quarta-feira, 13 de julho de 2011

MOTORISTAS ASSASSINOS.

MOTORISTAS ASSASSINOS.

MOTORISTAS ASSASSINOS.


Valci Barreto
Bikebook.blogspot.com
Muraldebugarin.com
facebook/valcibarreto

Esta semana, só para citar dois casos, colocados bem próximos de nós, pela Geografia e pela mídia, foram dois crimes resultaram em mortes por violência no transito.

Um deles, ocorrido em São Paulo, vitimou uma jovem advogada baiana.

O outro, em Salvador, tirou a vida de um ciclista , nas imediações do 5º Centro de Saúde, Avenida Centenários, Vale do Tororó.

O de São Paulo ocupou toda a mídia brasileira , repercutindo no mundo inteiro, pela estupidez do motorista que dirigia em alta velocidade, segundo se comenda a 150 km por hora e pela condição social dos seus familiares.

O de Salvador, ainda que alguém  possa afirmar por aí, que o ciclista foi culpado(sempre  quem morre é culpado!!) deixar de prestar socorro é crime. Evadir-se do local do crime é agravante e gera conseqüências no mundo do Direito Penal.

Então, na melhor da hipóteses em favor do motorista que matou o ciclista, cometeu ele o crime de omissão de socorro. Neste tipo de crime, é comum a defesa livrar o autor da condenação penal, afirmando que não prestou socorro com medo de linchamento. É uma tese da idade do carro... mas que ainda funciona nos tribunais.

Uma série de ítens são avaliados por juízes, peritos, Ministério Público em tais casos como velocidade, condições da pista, que não vale aqui relatar.

Para mim, porém, e não estou só, para nossas ações cicloativistas, as entrelinhas das leis, a ausência de punição, que é a regra nos crimes cometidos por motoristas, não nos interessam neste momento, vez que afeitas às autoridades.

Como não há justiça privada não podemos condenar ninguém. Isto é papel das autoridades.

Não podemos , porém, em uma sociedade democrática, em que deve prevalecer a Justiça , a moral,  deixar de punir moralmente os que dirigem embriagados; em alta velocidade; que usam o carro  como arma; que atropelam, matam ou dirigem perigosamente.

Mesmo quem não mata no transito, mas quem dirige embriagado, fazendo zigue-zague, estacionando e dirigindo em locais proibidos ;ultrapassa  de forma perigosa, não respeitando as preferências,   não pode ficar impune pela sociedade.

Uma coisa é um motorista que mata alguém em função de acidente, que pode ocorrer, mesmo quando ele dirige com todos os cuidados.
A outra é a sociedade suportar a estupidez que é o nosso trânsito, permitir que as coisas funcionem como está.

É direito da sociedade, que é vitima destas arbitrariedades de motoristas irresponsáveis, reagir a estas agressões. Com reagir, como punir estas pessoas, sem estar fazendo justiça com as próprias mãos? A lei oferece a solução: exercendo o legitimo direito de defesa.

Se há um carro invadindo sinais; estacionando em locais proibidos; desrespeitando as leis de transito, tem a sociedade o direito de defender-se de alguma forma . O que se tem visto é prevalecer o “Direito de Agredir “, já que é comum punir-se o “direito de reagir”.

Se a autoridade não tem condições de punir, pelas falhas que todos conhecemos, não é justo, também, que a sociedade, as pessoas de bem, respeitadoras das leis; continuem refém dos abusos; dos crimes; do desrespeito.

Muita gente foi para as ruas para reconquistar as liberdades democráticas em nosso país. Entre outros motivos desta luta, estava a indignação pela morte de pessoas, por pensar contrario ao sistema então vigente.

Em termos estatísticos, mesma relativizando o numero da população, a quantidade de pessoas mortas no período revolucionário das décadas 60 – 70 é conta para pequena quitanda de estrada; enquanto as mortes causadas pela violência dos motoristas, contabilizando apenas as causadas pela sua brutalidade , é  para redes de lojas e supermercados quem vendem em carretas, trens e contêiner.

Vitimas da chamada revolução, muitos deles ressarcidos com vultosas quantias dos cofres públicos, poderão argumentar que, no primeiro caso, as mortes foram mais violentas porque atentavam contra a forma de pensar de um povo.

Porém, temos que reconhecer que,  para as vitimas e as famílias que perderam seus entes queridos ; ou que os têm se arrastando pela casa ; inativos para sempre, não há qualquer diferença no doer.  E dói ainda mais, ver o motorista assassino gozando das mesmas regalias , ou até mais, do que gozam as pessoas de bem, as respeitadoras, sd que diritem com respeito as leis e , especialmente, as que não possuem carros.
Estado e sociedade estão, quando não enfrentam as infrações causadas ao volante , estão fomentando o crime, a violência, sabido que é que o maior estimulo para o crime é ausência de punição.

Mundo de hoje nos põem dentro de um campo de futebol. Acreditamos nas jogadas e nos gools exibidos pelas câmeras de fotos e de vídeos.

Em relação à Justiça, aos crimes de transito, fotos e vídeos  mostram, claramente o fato criminoso, o autor,  e ainda assim tem que haver um processo que se arrastará para “colhidas de provas|” que terminam desaguando na Prescrição, Extinção do Processo Sem Julgamento de Mérito, ou, por falta de provas, liberado o malfeitor.

 Milhões de pessoas acreditam no pênalti que o jogador perdeu em uma Copa do Mundo, mas parecem não acreditar no vídeo que mostra um motorista assassinado alguém no transito. O mundo de hoje não permite mais estas dúvidas, esta claudicâncias este arrastar de processo que caminham para a impunidade do malfeitor, com todas as provas escancaradas pelos novos processos digitais  que testemunham com mais perfeição e nitidez do que depoimentos de assustadas , temerosas ou até mentirosas testemunhas.

Algo deve mudar, e todos nós temos o dever de ajudar.


Grupos de cicloativismo baiano, comungando com movimento que é mundial, estão se agregando para, no legitimo direito de defesa, buscar alternativas para um BASTA a estes crimes cometidos por embrutecidos, estúpidos motoristas que, no caso da Bahia, foi titulado o Estado que mais  matou, no trânsito,  na Semana Santa de 2011. Com tantas mortes, a sociedade tem o direito de, pelo menos, saber quantos foram punidos pelos crimes cometidos naquele período; e de se mobilizar para que a população não fique refém dos exibicionistas, egoístas, apressados, ignorantes, estúpidos motoristas que, à vista de todos, desafia o perigo que oferece à população.

Por isto, nós, cicloativistas baianos, não podemos deixar de apoiar, comparecer à  mobilização agendada pelo Meninas ao Vento  , Massa Crítica, Pedalada Salvador, para o próximo domingo, dia 17 de julho, às 09 horas, em frente ao 5º Centro de Saúde,  local em que foi morto, por atropelamento, o ciclista baiano.

É a nossa colaboração em favor da PAZ no transito. E    da bicicleta como meio de transporte.

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