quarta-feira, 19 de agosto de 2009

BARULHO, FALTA DE RESPEITO, VIOLENCIA.

Valci Barreto
editor do bikebook.com.br
colaborador do muraldebugarin.com
e
Folha do Reconcavo



Não conheço o casal que subscreve a nota abaixo. Vi a matéria no jornal. Sou suspeito para julgar, pois detesto som alto, em qualquer horário. Acho que, quem vai fazer uma festa ,deve limitar o som ao ambiente da sua casa . Temos uma cultura do som alto, da gritaria, do carro usado como verdadeiro trio elétrico. Até em festa de aniversário de criança, um elevado número de pessoas põe sons ensurdecedores, como se ali houvesse um show de rock de final de ano na práia de de Copacabana,sem qualquer preocupação com a vizinhança. Não é pequeno o numero de carros, com caixas de son mais apropriadas para boates e shows em estádios, parando em frente de bares, restaurantes, barracasa de práia, sem o mínimo de respeito a quem não quer ouvi-los. E normalmente as músicas são as piores possíveis. Não reclamo, jamais, do gosto musical e ouço tudo, até aquelas que os "intelectuais" repudiam , tipo arrocha. Nada contra o estilo, o cantor, a letra, a harmonia ou falta dela. Mas tenho contra o som alto, ainda que se tratate da chamada música clássica. Nas ruas é o que se sabe, muitos destes circulando ou parando em frente de casas como se todos fossem obrigados a ouvir a maltratante falta de respeito aos demais cidadãos.Salvador foi eleita a cidade mais barulhenta do Brasil . E em muito contribuiu para a estatisica este tipo de comportamento, mesmo doméstico. E ninguém pode pedir para diminuir o som porque vem a resposta: "a casa é minha, mando eu." Isto quando não tira um revolver e até mata como vários casos já noticiados na imprensa, após um simples pedido para diminuir um som.

A policia muitas vezes é também questionada, desrespeitada(isto eu já presenciei varias vezes, não me contaram) e aí tem que agir. E muitas vezes comete os exageros para combater os outros exageros , inclusive de desrespeito ao pedido ou ordem para diminuir o som. Em vez de atender ao pedido para diminuir, preferem contestar, pôr em cheque a autoridade. Como a autoridade , além de estar ali para cumprir uma ordem, se sente no direito de fazer prevalecer a sua autoridade, vem o conflito, “apanhando sempre o mais fraco”.

As agressões por som alto são cometidas em portas de escolas: os pais só chamam os filhos buzinando, ensinando-os, assim, a também buzinar. A namorada do décimo segundo andar também é chamada não por um interfone ou telefonema, ou descida do carro para a portaria, mas por uma boa buzinada, a qualquer hora do dia ou da noite.

A questão é de educação. Tenho minhas dúvidas de que este som não estivesse incomodando alguém. Não é crivel alguém ir a uma casa e já chegar “arrebentando”, como relatado, se alguém não houvesse se incomodado com o nível do som.

A falta de educação e respeito ao próximo em nosso mundo de hoje, não é somente em relação a som alto, que tem gerado até crimes . Mas , em todos os setores: torcedores nos estádios se agredindo. E, pior que tudo, abaixo somente dos latrocínios e estupros, a violência e falta de respeito por parte dos motoristas de carro, que se acham os donos exclusivos das pistas.


Não posso julgar este caso. Não vou dar nem tirar razão de quem fez o relato sem ouvir , também com atenção, o outro lado.

Enquanto não julgo, por não ouvir a outra parte, deixo o relato de hoje, de um amigo, que se resume ao mesmo tema: FALTA DE RESPEITO AO PROXIMO, que geram as demais conseqüências, inclusive excesso por parte de autoridades policiais que, tendo a força, delas vão fazer uso sempre, com ou sem excesso.

Lamentável a ocorrência. Dela , mesmo sem julgar o caso, por não ouvir a outra parte, devemos extrair lições para, cada vez mais, termos cuidados com o nosso semelhante, civis ou militares, motoristas , pedestres, ciclistas, seja de qual for a cor da pele , o titulo de universidade, a profissão, idade, sexo , ou saldo bancário. A solução é esta: educação, respeito, cuidado com o próximo.

O relato abaixo, do jornalista Sergio Bezerra, é o mesmo resumo, apenas ocorrido em local diferente, com instrumentos diferentes, mas sempre a mesma causa: falta de respeito ao próximo. Parte da nossa população é muito má: tem a lei limitando a velocidade, um semáforo, e ainda tem que ter um soldado armado ao lado do semáforo, ou leitura ótica para aplicação de multa pesada para o motorista obedecer às regras de transito. O mesmo ocorre com o som: tem a lei, mas tem que ir o fiscal e o soldado para alguém baixar um som.(não quero, jamais, dizer que este foi o caso)
Agora, algemas, para um caso deste, com certeza em pessoas honestas,com endereço certo, festejando um aniversário, não se justifica, ainda mais que ninguem é maluco de enfrentar uma arma , mesmo que ela esteja no coldre de qualquer policial.

Quanto aos vizinhos não reclamar a altura do som, em qualquer lugar, não diz muito não. Pouca gente tem coragem de reclamar. Há exemplos de pessoas que foram reclamar, em varios locais, e foram recebidos com armas apontadas, gritos, e aquela sacremental "quem manda na minha casa sou eu.E o som é meu". No interior, os centros da cidade, este tipo de som alto é uma verdadeira praga. E ja testemunhei , chegar a policia e ser esta peitada com arrogancias. Andando pelo interior, vi muitos destes casos pararem em delegacias. E o som só ser baixado com o uso da força. Eu mesmo, se tiver vizinho com som alto, posso estar errado, mas não tenho coragem de reclamar, prefiro ligar para a policia. Se ela vem ou não, é outra coisa. Mas, felizmente, apesar de ter sido incomodado, e muito , em alguma ocasião em minha vida, não fui reclamar nem chamei a policia. Felizmente, onde moro hoje não tenho este tipo de problema.

De todo jeito, fica muito dificil julgar sem ouvir as partes envolvidas nos conflitos, inclusive, em secredo, os vizinhos. Estes são os que mais têm o que dizer nestes casos, como o lamentável episodio objeto deste comentário.


valcibarretoadv@yahoo.com.br
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Relato a respeito de um casal que teria sido agredido por confitos gerados por queixas de som alto.

Caros amigos,

Estes fatos são reais , foram relatados por uma amiga que presenciou o ocorrido neste final de semana.

Para reflexão!

Anibal

Salvador, 10 de Agosto de 2009


ACONTECEU NA RUA TUPINAMBÁS, COMIGO E MINHA FAMÍLIA.


Esta carta impressa, ou eletrônica, chega a sua mão para contar algo que
aconteceu comigo, minha família e meus amigos; provavelmente eu sou sua
vizinha, amiga ou temos conhecidos em comum.


Meu nome é Vânia Alves Smith Lima, sou jornalista de formação, e moro na
Rua Tupinambás, 474. Sou casada há quase 2 anos, com Cláudio Antônio Souza
de Jesus. Somos um casal fisicamente diferente, ele é negro, alto,
rastafári; eu sou branca, e tenho cabelos encaracolados. Quando nos casamos
resolvemos residir onde eu já morava há 4 anos, aqui no rio Vermelho.


No último dia 08 de agosto por volta das 19h30 iniciei, no espaço de
convivência do meu prédio, uma festa de comemoração ao meu aniversário,
onde eu reuni cerca de 40 convidados; entre eles a família de Cláudio.


Ao realizar a festa já havíamos combinado que o som funcionaria até as 22h
e depois diminuiríamos até encerrar por volta da meia noite. Tudo corria
bem, estávamos muito felizes, NENHUM VIZINHO DEMONSTROU QUALQUER PROBLEMA
COM O SOM. Por volta das 21h30 ouvi algumas pessoas na entrada do prédio
conversando com Cláudio, eram dois policiais militares, imaginei que eles
estavam falando sobre alguma outra coisa, pois A VIATURA ERA DE ITAPOAN.


A seguir Claudio abaixou o volume do som e assim ficou. Por volta das
23h30, quando alguns convidados já se despediam, me surpreendi de ver um
homem alto, muito musculoso, usando short de elástico, camiseta e chinelo,
apontando o dedo para Cláudio, na frente de todos dizendo que ele estava
preso porque não havia diminuído o volume do som. Ao lado deles estavam
DOIS POLICIAIS QUE NÃO PORTAVAM IDENTIFICAÇÃO, um deles ARMADO COM UMA METRALHADORA e outro algemando Cláudio; desci as escadas até onde eles estavam e perguntei: “Gente, o que é isso?”. Então me dirigi a este homem de short e ele me respondeu que era autoridade. Reagi e gritei: “saia da
minha casa, você não tem o direito de entrar aqui”; ele me respondeu retirando a pistola do short e apontando em direção a minha cabeça. Na hora não pensei em nada só em ficar entre ele e Cláudio, e empurrar aquele homem mesmo armado, e pedia aos policiais “por favor me ajudem, quem é esse homem?” Os policiais nada faziam, e o homem sendo empurrado pegou com a outra mão o celular e dizia, “é melhor vocês subirem, que eles não querem deixar eu levar”; como num passe de mágica mais 3 viaturas apareceram e os policiais arrastaram Cláudio algemado para fora de casa, comigo e mais 20 pessoas que gritavam e se agitavam com tantas armas e policiais na nossa rua, que é apenas de residências e não tem saída. TODOS OS POLICIAIS ESTAVAM SEM A IDENTIFICAÇÃO. Cerca de 10 policiais começaram a coagir as pessoas e muita gente estava chorando no meio da rua. Foi quando uma viatura chamada por uma das minhas convidadas chegou com um Oficial com identificação que se apresentou, e disse que precisávamos ir a delegacia, pois aquilo estava fora de controle, assim finalmente retiraram a algema de Cláudio e fomos até a delegacia do Rio Vermelho. Lá esperamos a delegada, que colheu as versões e perguntou a Cláudio se ele gostaria que continuasse a investigação e ele disse que sim. Nossos depoimentos foram agendados.
Também fomos a corregedoria da PM e prestamos queixa.


Escrevo, para perguntar a vocês: O QUE É ISSO? Pois no auge da minha idade
e experiência não consigo entender, como um vizinho, que mora a 300 metros
da minha casa, não vem e conversa comigo sobre qualquer problema, porque um vizinho pegaria uma PISTOLA e colocaria na cintura NO MEIO DA NOITE e
entraria na minha casa? Por causa de um som, que ninguém reclamou? Porque
os policiais não tinham a identificação? Porque este homem gritava e humilhava Cláudio na frente da família dele e dos amigos? Porque algemar uma pessoa desarmada e que não oferecia nenhum perigo? O que teria acontecido com Cláudio se eu não reagisse? Se meus amigos não fosse em bloco para a delegacia? Se o policial acionado pela nossa casa não tivesse chegado? Não tenho respostas. E isso me consome. O medo de uma Policia coorporativa que não protege o cidadão nem da arbitrariedade da própria policia, que ataca, que humilha. Estou esgotada de pensar e não conseguir as respostas. Porque infelizmente acho que sei as respostas.

Ao fim, isso poderia acontecer com qualquer amigo, vizinho, conhecido, não
sou diferente de ninguém.

Meu nome é Vânia Alves Smith Lima, meu RG é 0709630883, moro no AP. 02,
fui humilhada e coagida por um homem que dizia ser oficial da PM armado com
uma Pistola, de shorts, camiseta e chinelo, que invadiu a minha casa e conseguiu reunir 5 viaturas policiais e cerca de 10 PMs, num sábado a noite, motivado por um som que não incomodou nem aos meus vizinhos de parede. A arma deste homem, além do consentimento dos colegas Policiais, foi sua PISTOLA e a sua “AUTORIDADE”.


A minha arma e de Cláudio são as palavras, e minhas testemunhas, que agora
passam a ser vocês. Temos medo, mas não vamos desistir da nossa dignidade e nem do direito de resistir a brutalidade, a opressão e ao abuso.


A você que leu esta carta peço ajuda. Resista também, e fique consciente
do que esta acontecendo. PRECISAMOS NOS INDIGINAR E TAMBÉM USAR NOSSAS ARMAS.


Vânia Alves Smith Lima



Lima Comunicação
Tels. 71-3240 6344 / 6366
R. Pernambuco nº264, Pituba, sl. 201
Salvador-BA (See attached file: carta eletrônica.doc) (See attached
file: Imagem005.jpg)

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AGORORA O RELATO DE UM JORNALISTA, SOBRE O MESMO TEMA:fALTA DE RESPEITO AO PROXIMO.


RELATO DE UM JORNALISTA, PROFESSOR ANDANDO DE BICILCETA EM SALVADOR.


Motoristas à beira de um ataque de nervos - Desabafo
Não foi sem sustos e risadas (para não confessar a verdade: irritação profunda e consternadora ante as agressões insistentemente repetidas) que percorri o trajeto Resgate-Ondina, hoje pela manhã, tendo escolhido o roteiro: Resgate-Ladeira do Cabula-Rótula-Bonocô-Ogunjá-Vasco-Coca cola-Garibaldi-Monumento a Clériston e Adhemar de Barros.
Nos primeiros 3 minutos, um breve engarrafamento no trecho entre o Resgate e o topo da Ladeira. Até aí, apenas UM ônibus me "apertou" contra o meio-fio.
Descendo a ladeira (oficialmente Viaduto dos Rodoviários), quatro carros de passeio e um táxi literalmente quase conseguiram me empurrar e jogar na pista de baixo, tal a ferocidade deles para avançar na descida.
Rótula. Por incrível que pareça, ninguém atentou contra o feliz ciclista (aliás, pedalante) que tinha o símbolo da UFBA nas costas.
Bonocô. Logo no início do Bonocô, seguidamente, três carros e um buzu (é buzu mesmo, nada de ônibus) buzinaram assustadora e alucinadamente nas minhas costas, quase me jogando no chão com suas potentes buzinaças. O coração, aos pulos, começou a dizer: Volte e pegue um ônibus lotado...
Que nada. No trecho da Av Bonocô até a entrada do Ogunjá foi a maior concentração de motoristas ESTRESSADOS e mal-amados de Salvador no início da manhã desta terça-feira. Mais de vinte carros voavam baixo colados ao acostamento, buzinando atrás como se eu estivesse passeando tranquilamente no centro da pista.
Alguns estressadinhos e mal amados (as esposas - ou os namorados - deles devem ter dormido de calça jeans e jaqueta de couro cru esta noite) se deram ao trabalho de baixar o vidro e gritar palavras que, graças a Deus eu sequer escutei. Coisa boa não deve ter sido...! Por que não poderiam simplesmente virar levemente seus volantes para a esquerda e acabar com todo aquele drama?? Se a Chiadeira Elétrica (nome carinhoso desta bike) fosse do tamanho de um caminhão eu até que pensaria no caso deles...
Avenida Vasco da Gama: mais freadas, acelerações e buzinadas grosseiras no encalço. Me senti um fugitivo. Imaginei cada motorista, mergulhado na solidão dos seus bancos de couro e condicionadores de ar, enlatados nos cockpits dos seus carros (depois dessa maldita/bendita stock-car que nos custou alguns milhões e que de NADA servirá ao povo, pois não veremos os BURACOS da Salvador City serem tapados decentemente - para não falar em recapeamento asfáltico, sinalização de trânsito, ciclofaixas, fiscalização e todos os pormenores, todo mundo acha que é corredor) com os quatro pneus repentinamente esvaziados. Será que a pressa acabaria ou eles cometeriam suicídio coletivo por tanta cólera logo cedo??
Sinceramente, motorista em Salvador só sabe empurrar o carro pra frente. Regras e Leis de trânsito? Ah, sim aqueles "sinaizinhos" e as "perguntas" que são feitas nos exames... ah, sei... Não foram devidamente aprendidos. Falta de educação com o PRÓXIMO é atônica.
Ponham as barbas de molho, pois até haver ALGUM respeito ao pedalante nas ruas da Cidade da Bahia, muita água há de encher os buracos das ruas...

(isso porque eu não citei os MOTOCICLISTAS, verdadeiros alucinados, todos acreditando piamente que ciclista é ameaça e "fechando" sem dó nem piedade!!)

Fiquei me perguntando o dia inteiro se EU estaria andando mal pelas ruas ou se eram verdade aquelas situções seguidas de agressão/intimidação física, verbal e moral.

* Sérgio Bezerra é Educador-Professor, Jornalista e Produtor Cultural além de adepto da bicicleta como meio de transporte, embora não levante bandeiras (elas pesam)

PUBLICADO BIKEBOOK.COM.BR

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valcibarretoadv@yahoo.com.br

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