RESPEITANDO A LEI JÁ
É UM BOM COMEÇO.
Valci Barreto.
Advogado militante
em Salvador.
Cicloativista
baiano.
-Não revisei o
texto-
Pelo menos os colegas que circulam no mesmo espaço que eu,
nos corredores de Fórum e Justiça do trabalho, sabem meu envolvimento com o
cicloativismo baiano. Sabem também que
circulo de moto há muitos anos em nossa capital.
Sabem todos ,
também, meu permanente discurso em favor da educação para o transito, trabalho
voluntario que faço por onde ando.
Tenho autoridade,
por conversas que tenho com taxistas, para afirmar que raramente um deles sabe
que a bicicleta tem o mesmo direito de circular nas pistas destinadas aos
carros. Aos que já perguntei até hoje, todos respondem que nenhum curso a que
se submetem falam deste assunto, nem que a bicicleta goza de preferência no
transito , em relação ao carro. . Tomam aulas de legislação e não conhecem este
item .
Por isto que buzinam
tanto e agridem tanto os ciclistas quando os encontram nas ruas. Acham que a
rua é so para carro.
Porém . a tragédia maior
já acontecida no mundo, foi perpetrada contra ciclistas em Porto Alegre, por um
advogado, pessoa e fato que ficou mundialmente conhecido como ATROPELADOR DE
PORTO ALEGRE.
Esta semana, também
praticada por advogado, presenciais a mais dois fatos que me deixou preocupado,
promovidos por colegas de profissão.
Um deles relatei em
artigo que está publicado no bikebook.blogspot.com (EU SOU ADVOGADO), que
relembro em resumo:
Em cruzamento da
Sabino Silva, um colega em seu veiculo, não respeitando a preferência de
ciclistas no transito, não somente ultrapassou perigosamente alguns, sem respeitar a
distancia que deve haver entre o carro e a bicicleta, como insistiu em passar pelo
meio dos ciclistas para vencer o cruzamento.
Como todos os
ciclistas fazem em tais circunstancias, tentaram convencer o motorista de que ele
tem o dever, imposto pelo código, de respeitar o direito de preferencia no
transito; e que, no caso, era e é um movimento que busca levar lições de respeito
a quem anda de bicicleta e que pedindo que ele aguardasses o momento para
seguir, pedindo feito, sempre de forma
gentil. A resposta do colega foi “Eu sou advogado”, deixando todos surpresos
com a reação, comum em outras profissões, mas que não deveriam existir na
classe dos advogados. Pelo menos para aquela situação.
No dia 02 de
setembro, chegando de moto ao Fórum Rui Barbosa, andando sempre dentro da lei,
com todos os cuidados que andar no transito impõe, notadamente de moto ou de bicicleta, vejo pelo retrovisor que uma
senhora, toda alinhada, inclusive o cabelo louro bem arrumado, vestida de
branco, forçava passagem em uma pista por demais estreita, com uma
agressividade incomum para quem se veste daquele jeito e tem aquela idade. Ultrapassando-me
“tirando fino”, certamente teria provocado um acidente em um motociclista menos
experiente . Por coincidência, ela ingressou no estaciomento da frente do Fórum,
juntamente comigo, permitindo-me que lhe dirigisse algumas palavras, mesmo
porque ela parou exatamente onde eu iria parar. Não me contive, baixei bem a
voz, busquei toda a calma e a ela me dirigi: “ minha senhora, isto é um
absurdo, a senhora não pode contribuir para piorar o mundo. Sei que posso pagar
um preço alto por me dirigir à senhora,
se for uma magistrada vingativa, mas não posso deixar de dizer que a senhora está
muito agressiva nop transito. Não
contribua para piorar o mundo.” Com o
descaso dos poderosos, nada respondeu. Nem mesmo me olhou. Nem precisava. Só
queria dar-lhe o recado, de forma educada e sei que ouviu.
Aquela senhora,
informei-me, não era magistrada, mas alguém que trabalha, assessora, algum juiz
da Justiça Comum.
No Dique do Tororó,
não foi comigo, uma senhora bem vestida, em carrão, para fugir de uma fila que
não andava, “arrancou “ para outra, “ deixando um motociclista apavorado. Por
acaso, era daqueles que “anda direitinho”. Eu estava ao lado ,o que me permitiu perceber
que se tratava de uma juíza do Tribunal (naquela época , substituindo); por
sinal uma daquelas que, posso dizer, tem um comportamento digno como magistrada
e como gente. De sorte que fiquei
surpreso. (Me matem, mas não me peçam o nome de ninguém!, não sou criança ).
Considerando estes fatos,
mesmo que estes absurdos sejam cometidos
por quaisquer profissionais, pois mesmo educados em casa muitas vezes se
transformam em gente perigosa no transito, pelo menos em relação aos advogados,
sugiro que a OAB baiana, tão bem
dirigida pelo meu querido amigo , admirado Saul Quadros e pelos membros da
diretoria, faça um trabalho junto aos colegas, às faculdades de direito,
tratando do código nacional de transito em relação às bicicletas, educação para
o transito, como uma contribuição da nossa entidade em favor da paz no
transito( o Brasil é um dos campões em matança no transito). E a maior agressão
a ciclistas, NO MUNDO, foi cometida por advogado, que se tornou conhecido como
o ATROPELADOR DE PORTO ALEGRE, cujo
comportamento apenas foi bem mais grave do que os aqui relatados.
No caso do advogado
relacionado aos ciclistas da Sabino Silva , pertence ele ao Conselho da OAB
baiana, motivo maior da minha preocupação, em função do mal exemplo dado.
Não tenho, nem
terei, jamais , qualquer interesse em citar o nome do colega, por quem tenho
apreço , respeito, inclusive pela parte da família(filhos, esposa, sobrinhos, irmãos,
também advogados todos pessoas do bem. Mas não posso deixar de citar o caso, pois não
devo contribuir para piorar, pelo menos
no que é possível. Entendo muitos profissionais, mesmo a lei não autorizando,
desconhecendo a lei. Mas os colegas, jamais. Muito menos que sejam agressores
em uma área tão perigosa como é o nosso transito que, no caso da Bahia, na
Semana Santa passada ,teve no Brasil inteiro, o maior índice de matança no
transito, chegando preocupar a ONU, segundo noticiou a mídia.
Felizmente, ao
contrario destas cenas, nosso colega, ex vereador, ex policial, advogado
militante, Marivaldo, faz questão de
frisar sempre: “Ao passar por qualquer ciclista, tomo as cautelas da lei. E
quando vejo o grupo circulando, do movimento cicloativista, paro para parabenizá-los,
quando possível , aceno ou buzino em apoio, e
prometo pedalar com esta turma. “
Não se pode exigir das pessoas em geral tamanha gentileza, generosidade, educação.
Se, pelo menos esta
parte do código nacional de transito for cumprida, já um bom começo.
Cicloaabraço a todos
os membros da OAB , a qual , orgulhosamente pertenço.
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