sexta-feira, 13 de julho de 2007

CICLISMO PASSEIOS JABUTIS VAGAROSOS

RESENHA DO ´´JABUTIS VAGAROSOS´


Valci Barreto- Advogado,
Editor MEU ZINE,link do site www.amigosdebike.com.br


Sabino Silva, Centenário, Ladeira do São Raimundo, Avenida Sete de Setembro, Piedade, Joana Angélica, Ladeira do Barbalho, Lapinha, Liberdade, Largo do Tanque, Viaduto dos Motoristas, Uruguai, Calçada , São Joaquim, Comércio, Subida da Ladeira da Preguiça, Carlos Gomes, Rua Rui Barbosa, Pelourinho, Carlos Gomes, Campo Grande, Corredor da Vitória, Graça, Shopping Barra, Padaria Apipão, da Sabino Silva. Este foi o nosso trajeto do DIA 03/02/2007, realizado das 09 às 15 horas, com apenas dois componentes: VALCI BARRETO e DIOGENES EVANGELISTA.

Como sempre, com um elevado grau de improvisação e deixando de lado as emoções que a escrita não consegue traduzir, fomos, na Lima e Silva, 567, Liberdade, atraídos por uma faixa: ´´TROCA-SE LIVROS´´. JABUTIS VAGAROSOS não pode ver este tipo de aviso sem uma parada, uma visita, uma conversa. Entramos e ouvimos a história do trabalho da professora Nilza em favor da distribuição da cultura, beneficiando, notadamente, os mais carentes. De uma simpatia contagiante, vai logo contanto a história do seu trabalho e como tudo começou: dava reforço escolar, especialmente para pessoas de menores recursos, em uma mesinha em frente à sua casa. Percebendo a carência de livros para seus alunos, e que muita coisa poderia ser feita através da simples troca, passou a utilizar-se deste instrumento para aliviá-la. Nasceu, assim, naturalmente, um ponto de troca de livros entre seus alunos, amigos , pais ou parentes deles. A comunidade correspondeu, fazendo doações. O movimento foi crescendo. De repente, viu formada uma biblioteca comunitária, em que qualquer pessoa, sem qualquer formalidade, preenchimento de ficha ou apresentação de documentos pode ler ou trocar livros. No momento da nossa visita, algumas voluntárias, vestindo camisetas da biblioteca, atendiam na maior simpatia, pessoas das mais variadas idades que ali buscavam, a custo zero, um pouco de sabedoria.. Atualmente é um misto de sebo, livraria, biblioteca e ponto de troca de livros usados. Suas paredes ostentam , para orgulho da professora , várias reportagens de jornais de Salvador, contando a história daquele casa .

Diferente das bibliotecas públicas de um modo geral, a boa vontade, simpatia, bom humor, ausência de qualquer burocracia, deixa todo mundo se sentindo dentro de sua própria casa, com a vantagem de ainda ter alguém para pegar o livro e deixá-lo em suas mãos. Gentilmente, a Professora ,doou para Diógenes ,um brinde especial: um livro com textos de CECILIA MEIRELES. Retirou da parede, cópia emoldurada de reportagem do Correio da Bahia ,que conta a história da sua biblioteca , e me ofertou sem que eu pudesse esconder a emoção por receber aquele presente. ( Já está em um dos cômodos da minha casa, professora!).

Deixamos a biblioteca e seguimos em frente. No retorno, próximo à Feira de São Joaquim, quase em frente ao prédio da PETROBRAS, a grande maldade que ainda portam não poucos motoristas de ônibus: Apesar de estarmos seguindo os padrões de comportamento determinados pelas leis de trânsito, exatamente às 11:10 hs. conduzindo um ônibus da Joevanza, o seu motorista quase atropela o DIÓGENES. Não havia a mínima razão para que o motorista se comportasse daquela forma, naquele local, tendo á sua frente um ciclista em movimento, na sua mão, e devidamente equipado com capacete e luva. Fosse Diógenes alguém com menos intimidade no pedal certamente teria sido atropelado. Aí vieram os questionamentos, as sugestões para que fizéssemos algo para que estas pessoas tivessem mais respeito pelo seu semelhante e que fossem educados pelos seus empregadores, independentemente de ser ou não a vítima um ciclista.

Não tivemos dúvida: vamos escrever para a JOEVANZA, narrando o fato, certos de que a empresa fará algo pela educação de todos os seus motoristas.Não vamos esquecer da nossa parte: desenvolver campanhas junto aos ciclistas para que também se comportem de acordo com as regras de trânsito , do bom viver e se mantenham bem atentos para se livrar dos males que estes maus condutores possam lhe causar. Vamos, todos nós, denunciar, por escrito, às empresas, estes fatos, lamentavelmente tão comuns, que têm desestimulado tanta gente a experimentar o prazer de pedalar , de usar a bicicleta como transporte , esporte ou lazer.

Contra a maldade, porque aí não é somente falta de educação, temos que criar ações que evitem tais absurdos, levar às empresas o conhecimento do comportamento dos seus motoristas, divulgar e denunciar os fatos desta natureza. Tendo procedido às devidas anotações e cuidados para evitarmos erros e injustiças, estamos nos referindo, ao motorista QUE CONDUZIA UM ÔNIBUS da EMPRESA JOEVANZA, COM O REGISTRO 4004, ÁS ONZE HORAS E DEZ MINUTOS DO DIA 03/02/2007, NAS PROXIMIDADES DO PRÉDIO DA PETROBRÁS, PRÓXIMO Á FEIRA DE SÃO JOAQUIM.

Após isto, seguimos o nosso caminho. Resolvemos visitar a Rua Rui Barbosa, pródiga em antiquários, brechós, oficinas reformadoras e lojas de móveis antigos. Já no início daquela Rua, ao lado do Sebo do Brandão, paramos no ANTONIO ANTIGUIDADES, onde, eventualmente, compro algumas canetas, fotos e miniaturas de bicicletas. Eduardo, seu proprietário, sabendo das minhas preferências, apresenta-me uma coleção de caneta PARKER, muitas delas gravadas com o nome do saudoso ARCEBISPO PRIMAZ DO BRASIL, DOM AVELAR BRANDÃO VILELA. Sem grana naquele momento para aquisição de uma sequer, voltarei lá para uma pechincha , esperando que meu amigo, Procurador do Município, Renato Simões, não chegue antes e leve todas. Eduardo e sua esposa ADRIANA prometeram para em futuro breve participar das nossas pedaladas e levar na garupa a sua filhota EDUARDA a qual herdou o sorriso fácil e a simpatia do casal. Que seja logo meus caros!

Seguimos parando em várias lojas de antiguidades, buscando com elas aprender um pouco da História da Bahia , escondida em suas ruas estreitas e tortuosas, que somente é contada para quem com ela tenham afinidades, andam a pé ou de bicicletas, invisível quem é para os demais que preferem o carro e a pressa.

Em todas as lojas que visitamos, sentimos a simpatia dos seus proprietários e funcionários por estarmos passando por ali com as nossas magrelas. O Antonio e sua esposa prometeram, para um futuro breve, participar das nossas pedaladas. Que seja logo meus caros!

Comércio já fechando, seguimos para a ´´colônia gourmética de Santo Amaro´´, no Pelourinho: PONTO VITAL, fones 81546151 91463124, adorado por Caetano Veloso, Jorge Portugal , George Argolo, Itagildo Mesquita e.... nós! O prato escolhido por Diógenes, acompanhado por mim, foi a moqueca de maturi, sob o olhar da NEGA FELICIA, pintada e emoldurada pelo artista plástico ARLEU, mestre dos ´´meninos de Santo Amaro´´, hoje senhores freqüentadores do VITAL, nos primeiros segredos do sexo, entre uma e outra lavada e enxaguada de roupa que fazia às margens do Subaé. Premiados pelo festivo atendimento do ADELSON e simplicidade do VITAL, sentimo-nos no ´´umbigo do recôncavo´´.

Estômagos e almas lavados e enxaguados, retornamos para nossas casas, certos de muitos outros pedais que faremos pelas ruas e becos da Bahia, fazendo exercício e poesia, sobre as duas rodas de um meio de transporte simples, barato e tão encantador!

(Texto de VALCI BARRETO.)

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