sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"GUARDADORES DE CARRO" APRONTAM NO CENTRO.

Um advogado tenta estacionar seu veículo , em frente à Prefeitura Municipal de Salvador, para assistir à posse dos novos conselheiros da Associação dos Advogados Trabalhistas. Antes mesmo de parar o véículo, acena-lhe um "guardador". Mal abre a porta, a abordagem é bem mais objetiva e, com "bilhete de estacionamento" em mãos, entrega-o para o advogado com anotação e verbalização de "dez real", acrescida da incisiva sentença: "tem que pagar adiantado".


Conversa prá lá , conversa prá cá, o advogado, que não é nenhum bobo, questiona preço e adiantamento. Meia hora de blá-blá, chegam a um acordo: dimini o preço mas o advogado "tem que pagar adiantado".

Concorda com o adiantameto. Porém, ambos sem se lembrar qual o valor diminuido, entrega o advogado ao "guadador" o valor de dos reais despertando a ira deste:"dois "real?", "qual é,coroa"?! "Quer me desmaralizar?. "Não sou "ismolé não!Decidido, o advogado recolhe os dois reais , pondo-os no bolso.O "guardador" recua e, mesmo enraivecido, resolve receber.

Esta cena, com mais ou menos agressividade, a não ser que se pague o que deseja o "guardador", é a mais corriqueira em todo o centro da nossa cidade.Nos shows e práias é ainda pior. Em dias de espétáculs do Teatro Castro Alves, Concha Acustica, o "loteamento" é garantido. E o preço é o mesmo ou maior do que em estacionamento pago.

Muita gente, com medo, submete-se às agressões, assédios e provocações destes "senhores" do espaço público.

Já que os órgãos fiscalizadores não tomam uma providencia, fazer o que no Centro Histórico?

Apreciando o bolinho de arroz da Cubana, passando sempre por ali , por força do meu trabaho, prefiro sempre deixar para depois. Por a mão na carteira, é mesmo que jogar um boi ferido em rio cheio de piranha! Sentar em uma daquelas mesas para tomar um sorvete, nem pensar. Não há genorosidade que aguente tanta pressão dos pedintes, muitos total e visivelmente drogados, sem qualquer controle dos seus atos, gestos e falas.O sorvete, doce, gostoso, passa a amargar, mal a gente pede um.

Há poucos dias, cena igual à do colega passou-se comigo em frente ao restaurante/bar Raso da Catarina, no Campo Grande. Ao sair, já tendo dado a gorjeta a um guardador, este gentil, merecedor até, sigo em direção ao carro, junto com genro e filhas, quando, segundos depois, sou ,literalmente cercado por dois agressivos "guardadores".Argumentei que já havia pago ao colega deles. Não adiantou:"ele é ele nós é nóis" . "os guardadô daqui é nóis". Preferi negociar, aguentar a pressão. As filhas, que mantive afastadas , estavam assustadas, óbvio. Mas há momentos que não se consgue , como também não se deve, ceder a estes abusos. Foi o que preferi fazer, mesmo correndo os riscos que se conhece.


O próprio Sindicato dos Guardadores, que normalmente disciplina os seus membros para este tipo de serviço, tem seus membros acuados por estes "guardadores clandestinos", "vitimas da sociedade" que cada dia aumantam o grau de violencia e preço nestas abordagens. Há responsabilidade dos proprietários de veiculos que, por medo, "generosidade", seja lá o que for, alimementa este tipo de "atividade" e de comportamento.

Mais sofrem os nossos turistas. Por isto mesmo, com muita razão, muitos deles não querem nem saber de andar por aquelas bandas, principalmente à noite. Quando vai uma vez, normalmente aliciados pela propaganda enganosa da "Bahia da alegria e do amor", jamais querem retornar.

Já encontrei por ali,muitas famílias com seus filhos assustados pelas abordagens dos personagens que povoam aquela região. Vejo com uma certa tranquilidade apenas os turistas conduzidos por agêntes de viagens.

E podem anotar, pelo menos a médio prazo, vai piorar. E muito.


Um caos.

valcibarretoadv@yahoo.com.br

Nenhum comentário: