis, secretária, prêmios. As alterações concentram-se neste tipo de vocábulo. Muitas paroxítonas continuam acentuadas, pois não foram alteradas pelo Acordo e continuam seguindo às normas anteriores a ele.
OXITONA
Sílaba tônica na última: café, paletó,anéis, sofá, parabéns. Com o Acordo Ortográfico, perderam acento: * Os ditongos abertos "éu", "éi" e "ói" das palavras paroxítonas. Como era: jibóia, heróico, idéia, assembléia, platéia, bóia, colméia, jóia, estréia, apóia (verbo apoiar). Como fica: Jiboia, heroico, ideia, assembleia, plateia, boia, colmeia, joia, estreia, apoia. Observação: essa regra não é válida para as palavras oxítonas terminadas em "éis", "éu", "éus", "ói", "óis" que continuam acentuadas: papéis, herói, heróis, constrói, troféu, troféus, fiéis, réu, dói, pastéis, anéis. * O i e u tônicos precedidos por ditongo, apenas nas palavras paroxítonas. Como era: Baiúca, bocaiúva, cauíla, feiúra, maoísmo, taoísmo, feiúdo. Como fica: Baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, maoismo, taoismo, feiudo. Observação: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece como acontece em tuiuiú, tuiuiús, Piauí. *

As palavras terminadas em "ôo(s)" e as formas verbais terminadas em "-êem". Como era: Enjôo, enjôos, vôo, vôos, zôo; crêem, dêem, vêem, lêem, prevêem, relêem. Como fica: Enjoo, enjoos, voo, voos, zoo; creem, deem, veem, leem, preveem, releem. Observação: o acento permanece no plural de ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, advir, etc.). Exemplos: Eles têm alternativa. Eles vêm de outra empresa. Eles mantêm a palavra.

* Desaparece o acento agudo no u forte dos grupos que/qui/gue/gui de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, bliquar. Como era: Apazigúe, averigúe, argúem. Como fica: apazigue, averigue, arguem * Deixa de ser usado o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pêra. Como era: Ele não pára de olhar. Nós fomos ao pólo Norte. Eles jogam pólo. Aquele gato tem pêlos macios. As crianças gostam de comer pêra. Como fica: Ele não para de olhar. Nós fomos ao polo Norte. Eles jogam polo. Aquele gato tem pelos macios. As crianças gostam de comer pera.

Atenção: Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Ele pôde, por duas vezes consecutivas, interferir nas decisões do conselho, mas agora ele não pode mais. Continua também o acento diferencial em pôr (verbo)/por (preposição). Exemplo: Não vou pôr o material no armário feito por você.
Uso facultativo - O acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma pode ser usado opcionalmente. Indica-se o uso do acento para conferir maior clareza à frase. Exemplos: De qualquer forma, não encontramos a fôrma adequada para o bolo de aniversário. A forma daquela fôrma é bastante irregular.

EMPREGO DO TREMA
Deixa de ser usado em todas as palavras portuguesas ou aportuguesadas. Como era: Agüentar, lingüiça, seqüestro, freqüente, cinqüenta, seqüência, tranqüilo, delinqüente, eloqüente, bilíngüe, eqüestre, sagüi, ensangüentado. Como fica: Aguentar, linguiça, sequestro, frequente, cinquenta, sequência, tranquilo, delinquente, eloquente, bilíngue, equestre, sagui, ensanguentado.
Caso de exceção: O trema continuará sendo usado nos nomes próprios estrangeiros e seus derivados. Exemplos: Hübner, hübneriano; Muller, mülleriano; Bündchen, etc.
Importante: Apesar de o trema ter sido abolido, a pronúncia nas palavras em que ele era utilizado continua a mesma. Portanto, as palavras continuarão a ser pronunciadas como antes. O mesmo ocorre com as paroxítonas que perderam o acento gráfico, seja agudo ou circunflexo.

EMPREGA-SE O HÍFEN:
1 Nas formações com prefixos (ANTE, ANTI, CIRCUM, CO, CONTRA, ENTRE, EXTRA, HIPER, INFRA, INTRA, PÓS, PRÉ, PRÓ, SOBRE, SUB,SUPER, SUPRA, ULTRA, etc) e nas formações com falsos prefixos, de origem grega e latina (AERO, AGRO, ARQUI, AUTO, BIO, ELETRO, GEO, HIDRO, INTER, MACRO, MAXI, MICRO, MINI, MULTI, NEO, PAN, PLURI, PROTO, PSEUDO, RETRO, SEMI, TELE, etc) quando o segundo elemento começa por "H": anti-higiênico, super-homem, mini-hotel, neo-helênico, co-herdeiro, sobre-humano, circum-hospitalar, contra-harmônico, extra-humano, pré-história, sub-hepático, ultra-hiperbólico, arqui-hipérbole, geo-história, auto-hipnose, neo-hamburguês, neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar, proto-história, anti-herói, anti-horário;


NÃO SE EMPREGA O HÍFEN:
1 Quando o prefixo termina em vogal diferente daquela com que se inicia o segundo elemento: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, infraestrutura, coautor, coedição, autoescola, extraescolar, plurianual, contraindicação, autoajuda, contraofensiva, retroalimentação, semiárido, pseudoepígrafe, autoestrada, intrauterino, supraocular, ultraelevado, contraescritura, neoafricano, neoimperialista;
2 Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por "r" ou "s". Nesse caso, duplicam-se essas letras: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antissocial, autorregulamentação, biorritmo, biossatélite, contrarregra, cosseno, eletrossiderurgia, extrarregular, ultrassonografia, neorromano, multissegmentado, antirrugas, microssistema, minissaia, multissecular, semirreta, suprarrenal, ultrassom;
3 Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de "r" ou "s": anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção, coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno;
4 Nas formações com prefixos terminados por consoante e segundo elemento iniciado por vogal: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante, superotimismo;
5 Nos vocábulos que perderam noção de composição e passaram a se escrever aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedistas (e afins, paraquedismo, paraquedístico).
Atenção: Outros compostos com a forma verbal para- seguirão sendo separados por hífen, conforme a tradição lexicográfica: para-brisa(s), para-choque, para-lama(s) etc.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1 Com o prefixo "CO-" o hífen era utilizado obrigatoriamente. Com o Acordo Ortográfico, o emprego do hífen é indicado apenas quando o segundo elemento for iniciado por h, como é o caso de co-herdeiro;
2 Nas formações com o prefixo –co, este aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar;
3 O hífen será usado nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: batata-doce, bem-te-vi, erva-do-chá, abóbora-menina, vassoura-de-bruxa, couve-flor, bem-me-quer, feijão-verde, joão-de-barro, cobra-d'água, erva-doce, fava-de-santo-inácio, bem-te-vi;
4 Emprega-se o hífen nos nomes geográficos compostos pelas formas grã, grão, ou por forma verbal ou, ainda, naqueles ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Abre-Campo, Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Trás-os-Montes;
Atenção!Os outros nomes geográficos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem o hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco. Exceções: Guiné-Bissau e Timor-Leste.
5 Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento da palavra composta for bem ou mal e o segundo elemento começar por vogal ou h: bem-apanhado, bem-humorado, mal-habituado, mal-estar;Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença.
6 Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação Angola-Moçambique, etc;
8 Continua o emprego do hífen nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º termo, por extenso ou reduzido, está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal. Exemplos: arco-íris, mesa-redonda, mato-grossense, primeiro-ministro, segunda-feira, guarda-chuva, sul-africano, tenente-coronel, médico-cirurgião, azul-escuro, etc;
Na translineação (ato de passar de uma linha para a outra, na escrita ou na impressão) de palavras com hífen, se a partição coincide com o fim de um dos elementos, deve-se repetir o hífen na linha seguinte.
Exemplos:- Todos os encantos de um lugar inspirador, divino e belo estão presentes na Baía de Todos-os-Santos. (Acordo Ortográfico) - Todos os encantos de um lugar inspirador, divino e belo estão presentes na Baía de Todos os Santos. (antes do Acordo Ortográfico).

Andréia Franco

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