terça-feira, 18 de agosto de 2009

Motoristas à beira de um ataque de nervos - Desabafo

Não foi sem sustos e risadas (para não confessar a verdade: irritação profunda e consternadora ante as agressões insistentemente repetidas) que percorri o trajeto Resgate-Ondina, hoje pela manhã, tendo escolhido o roteiro: Resgate-Ladeira do Cabula-Rótula-Bonocô-Ogunjá-Vasco-Coca cola-Garibaldi-Monumento a Clériston e Adhemar de Barros.
Nos primeiros 3 minutos, um breve engarrafamento no trecho entre o Resgate e o topo da Ladeira. Até aí, apenas UM ônibus me "apertou" contra o meio-fio.
Descendo a ladeira (oficialmente Viaduto dos Rodoviários), quatro carros de passeio e um táxi literalmente quase conseguiram me empurrar e jogar na pista de baixo, tal a ferocidade deles para avançar na descida.
Rótula. Por incrível que pareça, ninguém atentou contra o feliz ciclista (aliás, pedalante) que tinha o símbolo da UFBA nas costas.
Bonocô. Logo no início do Bonocô, seguidamente, três carros e um buzu (é buzu mesmo, nada de ônibus) buzinaram assustadora e alucinadamente nas minhas costas, quase me jogando no chão com suas potentes buzinaças. O coração, aos pulos, começou a dizer: Volte e pegue um ônibus lotado...
Que nada. No trecho da Av Bonocô até a entrada do Ogunjá foi a maior concentração de motoristas ESTRESSADOS e mal-amados de Salvador no início da manhã desta terça-feira. Mais de vinte carros voavam baixo colados ao acostamento, buzinando atrás como se eu estivesse passeando tranquilamente no centro da pista.
Alguns estressadinhos e mal amados (as esposas - ou os namorados - deles devem ter dormido de calça jeans e jaqueta de couro cru esta noite) se deram ao trabalho de baixar o vidro e gritar palavras que, graças a Deus eu sequer escutei. Coisa boa não deve ter sido...! Por que não poderiam simplesmente virar levemente seus volantes para a esquerda e acabar com todo aquele drama?? Se a Chiadeira Elétrica (nome carinhoso desta bike) fosse do tamanho de um caminhão eu até que pensaria no caso deles...
Avenida Vasco da Gama: mais freadas, acelerações e buzinadas grosseiras no encalço. Me senti um fugitivo. Imaginei cada motorista, mergulhado na solidão dos seus bancos de couro e condicionadores de ar, enlatados nos cockpits dos seus carros (depois dessa maldita/bendita stock-car que nos custou alguns milhões e que de NADA servirá ao povo, pois não veremos os BURACOS da Salvador City serem tapados decentemente - para não falar em recapeamento asfáltico, sinalização de trânsito, ciclofaixas, fiscalização e todos os pormenores, todo mundo acha que é corredor) com os quatro pneus repentinamente esvaziados. Será que a pressa acabaria ou eles cometeriam suicídio coletivo por tanta cólera logo cedo??
Sinceramente, motorista em Salvador só sabe empurrar o carro pra frente. Regras e Leis de trânsito? Ah, sim aqueles "sinaizinhos" e as "perguntas" que são feitas nos exames... ah, sei... Não foram devidamente aprendidos. Falta de educação com o PRÓXIMO é atônica.
Ponham as barbas de molho, pois até haver ALGUM respeito ao pedalante nas ruas da Cidade da Bahia, muita água há de encher os buracos das ruas...

(isso porque eu não citei os MOTOCICLISTAS, verdadeiros alucinados, todos acreditando piamente que ciclista é ameaça e "fechando" sem dó nem piedade!!)

Fiquei me perguntando o dia inteiro se EU estaria andando mal pelas ruas ou se eram verdade aquelas situções seguidas de agressão/intimidação física, verbal e moral.

* Sérgio Bezerra é Educador-Professor, Jornalista e Produtor Cultural além de adepto da bicicleta como meio de transporte, embora não levante bandeiras (elas pesam)

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O texto apresentado pelo nosso amigo Sergio, é a rotin de quem se aventura a andar de bicicleta pelas ruas de qualquer metropole, ou mesmo grande cidade brasileira. A agressividade, brutalidade animalidade dos motorestas é a representação , na verdade, da falta de educação de respeito das pessoas, umas com as outras. Entendem elas que só há violencia quando alguem lhe aponta uma arma para lhe tomar algum bem , arrancar-lhe a grana, a honra ou o dinheiro.

A agressividade destes motoristas ,citados pelo amigo nada deve a qualquer qualquer outro marginal, pois não dão a minima importancia à vidade de quem está em cima de uma bicicleta.

Mesmo com bandeira pesada, vamos espalhar estes textos por aí, especialmente dentro dos carros, taxi, onibus , onde for possivel.

A minha parte eu fari.

valcibarretoadv@yahoo.om.br

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