segunda-feira, 13 de julho de 2009

SEMINÁRIO MOBILIDADE URBANA – Bicicleta, um transporte viável.

A Associação dos Bicicleteiros da Bahia – ASBB iniciou, nesta sexta feira, dia 10/07, mais uma campanha integrando seus ideais de saúde, cidadania, lazer e bem-estar com o Seminário Mobilidade Urbana – Bicicleta, um transporte viável: a proposta de construção de ciclovias de transporte


Na abertura do seminário, o presidente da ASBB – Associação dos Bicicleteiros da Bahia, Gilson Cunha relatou que há dez anos a ASBB vem desenvolvendo uma campanha pela utilização da bicicleta com um instrumento multiuso, isto é, um instrumento capaz de promover saúde, solidariedade, amor, agregar a família e ser utilizado como meio de transporte, de renda e de lazer. Acrescentou que “com muita dificuldade”, temos avançado, pois hoje em dia já temos muitos grupos de passeio e várias pessoas já utilizam a sua bicicleta com meio de transporte e de renda. Ele observou, ainda, que “nos dias de hoje é muito difícil um evento público do qual toda família participe, já nos eventos da ASBB, os Passeios Ciclísticos, conseguimos ver toda a família reunida”.

Registrou a oportunidade de se investir nas ciclovias de transporte, aproveitando as obras que serão executadas a exemplo da obra do Imbuí, via portuária Baía de Todos Santos e as obras da Copa do Mundo de 2014. “De imediato, podemos lutar para que as ciclovias de lazer se integrem, em especial a da Orla, depois a do Imbuí com a da Paralela, chegando até o Estádio Roberto Santos, conhecido como Pituaçu, explicou” Após esse feito, a ASBB continuará na luta para interligar estas ciclovias com a da via Portuária, que ligará a Br-324 ao Comércio, integrando mais de 30 bairros. Como registro da campanha junto às autoridades públicas, o presidente da ASSB entregou ao representante do Presidente da Câmara e também vice-presidente da comissão de Justiça da Câmara, Sr. Gilberto José, uma solicitação para ser criada a COMISSÃO DE MOBILIDADE URBANA DA CÂMARA, uma comissão específica para estudo e fiscalização dos temas da mobilidade urbana, em especial a mobilidade CICLOVIÁRIA.

O professor Acúcio representando a COEL, Coordenadoria Municipal de Esporte e Lazer, alertou para a necessidade de uma divulgação ampla e se colocou à disposição de não só divulgar na rede municipal de ensino, como realizar novos seminários nas escolas. Comentou também o valor e qualidade do seminário, que tinha na plenária verdadeiros multiplicadores e responsáveis por ter na nossa cidade uma atitude cicloviária. Na qualidade de professor de educação física, mostrou os benefícios que uma pessoa tem fazendo trinta minutos de exercícios físicos diários, reduzindo em cerca de 50% as chances de desenvolver doenças ligadas ao sedentarismo, como as doenças cardíacas.

Alertou que devemos aproveitar o momento da Copa do Mundo de 2014 e encaminhar um documento ao comitê organizador exigindo que as ciclovias de transporte e bicicletários nos estádios, estações de transporte e em centros comerciais sejam obrigatórios nas cidades

onde acontecerão os jogos da copa do mundo.

Lembrou também que, em algumas cidades do mundo, as bicicletas já compõem como meio de transporte, e, em algumas mais de 70 % da população as utilizam.

O Sargento Paulo Cezar, representando o Esquadrão Águia, salientou que nas ciclovias não houve nenhum registro de acidentes graves envolvendo os ciclistas e que é preciso realizar uma campanha de segurança envolvendo todos, motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, já que o Conselho Nacional de Trânsito regulariza o respeito entre todos. Comprometeu-se em dar todo apoio e segurança nas futuras ciclovias de transporte e acrescentou que atualmente já há este serviço de segurança, mas, pela pouca utilização das ciclovias, só acontece nos horários específicos de maior circulação. Comentou a necessidade de realização destes seminários nos bairros e a colocação de bicicletários em centros comercias e terminais de ônibus e de trem. Lembrou também da importância de uma campanha para a intensificação do uso de equipamentos de segurança para as bikes, como capacetes, retrovisores, sinalizadores e outros, embora aqui em Salvador a maioria os utiliza.

O Sr. Roque representando a SECULT relatou a importância de um evento como este, não só para Salvador, mas para o mundo, pois o meio ambiente agradece e colocou a Secretária a disposição de novos eventos a serem realizados.

O Presidente da Associação dos Ciclistas do Brasil – ABC, Jessé Teixeira, relatou os trabalhos que executa em São Paulo principalmente em Santos e em São Vicente, com as bicicletas públicas de aluguel e bicicletários, como também o trabalho da empresa Porto Seguro, onde as pessoas estacionam seus carros e com uma diária consegue uma bike para se deslocar de um ponto a outro da cidade.

Relatou também o Projeto Pedala Santos que tem como propósito fazer uma ciclovia inteligente, que passe por toda cidade, sendo que parte dela já está pronta, como mostrou em material impresso.

Gilberto José, representando o presidente da Câmara, achou a iniciativa da ASBB excelente e mostrou que este é o caminho de várias cidades da Bahia: se tornarem cidades cicloviárias. Anunciou que, além da Comissão de Mobilidade Urbana, ele ia indicar um membro do cicloativismo para fazer parte da comissão de transporte, entendendo que a bicicleta pode ser um veículo de transporte. Salientou ainda que, sendo médico, sabe dos benefícios que a bicicleta traz para a saúde, para o meio ambiente e para a família. Informou que em 2005 fez uma indicação ao Prefeito para que todas as avenidas e ruas a serem construídas dispusessem de ciclovias e que as que não as tivessem fossem adaptadas para tal.

Por fim, um assessor do Vereador Adriano Meireles sugeriu que, inicialmente, fossem feitos estudos da viabilidade, tanto em nível de segurança quanto em custo e comentou que a topografia da nossa Cidade não é como a de Santos.

Gilson Cunha, respondendo às suas indagações, agradeceu a sua colocação e informou que, em relação à segurança, com a ciclovia, se reduzirá o número de ciclistas mortos, pois atualmente, os acidentes envolvendo ciclistas acontecem onde não existem ciclovias. Quanto a custos, relatou que em vários locais da cidade são implantadas ciclovias meramente para passeios, e que, com certeza, em comparação ao benefício que elas traz à cidade e ao mundo é possível construir ciclovias para fins mais amplos.

A respeito da topografia, Gilson Cunha disse que Salvador é considerada uma cidade viável para bicicletas, pois hoje em dia, mesmo sem ciclovias suficientes, existem pessoas que pedalam na cidade toda, e, como exemplo, ele citou uma pessoa que mora em Periperi e trabalha em Itapuã e faz este percurso de bicicleta diariamente. Lembrou que, mesmo nos locais onde existem ladeiras bem altas, a exemplo a Ladeira do Inferno, na Vasco da Gama, temos outras opções de acesso pelo Rio Vermelho e pela Federação. Sem mais, deu por encerrado o seminário.

Gilson Cunha

(71)9982-7014

(71)3356-2548

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