segunda-feira, 13 de abril de 2009

IMPROVISADO E BELO JABUTIS

Saia de casa com minha bicicleta, intencionado a dar apenas uma voltinha pela Barra Ondina quando fui avisado por vizinhos de que outra vizinha , estudande de Direito, Fátima, iria pedalar no jabutis e que apareceria 9.20. Não havia marcado passeio para hoje. Ante o recado, faltava apenas dez minutos de espera o que não seria nada demais, enquanto eu arrumava a outra bicicleta. Fatima, como tantos outros, prometem aparecer para estes passeios, mas nunca comparecem. Tinha eu , então , todos os motivos para acreditar que era apenas mais uma promessa. Porém , desta vez ela foi diferente e pontualmente chegava paramentada para o passeio. Como jamais a vira pedalando, para saber como iria me comportar, para onde iria, etc. pedi-lhe , como sempre faço com todos os iniciantes, que desse uma voltinha em frente do meu prédio. Mal subiu na magrela percebi que ali estava uma ciclista, em exclente condições para fazer qualquer passeio.

Seguimos em direção à Ciclovia da Centenário. Percebemos a firmeza com que pedalava, beneficiados pelas ruas vazias das manhãs de domingo, preferi que seguissemos pela pista asfaltica. Enquanto pedalava ia atestando a firmeza, equilibrio, segurança com que a Fatima se desenvolvia. Não tive dúvida em seguir em direção ao Jardim de Nazaré para ouvir o CANTO DA PRAÇA.

Vencemos Centenário, Dique do Tororó , sete portas para nesta apresentar o senhor Alfredo que vende livros usados. Como ele não estava, seguimos pelo Vale de Nazaré, até alcançarmos Jardim do mesmo bairro, onde já estava o Canto da praça fazendo vibrar seu público fiel com suas belas execuções musicais.

Fomos recebidos e saudados pelo Moro, um dos cantores, fizemos fotos e alguns vídeos.Quse terminando o horario do Canto, seguimos em direção ao Bar do Bonitão, na Joana Angélica. No caminho fomos colhido por uma chuva que não era das mais fraquinhas. Perguntei a Fatima se não queria se abrigar ouvi dela o que mais queria: Com chuva é bem melhor! Prefiro continuar. Foi que fizemos, segundo em frente, deixando o Bar do Bonitão para outro dia e fomos fazer a merenda de frutas na Barraca do Renan, no Largo Dois de Julho, lembrando dos Jabutis de carteirinhas: Itana, Buga, Deraldo, Sergio , Rai, Elena, Rosi, Lázaro , Sergio Bezerra. Após as frutas, seguimos em direção ao MAM, onde iriamos visitar a exposição de LINA BO BARDI, dando antes uma volta pela Marina da Contorno, com a beleza e tranquilidade do tempo nublado, com alguns chuviscos e ventos bem temperados nos acariciando. Após a visita ao MAM, subimos a Contorno , descemos a Princisa Isabel, passando pelo Porto e Farol da Barra, finalizando na Padaria Apipão, um dos locais preferidos da merendeira Itana.

Durante as paradas e na Apipão, conversarmos sobre nossa origem interiorana com mato, passarinho, terra, lama, chuva, berro de bui, cabra, sons de sapos e grilos e a chuva batendo no teto de telho das casasa interioranas e não tivemos dúvida: nascemos milionários e hoje temos ,pelo menos uma peninha dos meninos da cidade que não viveram estas emoções na sua primeira infancia. Infancia esta que também podemos viver, embora de outra forma em cima de um pedal , mesmo na cidade de concreto e buzina de carro.

Fátima não escondeu sua alegria de participar , pela primeira vez, de um pedal nas ruas de Salvador. Nem sabia que isto era possível, confessou-me. Disse, como qualquer jabuti, que não vai parar mais!

Nem deve Fatima. E muito obrigado pela sua companhia. Voce já nasceu Jabuti, mesmo com talento para competições. Para o primeiro, nem precisa treinar!

Que venha mais vezes.

valci barreto

publicado no bikebook.com.br
e
no muraldebugarin.com
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Um comentário:

Na Terra e no Vaso disse...

Como inscrever uma cantora de MPB neste evento?
Muito boa idéais,não conheci ainda
Abraços